Fanfic: Manhã de outono {AyA [terminada]
CAPÍTULO 7
EIa se atrasou de propósito para o café. Desceu a escada e olhou em volta,
torcendo para que Alfonso já tivesse saído. Maude estava terminando uma
torrada, sentada na frente de Christopher, que tomava um gole de café. Alfonso, Dick Leeds e Vivian não estavam à vista.
— Nossa, como você está arrumada — comentou Maude, contemplando o belo
terninho bege e a blusa de crepe marfim que Anahí vestia. Seu cabelo estava preso
num coque, com cachos emoldurando seu rosto, calçava sandálias de salto agulha. Era o retrato
de uma executiva.
— Modernosa — acrescentou Christopher, piscando o
olho. — Aonde você vai
com sua plumagem mais bela, passarinho?
— Vou procurar emprego — respondeu com um sorriso frio.
Maude engasgou e Christopher teve que bater-lhe nas costas.
— Emprego? — perguntou. — Fazendo o quê, Anahí?
— Depende do que eu encontrar — respondeu a jovem, com um brilho de
teimosia em seus olhos verdes. — Não discuta, Maude — acrescentou, percebendo a imediata
desaprovação
naquele rosto pálido de olhos escuros.
— Não ia fazer isso, querida — Maude protestou. — Só ia perguntar como você pretendia contar para Alfonso.
— Ela já contou — disse Alfonso, aparecendo na porta
vestindo um belo terno cinza com uma gravata estampada que realçava seu tom de pele. — Vamos, Any.
Estava quase tremendo de emoção, com os grandes olhos verdes
arregalados, mesmo sabendo que não ia brigar. Todas as suas resoluções desapareceram quando ele a
confrontou. De qualquer maneira, depois de ontem a briga estava encerrada
mesmo. Ela não agüentava mais.
— Ela não tomou café — observou Christopher.
— Ela vai aprender a descer a tempo, não? — respondeu Alfonso. Havia algo
vagamente ameaçador
na maneira com que fitava seu irmão menor.
Christopher sorriu, envergonhado.
— Só um comentário — ele riu.
Os escuros olhos de Alfonso viraram-se na direção de Anahí, examinando-a
possessivamente.
— Vamos, eu disse.
Ela se levantou, deixando uma xícara de café fresco e ovos mexidos para trás, seguindo-o apreensiva até o hall.
— Aonde vamos?
As sobrancelhas grossas levantaram-se. Abriu a porta para
ela.
— Trabalhar, é claro.
— Mas ainda não tenho emprego.
— Tem sim.
— Qual?
— Minha secretária.
Desatinada, acompanhou-o para fora, e só conseguiu falar enquanto caminhavam
para a garagem, no passo apertado de Alfonso.
— Ouvi direito? — perguntou, sem disfarçar sua incredulidade.
— Ouviu. — Pegou um cigarro e inclinou-se para acendê-lo enquanto dirigia.
— Mas, Alfonso, não posso trabalhar para você.
Seus olhos escuros examinaram brevemente o rosto dela.
— Por que não?
— Não sei datilografar rápido o suficiente — respondeu, aflita. Passar o dia
inteiro perto dele, todos os dias, seria uma agonia, não uma alegria.
— Você está dentro da média, pequena. Serve. — Ele acendeu o cigarro e pôs o isqueiro no lugar. — Disse que queria um emprego.
Sentada tensa ao lado de Alfonso, ela olhava para os carros
que passavam na outra pista, sem realmente vê-los.
— Onde estava Vivian essa manhã? — perguntou, com voz baixa. — Vocês chegaram tarde ontem à noite.
— É, chegamos.
— Não é da minha conta, é claro — disse, evitando fitá-lo.
Ele apenas sorriu, concentrado na rua.
O moderno e bem cuidado complexo Herrera Mills ficava no
andar térreo
do imenso parque industrial da cidade. Anahí já havia estado inúmeras vezes no edifício, mas nunca como funcionária.
