Fanfic: Manhã de outono {AyA [terminada]
Alfonso acompanhou-as pela enorme fábrica, mostrando as principais áreas de interesse: a sala de
treinamento, onde as novas costureiras aprendiam a usar os equipamentos mais
modernos; a esteira de calças, em que cada operador de máquina de costura exercia uma
diferente função
na fabricação
de uma calça; a
sala de corte, onde enormes pedaços de tecido eram esticados e
cortados em camadas de diferentes espessuras. Anahí lembrava de termos específicos da indústria têxtil, ouvidos na infância: os meninos que carregavam
pacotes de tecidos estampados para as costureiras, as supervisoras que cuidavam
de cada grupo de costureiras, os esticadores que alisavam os tecidos, os
cortadores que cortavam, e os inspetores, responsáveis por detectar os produtos de segunda
ou terceira classe e evitar que fossem enviados como produtos de primeira.
Havia também as
passadeiras, os empacotadores e as lavadeiras, que testavam a lavagem das
roupas. Centenas de máquinas de costura funcionavam juntas na sala da esteira das
camisas. Essa seção tinha máquinas que faziam casas de botão, além dos outros equipamentos específicos. As cores brilhantes captaram
os olhos de Anahí.
— Esse tom de azul é lindo! Alfonso riu.
— Vou levá-las na usina de tecelagem, para
verem como é feito. É um
processo onde chumaços de algodão são amarrados e passam por uma torrente de rocas, em
salas diferentes, para produzir um novelo. Atualmente, usamos algodão e rayon. Antes, a usina trabalha estritamente com algodão.
— Que interessante — disse Vivian, sem entusiasmo. — Nunca estive numa usina.
Anahí olhou-a, boquiaberta. Definitivamente essa não era sua primeira vez. Quando
era mais nova, vivia atrás de Alfonso e Christopher, porque todo o processo da fabricação de roupas a fascinava. Mas nunca
mais havia estado numa usina de tecelagem e era jovem demais para entender a
maior parte do que viu na época.
— Quantas blusas são feitas em uma semana? — perguntou Anahí, observando as
diferentes fases de fabricação enquanto passavam. Por causa do barulho, quase
gritou no ouvido de Alfonso.
— Aproximadamente dez mil dúzias — respondeu ele, sorrindo ao ver o
choque em seu rosto. — Acrescentamos vários equipamentos novos. Temos mais
de seis mil operadoras de máquinas de costura nessa fábrica e são necessários em torno de 150 mil jardas de
tecido por semana para manter essas senhoras ocupadas.
Anahí olhou para trás.
— As calças...?
— É uma instalação separada, querida — lembrou ele, olhando para a porta
que unia os dois departamentos. — Só temos umas trezentas máquinas na esteira de calças. Nosso principal negócio são as blusas.
— É enorme! — exclamou ela. Alfonso assentiu.
— Nossos negócios são volumosos. Temos contratos com duas
das maiores empresas de vendas por mala direta e você deve lembrar que temos nossa própria cadeia de ponta de estoque. É uma tremenda operação.
— Deve dar rios de dinheiro — comentou Vivian, e Anahí podia ver
os cifrões
nos olhos dela.
As sobrancelhas de Alfonso moveram-se, mas ele não respondeu.
Quando terminaram o tour,
Vivian convenceu Alfonso a levá-la para um café e ele deixou Any com um gravador
cheio de cartas a serem datilografadas. Ela ficou revoltada, pois Vivian havia tomado
café-da-manhã em casa e ainda ganhava café e rosquinhas, enquanto ela, que
havia sido afastada de seu café, não recebia nada. Sentiu-se um tanto reconfortada quando
Alfonso voltou e pôs um copo de isopor com café e uma embalagem de lanchonete na
frente dela.
— Café-da-manhã — disse. — Lembro que fiz com que perdesse o
seu.
Ela sorriu, satisfeita.
