Fanfic: Manhã de outono {AyA [terminada]
Os olhos de Any o metralharam.
— Isso é o que você pensa! — gritou.
Ele apenas riu, gentil e sensual.
— Antes de você sair, agarrada ao peito nu e
atraente dele, lembre-se de que não fui eu que tentei seduzi-la. Você já deve ter percebido que adolescentes
safadas não são o meu tipo. Não que você se encaixe nessa categoria — acrescentou ele, com um riso sarcástico. — Ainda falta muito para você ser uma mulher de 21 anos.
Essa doeu, doeu muito mais do que o sabor arrasador de tê-lo como amante.
— Dereck não concorda com isso — informou-lhe.
Ele havia levado o cigarro à boca rígida, seus olhos rindo de Any.
— Se eu tivesse a experiência limitada dele, também concordaria com ele — menosprezou-a.
Aquela declaração deixou Anahí desconfiada.
— E o que você sabe sobre as experiências dele? Ele a estudou por um
longo e estático
silêncio.
— Você achou mesmo que eu ia deixá-la ir para Creta com ele e aquela
irmã irresponsável
sem investigar quem são essas pessoas?
O rosto de Any enrubesceu de ódio.
— Não confia em mim mesmo, não é?
— Muito pelo contrário. Confio totalmente. Não confio é nos homens — afirmou, arrogante.
— Você não é o meu dono — gritou ela, enfurecida com aquela
certeza serena.
— Vá dormir antes de me tirar do sério outra vez.
— Com todo o prazer — retrucou ela. Saiu pela porta sem
nem mesmo desejar boa-noite e passou metade da noite sem conseguir dormir.
Aquela noite, os sonhos de Any foram invadidos por Alfonso.
E, quando acordou com o estrondo do trovão e o barulho da chuva, tinha em
mente a imagem vivida de si mesma naqueles enormes braços e aquela boca ardendo em sua pele.
Aqueles pensamentos eram tão embaraçosos que a atrasaram para o café. Achava que não ia conseguir encarar Alfonso sem
trair as suas emoções e se entregar.
Mas suas preocupações eram infundadas. Alfonso já havia ido para o escritório quando Anahí desceu as escadas e
deparou-se com Vivian, sozinha à mesa do café.
— Bom dia — cumprimentou Vivian, educada. Suas
feições
louras e delicadas estavam ressaltadas pela blusa e saia amarelas. Parecia
magra e ultra-elegante. Ela mirou a calça jeans e o suéter branco de gola rulê com desgosto.
— Você não acredita em moda, não é?
— Na minha própria casa, não — respondeu, apanhando o creme para
acrescentar sobre seu café fumegante. A sra. Johnson entrava e saía da cozinha, trazendo mais das
formidáveis
louças
para a mesa.
Vivian a observou colocar duas colheres de açúcar no café.
— E também não conta calorias, não é mesmo? — divertiu-se.
— Não preciso — respondeu Anahí, tranqüila, sem deixar transparecer sua
irritação.
Por onde andam Maude, Christopher e Dick Leeds?
Vivian a observou erguer a xícara até a boca e, com olhos de águia, deteve-se no machucado de seu lábio inferior, que palpitava levemente
esta manhã, um
doloroso lembrete da chocante intimidade que tivera com Alfonso.
Os olhos apertados da loura cravaram-se no prato de Any ao
ver ovos mexidos.
— Você e Alfonso ainda ficaram muito tempo
aqui embaixo ontem à noite — disse em tom de conversa.
— Tínhamos assuntos para resolver — murmurou Anahí, odiando perceber que
aquela lembrança a
atormentava novamente. Estava sendo forçada a ver Alfonso de uma maneira
totalmente nova, e não sabia ao certo se era isso que desejava. Agora, temia-o
mais do que nunca: um medo delicioso e efêmero que acelerava seu pulso somente
ao imaginar aquela boca dominando-a. Como teria sido, perguntava-se, relutava
em imaginar, se ele não tivesse se enfurecido...
— Você deve ter sentido a falta de Alfonso
hoje de manhã — comentou Vivian com os olhos
estranhamente desconfiados e monitorando Anahí, que se servia de ovos e
presunto. — Ele
me pediu para descer assim que o despertador tocasse para que tomássemos café juntos.
— Que simpático.
Anahí estava de cabeça baixa e não viu o sorriso malicioso que se
formou nos lábios
de Vivian.
— Ele estava louco para sair antes que
você descesse — continuou com a voz fria e baixa. — Acho que está com medo de que você tenha interpretado com exagero o que
aconteceu ontem à noite.