Seguiu Alfonso até seu atraente escritório, onde a mobília escura era adornada por elegantes
enfeites em tons de chocolate e creme. Um quadro da mesma extensão do sofá de couro chamou sua atenção. Observou a paisagem marítima, as cores do pôr-do-sol misturando-se com as nuvens,
a praia e suas palmeiras, em tons de branco e prata. Em primeiro plano, havia
as silhuetas de um homem e uma mulher.
— Gostou? — ele perguntou, enquanto checava as
mensagens em sua mesa.
Ela assentiu.
— E St. Martin, não é? — perguntou em voz baixa. — Eu reconheço esse lugar.
— E bem que deveria. Nós dividimos uma garrafa de champanhe
debaixo dessas árvores no seu aniversário de 18 anos. Quase tive que carregá-la de volta para a casa.
Ela riu, lembrando do próprio prazer borbulhante daquela
noite, da companhia de Alfonso e do barulho das ondas. Conversaram muito,
lembrou, caminharam pela espuma das ondas e beberam champanhe, enquanto Christopher
e Maude perdiam dinheiro num dos cassinos.
— Foi a melhor festa de aniversário que já tive — murmurou. —Acho que não nos desentendemos nenhuma vez
durante toda a viagem.
— Gostaria de repetir essa viagem? — perguntou ele, abruptamente.
Ela se virou. Ele estava de pé em frente à sua mesa, com as pernas ligeiramente
afastadas e as mãos sobre os quadris esguios.
— Agora?
— Semana que vem. Tenho uma viagem de
negócios
para o Haiti — explicou, misteriosamente. — Pensei em ficarmos alguns dias em St. Martin e, de lá, eu iria até o Haiti.
— Por que Haiti? — perguntou, curiosa.
— Você não precisa me acompanhar nesta parte
da viagem — ele
respondeu de maneira definitiva.
Ela examinou o quadro novamente.
— Nós? — perguntou num fio de voz.
— Vivian e Dick também, num último esforço para conseguir a cooperação dele.
— E a dela? — perguntou, com mais amargor do que
imaginava sentir.
Houve uma longa pausa.
— Achei que agora você já soubesse por que ela também veio.
Anahí baixou os olhos em direção à moldura do quadro, sentindo-se morta
por dentro. Ele estava finalmente admitindo.
— Sim — sussurrou. — Eu sei.
— Sabe mesmo? — ele murmurou, franzindo as sobrancelhas.
— Alguém mais vai junto? — ela perguntou. — Christopher?
— Christopher? — repetiu asperamente. Suas feições endureceram. — O que está havendo entre vocês, Anahí Giovanna?
— Nada — defendeu-se. — Só gostamos da companhia um do outro.
Os olhos escuros de Alfonso pareciam explodir em chamas.
— Mas é claro que levaremos Christopher.
Assim você terá alguém com quem brincar!
Sua voz era cortante.
— Não sou criança, Alfonso — disse, com uma dignidade
silenciosa.
— Vocês dois são crianças.
Ela levantou os ombros delicados.
— Você não me tratou assim ontem à noite!
Um sorriso lento e vago apoderou-se de seus lábios tensos.
— Você não agiu como uma. — Seus olhos vigorosos analisavam aquele
corpo no atraente terninho.
Ela sentiu o rubor subir pelas bochechas ao ouvir as palavras
dele, lembrando a sensação do seu peito quente, aquela textura áspera contra seus seios.
— Christopher — debochou ele, buscando seu olhar. — Você o queimaria vivo. É intensa demais para ele. Para James também.
— Alfonso! — brandiu, envergonhada.
— Bem, é verdade — rosnou, os olhos fixos no rosto
dela, remoendo aquelas lembranças. — Quase não dormi ontem à noite. Sentia suas mãos me tocando... Seu corpo como seda,
se contorcendo contra o meu. Você pode estar um pouco verde ainda,
menininha, mas tem bons instintos. Quando finalmente parar de fugir da paixão, será uma mulher e tanto.
— Não estou fugindo... — sussurrou involuntariamente, antes
de perceber o que dizia.
Ficou ali de pé, observando-o, subitamente vulnerável, ávida ao lembrar das mãos dele tocando sua pele nua e da
violência
de suas emoções.
Queria tocá-lo,
abraçá-lo,
sentir seus lábios
contra os dele... Ele sentiu perfeitamente essa onda de desejo. Seus olhos
escureceram violentamente quando ele levantou e contornou a mesa, caminhando em
sua direção.