— Obrigada, Alfonso.
Ele deu de ombros e caminhou até a porta que separa o seu escritório do dela.
— Algum problema com o gravador?
— Só com a sua linguagem — respondeu, atrevida. Ele levantou a
sobrancelha, divertido.
— Não pense que vai me mudar, Any.
— Não conheço mulher corajosa o suficiente para
tanto, Alfonso — disse com doçura angelical, enquanto ele saía da sala. Deixando o trabalho de
lado, abriu seu café fumegante.
Era quase fim de expediente quando Christopher passou no
escritório
para visitar Alfonso. Ele apoiou as mãos na mesa de Any e sorriu para ela.
— Vida dura, hein?
— Você não sabe nem da metade — lamentou-se. — Nunca imaginei a quantidade de
correspondência
necessária
para manter uma fábrica como essa funcionando. Alfonso escreve até para deputados, senadores e para a
associação
de indústrias
têxteis.
Aliás,
eu não
sabia que esse ano ele é o presidente.
— Viu o quanto está aprendendo? — provocou Christopher.
Segurou-lhe o queixo, inclinando-se para sussurrar:
— Alfonso já lhe deu chibatadas?
— Ele tem uma chibata? — sussurrou de volta, rindo.
Por azar, exatamente neste momento Alfonso resolveu abrir a
porta do escritório. Lançou um olhar tão tenebroso para Christopher, que
este se afastou da mesa e enrubesceu.
Alfonso fechou a porta de seu escritório.
— Leve Anahí para casa — disse secamente. — Vivian e eu vamos jantar fora.
Deixou o escritório sem olhar para trás, enquanto Anahí permaneceu sentada,
com o coração
apertado, pensando como Alfonso podia ter sido tão carinhoso mais cedo e tão detestável agora. O que foi que ela fez? Ou será
que Alfonso já estava começando
a se arrepender?
Os dias transformaram-se em rotina. De manhã, Anahí ia e voltava do trabalho com Alfonso.
Embora ele sempre fosse profissional com ela, Vivian sempre parecia lívida quando Anahí e Alfonso iam
embora juntos, A não ser candidatar-se a um emprego, a loura fazia de tudo para
manter Alfonso ocupado no seu tempo livre. E era bem-sucedida.
No sábado, Anahí estava disposta a relaxar e, como Vivian havia
convencido Alfonso a levá-la de avião para fazer compras em Atlanta, Anahí chamou Christopher
para ir com ela a um shopping novo da cidade. O pedido pareceu incomodar Alfonso,
mas Anahí ignorou sua irritação. Afinal de contas, que direito ele tinha de
interferir na vida dela? Estava envolvido demais com Vivian para se importar
com o que ela fazia. Só o fato de pensar em ir às ilhas com ele já lhe metia medo, embora soubesse que
jamais seria forte o suficiente para recusar o convite. Amava-o demais, queria
demais sua companhia para recusá-la. Ele podia se casar com Vivian, mas pelo menos Anahí
teria algumas memórias para guardar.
— Você está me levando para a forca — reclamou Christopher, cambaleando até o banco mais próximo, no shopping movimentado.
Sentou-se e suspirou teatralmente.
— Só fomos a cinco lojas. Você não pode estar cansado.
— Cinco lojas e você experimentou 15 modelitos em cada
uma!
Ela sentou do lado dele, suspirando pesadamente.
— Bem, estou deprimida. Precisava
fazer algo para me alegrar.
— Eu não estou deprimido. Por que tive que
vir junto?
— Para carregar as sacolas — disse ela, espertamente.
— Mas, Anahí, querida, você não comprou nada.
— Comprei sim. Naquela lojinha de onde
acabamos de sair.
Ele arqueou as sobrancelhas.
— O quê?
— Isso. — Entregou-lhe um saquinho contendo
uma caixinha de jóias com um delicado par de brincos de safiras e diamantes
dentro. — Não são lindos? Coloquei na conta do Alfonso.
