Fanfic: A Maldição [TERMINADA]

Quando abri os olhos, eu já não estava mais nos EUA. Estava nos céus, em um avião que me levaria para Bucareste, juntamente da misteriosa irmã que eu nunca soube que minha mãe tinha.

Ela olhou para mim quando acordei.

-vou lhe dar um conselho Amy –ela começou, com sua voz calma e serena –deixe a garota que você era pra trás. Deixe a antiga Amélia Bishop em Long Beach, Califórnia. E, a partir do momento em que tocar o solo da Romênia pela primeira vez, seja Amélia Moncrief. –ela concluiu.

Bishop era o sobrenome de meu pai. E eu acabara de descobrir que o sobrenome de minha mãe era Moncrief.

-por favor, chame-me apenas de Amy. –pedi, Amélia fazia com que eu me sentisse mais velha do que realmente era.

Agatha sorriu para mim novamente.

-durma! –suas palavras vieram como uma ordem, calma e serena, mas ordem. Ordem que eu obedeci.

Só abriria os olhos quando chegássemos a Bucareste. E eu não séria mais Amy Bishop, apenas Amy Moncrief. Afinal, muitos ainda choravam pela morte da importante família Bishop. Minha família, que estava morta por minha culpa...

Bucareste não era como eu esperava. Achei que era apenas florestas e coisas do gênero. Mas havia muitos prédios também. Não era exatamente o lugar de isolamento que eu buscava.

-o que foi? –Agatha pareceu ler meus pensamentos.

-Bucareste não é exatamente como imaginei. –confessei. Agatha sorriu seu sorriso reconfortante.

-acalme-se. Ainda não chegamos à nossa casa. –ela sorriu mais uma vez.

-e onde seria? –perguntei.

-em uns apartamentos, é meio longe. –ela explicou.

Entramos no carro de Agatha, dessa vez era ela quem dirigia. Resolvi observar a paisagem, mas sem muita vontade. Passamos por um bosque, o mais lindo e assustador.

Agatha, novamente, viu meu espanto.

-lindo, não? –ela confirmou.

-sim. Melhor do que eu esperava. – eu não conseguia mentir pra Agatha.

Afinal, eu tinha mentido minha vida toda. E isso tinha matado minha família. Era hora de ser sincera.

-nós moramos meio afastados da cidade. Espero que você não se importe. –Agatha informou. É claro que eu não me importava!

-“nós” quem? –não resisti a perguntar.

Agatha riu.

-eu e seus primos. Nina é um ano mais velha que você. E Izaque tem a sua idade.

Quer dizer que eu tinha primos.

-minha mãe nunca falou muito de vocês. –deixei escapar, Agatha não pareceu se surpreender com a informação.

-sua mãe era uma rebelde. Nosso povo tem tradições, sua mãe desonrou todas. –ela disse, com uma voz sombria.

-vocês não se davam muito bem? –a curiosidade era mais forte que eu.

-eu amava minha irmã mais nova, mas ela tinha responsabilidades. E fugiu de todas elas.  –sua voz era triste agora.

-eu sinto falta dela. –confessei.

Agatha olhou pra mim, sorriu e eu me senti bem novamente.

-eu também. –ela disse com sua voz calma e serena.

Ela estacionou o carro e avistei uma bela casa de dois andares, em um tipo de vila, que mais lembrava um condomínio fechado. A casa era enorme. Ficou claro que várias famílias moravam ali. Era mesmo um condomínio!

-seja bem vinda a La Eperanza. –Agatha saudou sorrindo.

-é italiano. –notei.

-sim. –Agatha sorriu por eu estar certa.

La Esperanza era uma grande casa, uma grande pousada, onde algumas famílias moravam. Agatha morava em um apartamento do 2º andar, juntamente de seus filhos Nina e Izaque. 

E era esse o lugar que eu teria que aprender a chamar de lar. Eu mal sabia o que me esperava. Olhei novamente para aquele belo e assustador bosque.  Algo lá me atraia. Mas eu não queria saber o que. Eu só queria...sumir!