Não
havia mais fingimentos entre eles agora, apenas um fio de desejo ardente.
— É melhor que o que vejo nos seus olhos
seja verdade — rosnou ele, ao alcançá-la, lançando as enormes mãos para pegá-la pela cintura e trazê-la para junto de si.
Exultante, ela sentia o peso daquele corpo grande e musculoso
junto ao seu. Levantou o rosto em direção ao dele, e seu coração disparou ao encontrar aqueles olhos
a apenas milímetros
de distância.
Tremeu quando ele inclinou a cabeça.
A boca estava faminta e o beijo machucava. Virou-se para
cima, segurando-o, enquanto aqueles lábios se afastavam e se aproximavam
dos seus, ardentemente.
— Alfonso — sussurrou sofregamente.
Ele tirara a mão de sua cintura para cobrir-lhe o
seio, pesando levemente enquanto lançava a língua para dentro do calor de sua
boca.
— Você está envenenando lentamente o meu sangue,
Any — ele
sussurrou asperamente. Seus dedos se contraíram e ele observava como aquele rosto
rubro reagia, desamparado. — Olho para você e só consigo pensar em senti-la sob
minhas mãos.
Lembra de ontem? — cochichou contra sua boca. — Seus seios apertaram-se contra mim,
sem nenhum pedaço de pano impedindo que sentíssemos a pele um do outro...
— Oh, não — gemeu, atordoada. — Não é justo...
— Por que não? — Levantou-a até que seus olhos estivessem na mesma
altura. — Diga que não
queria que eu fizesse o que fiz. Diga que, quando lhe soltei, seu corpo não ardia feito o meu.
Não podia, pois o desejava. Isso estava escrito em cada linha
de seu rosto avermelhado, nos grandes olhos verdes que buscavam
desesperadamente os dele, no silêncio do escritório.
— Gostaria de levar você sozinha à Martinica. Só nós dois, Any. Eu lhe deitaria na
areia, na escuridão, e degustaria cada doce pedaço do seu corpo com meus lábios.
A intensidade de suas palavras a deixava ofegante.
— Eu... não iria...
— Até parece que não. — Beijou-a avidamente, buscando seus
quadris, colando-os aos seus sensualmente, até que as sensações fizeram com que Anahí soltasse um
gemido.
— Você me deseja, Any? — provocou com um suspiro. — Deus sabe o quanto eu a desejo. Foi
errado tocar-lhe daquela maneira. Agora, só consigo pensar no desejo que sinto
por você. Me
beije, querida.
Ela obedeceu, pois era tudo o que queria naquele momento.
Senti-lo, o toque, o gosto e o cheiro dele, seus longos braços prendendo-a a cada parte de seu
corpo vigoroso, enquanto sua boca roubava tudo o que a dela podia oferecer.
Levou uma eternidade até ele finalmente levantar a cabeça e fitá-la com olhos ardentes.
Com uma rapidez quase dolorosa, a porta foi aberta e a voz
esganiçada
de Vivian quebrou a emoção que os unia.
— Olá — disse com seu sotaque britânico. — Espero não estar interrompendo nada.
— Claro que não — disse Alfonso, virando-se com um
largo sorriso. — Eu lhe prometi um tour,
não?
Vamos. Any — disse, de costas para ela —, venha.
Ela ainda tremia e queria recusar, mas os olhos de Vivian já demonstravam suspeita, então não ousou.
Autor(a): theangelanni
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Alfonso acompanhou-as pela enorme fábrica, mostrando as principais áreas de interesse: a sala de treinamento, onde as novas costureiras aprendiam a usar os equipamentos mais modernos; a esteira de calças, em que cada operador de máquina de costura exercia uma diferente função na fabricação de uma cal&cc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 407
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alessandrabp Postado em 17/01/2013 - 21:03:10
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaai que fic perfeita,fiquei completamente apaixonada. Você é uma ótima escritora e eu adoro suas fics.
-
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:31:05
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:59
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:36
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:29
Que pena q acabohhhhh :/
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
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Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:23
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:21
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:18
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:15
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