O garfo de Anahí pesou sobre os dedos, colidindo fortemente
com o prato de porcelana e produzindo um som alto e tilintante. Anahí ergueu o
olhar, espantada.
— O quê? Ele disse isso? — perguntou, incrédula. Vivian era a imagem da
sofisticação.
— Claro, querida. Estava eriçado de remorsos e deixei que
desabafasse. Foi o vestido, claro. Alfonso é homem demais para não se deixar provocar por uma mulher
seminua.
— Eu não estava...!
— Ele faz sexo muito bem, não acha? — perguntou Vivian com um sorriso
dissimulado. — É um amante tão vivo, tão atencioso e excitante.
O rosto de Anahí estava roxo. Ela tomou um gole de café, ignorando a temperatura da bebida.
— Você entende que isso não pode voltar a acontecer? — perguntou a mulher gentilmente,
sorrindo para Anahí. — Agora entendo por que Alfonso não contou para você a verdadeira razão de eu ter vindo para cá com meu pai, mas... — Ela se interrompeu no meio da frase,
insinuante.
Anahí a fitou, sentindo seu mundinho seguro desabar à sua volta. Era como se estivesse
sendo enterrada viva. Mal conseguia respirar, sentia-se sufocada.
— Você quer dizer que...
— Se Alfonso ainda não contou, não vou contar. Ele não queria anunciar a notícia logo. Não até que sua família ;me conhecesse.
Anahí não conseguia assimilar as palavras. Então era isso. Finalmente Alfonso
decidira se casar com aqueIa perua loura. E, depois de ontem à noite, ela chegou a pensar que...
Cerrou o rosto. O que importava agora? Alfonso sempre havia sido como um irmão, apesar do ardor violento da noite
passada. E, segundo ele, aquilo fora apenas para adverti-la. Ele receava que
ela interpretasse demais? Ele ia ver só!
Vivian, presenciando o olhar de desespero estampado no rosto
da jovem, cobriu o sorriso com a xícara de café que bebia.
— Vejo que entendeu. Não vai contar nada para Alfonso sobre
o que eu disse, certo? Ele ficaria tão bravo comigo...
— Claro que não — respondeu Anahí, em voz baixa. — Meus parabéns.
Vivian sorriu docemente.
— Espero que nos tornemos grandes
amigas. E esqueça o que aconteceu com Alfonso. Ele também só quer esquecer. Afinal de contas,
foi apenas uma distração, nada para se levar a sério.
Claro que não, pensou Anahí, sentindo-se repentinamente vazia.
Forçou
um sorriso, mas, felizmente, o resto da família chegou naquele momento e ela
conseguiu enterrar a tristeza na conversa.
Anahí sempre gostou de aeroportos; os viajantes com suas
bagagens e sorrisos a fascinavam, e ela gostava de sentar para observá-los e criar histórias. Uma jovem loura, alta,
bronzeada e de pernas longilíneas correu para os braços de um moreno grande e irrompeu em
lágrimas.
Ao observá-los,
enquanto esperava pelo avião de Dereck James , Anahí se questionava se aqueles
dois estavam fazendo as pazes. Devia ser isso, porque o homem a beijava como se
acreditasse que nunca ia revela, e lágrimas incontidas escorriam pelas
faces pálidas
da jovem. A emoção daquele beijo ardente fez com que Anahí se sentisse uma voyeuse e ela desviou o olhar. Via em ambos uma paixão profunda que não lhe era familiar. Jamais havia
sentido tamanho desejo por um homem. O mais próximo havia sido quando Alfonso a
beijou pela segunda vez, aquele toque sensual e ardente que incitava os desejos
mais ávidos
de seu corpo intocado. Se ele a tivesse beijado uma terceira vez...
Enfim, avistou Dereck James
vindo em sua direção. Lançou-se em seus braços estendidos e o abraçou, erguendo o rosto para beijá-lo firme e apaixonadamente.
Os olhos azuis de Dereck sorriram para os dela, sob o choque do contato
daqueles cabelos ruivos sobre suas sobrancelhas.
— Sentiu minha falta? — brincou.
Ela confirmou com a cabeça genuinamente.
— Você acha que eu teria vindo até aqui, contra a vontade de toda a
minha família,
se não
tivesse sentido?
— Eu sei. É uma viagem longa, não? Eu podia ter ido de ônibus.
— Não seja tolo. — Ela entrelaçou seus dedos nos de Dereck enquanto rumavam à esteira de bagagens. — Que tal um tour por Charleston antes de irmos para casa? Os convidados de Alfonso
fizeram, e você tem
o mesmo direito...
— Convidados? Eu cheguei em um momento
inoportuno? — indagou ele imediatamente.
— Alfonso está cortejando um sindicato e uma mulher
ao mesmo tempo. Vamos simplesmente sair do caminho deles. Christopher, Maude e
eu vamos cuidar de você, não se preocupe.
— Alfonso é seu tutor, não é? — perguntou, enquanto apanhava a mala
na esteira.
— É, e um primo distante. Fui criada
pelos Hamilton. Infelizmente o tempo não está dos melhores para um tour — ela se desculpou, apontando para o céu cinza e chuvoso ao saírem do aeroporto e dirigirem-se para
o estacionamento. — Tem chovido o dia todo e pode ser que haja inundações. Sofremos muito com os furacões aqui na planície.
— É muito baixo aqui? — perguntou ele.
— É tão baixo que precisamos olhar para
cima para ver as ruas.
— A mesma tolinha de sempre — provocou ele. — É bom estar no sul de novo. Não conhecia ninguém do sul antes de conhecer você. Na verdade, essa é a primeira vez que vou passar um
tempo aqui.
— Vai descobrir muitas coisas. Principalmente,
que muitos de nós acreditam na igualdade, que muitos sabem de fato ler e
escrever.
Naquele momento, começou a chover torrencialmente. Ambos
correram para o carro, sem conseguir evitar que se encharcassem.
Afastando os cabelos molhados do rosto, Anahí deu ré com seu pequeno Porsche branco e
saiu do estacionamento. Ela dirigia com cuidado não apenas por causa do curso que freqüentou, mas também porque, quando recebeu o carro de
presente de Alfonso, ele passou uma sema-na como passageiro, para monitorar
seus movimentos. Quando ele dava instruções, ela ouvia; afinal, Alfonso havia
competido em Grandes Prêmios por toda a Europa.
— Está chovendo muito! — riu ela, tentando enxergar por entre
os limpadores de pára-brisa. Era difícil identificar os outros carros,
mesmo com os faróis acesos.
— Não me culpe. — Dereck riu. — Não trouxe a chuva comigo.
— Espero que pare logo — desejou ela, lembrando das duas
pontes que tinham que atravessar. Quando havia inundação, as pontes ficavam sob a água e era impossível passar.
— Desculpe por não termos ido buscar você de avião, mas o Cessna precisava de uns
reparos. Foi por isso que Alfonso teve de levar seus convidados de carro. Há um jatinho executivo da empresa também, mas um dos vice-presidentes
precisou voar até as usinas na Geórgia.
— Sua família deve ser proprietária de várias indústrias.
Ela desdenhou com os ombros.
— Só três ou quatro usinas de tecelagem e
cinco confecções.
Ele arregalou os olhos.
— Só...
— Muitos dos amigos de Alfonso têm muito mais — explicou ela. Ela seguiu a 26 até pegar a saída e cair na Rutledge Avenue. — Vamos passar em volta da Battery e
vou mostrar os principais marcos da Meeting Street. — Se conseguir ver alguma coisa nessa
chuva.
— Conhece bem a cidade?
— Tinha uma tia que morava aqui e eu
costumava passar o verão com ela. Ainda gosto de vir para cá nos finais de semana, para sair à noite.
Não comentou que nunca havia vindo sozinha, nem que estava
fazendo esse passeio sem a permissão de Alfonso. Maude e Christopher
tinham reclamado, mas ninguém conseguia detê-la a não ser Alfonso. E eles não conseguiram encontrá-lo a tempo, antes de ela sair. Anahí
ainda podia ver a expressão presunçosa de Vivian Leeds e seu orgulho
ferido. Se ele estava envolvido com aquela loura, jamais deveria ter tocado em Anahí...
Mas ela o provocou. Ele a acusou de tal ato, e ela não podia negar. Só não sabia por quê.
Me abandonaram?
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
— Gostaria de usar essa região como pano de fundo para um livro — declarou ele, enquanto se aproximavam de Battery, avistando o quebra-mar e seguindo para a parte velha da cidade. Ela sorriu ao ver o interesse entusiasmado de Dereck . — Você conhece a história dessas casas antigas da cidade? — perguntou ele. — ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 407
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
alessandrabp Postado em 17/01/2013 - 21:03:10
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaai que fic perfeita,fiquei completamente apaixonada. Você é uma ótima escritora e eu adoro suas fics.
-
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:31:05
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:59
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:36
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:29
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Final perfeito, web perfeita *--*
Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:23
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Final perfeito, web perfeita *--*
Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:21
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Final perfeito, web perfeita *--*
Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:18
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Final perfeito, web perfeita *--*
Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:15
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Final perfeito, web perfeita *--*
Aguardando mais uma web *--*