— Oh, não — ele gemeu, enterrando o rosto nas próprias mãos.
— Bem, você pode carregá-los. Então, será necessário.
— Como vou sobreviver a todas essas
honras que você me
confere? — perguntou ele, com falsa humildade.
— Não seja malcriado — censurou-o, empurrando-o com o
ombro. — Estou realmente deprimida, Christopher.
Ele examinou seu rostinho abatido.
— Qual é o problema, querida? Quer que eu
mate um dragão
para você?
— Mataria mesmo? Chegaria
sorrateiramente enquanto ela dorme e...
— Você precisa fazer um exame de vista — observou ele, erguendo uma
sobrancelha enquanto cruzava os braços e se recostava no banco de madeira. — Vivian não é um
dragão.
— É o que você pensa. Espere até ela ser sua cunhada e me diga se
gosta dela.
— Vivian? Casada com Alfonso? — disse ele, num sobressalto. — De onde tirou essa besteira?
— Não é besteira. Ela faz o tipo dele.
Bonita, sofisticada e loura.
— É o tipo dele mesmo. Mas você realmente acha que ele está pensando em casamento? Isso não faz o tipo dele.
— Vai ver ela é especial — murmurou, odiando tudo naquela
mulher.
Olhou para o vazio, sentindo dores que nunca havia sentido
antes.
— Ela me disse que Alfonso queria que
ela viesse nos conhecer.
— Eu sei. Ela tem poder sobre o pai.
Controla tudo o que ele faz. Ainda não a viu dando ordens a ele o tempo todo?
Ela ajeitou-se no banco e cruzou as pernas.
— Alfonso passa o tempo todo com ela.
Não me
diga que são só negócios — respondeu, alisando o jeans macio da
calça de
grife que usava. Olhou para suas botas de caubói cor de creme e fez uma careta para
o arranhão
que havia na ponta de uma delas.
— Nós também passamos bastante tempo juntos — ele lembrou. — Mas somos só amigos.
Ela suspirou:
— É verdade.
— E Alfonso detesta isso. Olhou para
cima, assustada.
— O quê? Christopher sorriu.
— Ele tem ciúmes — riu.
Ela ficou vermelha como um pimentão e desviou o olhar.
— Você é louco!
— Sou mesmo? Ele é exageradamente possessivo quando se
trata de você.
Sempre foi, mas, recentemente, tenho até medo de me sentar do seu lado quando
ele está em
casa.
Ao ouvir tais palavras, sentiu seu coração disparar. Queria muito que fossem
verdadeiras, mesmo sabendo que não eram.
— Ele é só dominador. — corrigiu, nervosa.
— E mesmo? É por isso que ele começou uma briga com o seu namorado e o
mandou embora? — Christopher olhou-a cuidadosamente.
— Quando voltamos de Charleston, Alfonso
não
estava e você se
escondeu no quarto com dor de cabeça. O que aconteceu entre vocês enquanto estávamos fora?
O rubor dominou-a até os dedos do pé. Não conseguia responder.
— Seu rosto se ilumina quando ele chega — continuou, sorrindo. — E ele a observa, quando acha que não tem ninguém olhando. Parecia uma pantera grande
e esfomeada fitando uma saborosa gazela.
Ela não sabia disso e seu coração se descontrolou.
— Oh, Christopher, jura? — perguntou involuntariamente, seus
olhos revelando todos os sentimentos guardados. Ele assentiu com a cabeça, silenciosamente.
— Era exatamente o que eu pensava — disse, suavemente. — Pendurando seu coração na penca que ele leva nas costas,
querida?
— É assim tão óbvio? — suspirou, melancólica. Fixou o olhar nas pessoas que
passavam.
— É, pois sempre fomos muito próximos. Eu já sabia por que você comprou aquele vestido sexy antes
mesmo de você se
dar conta. Queria saber que efeito ele teria sobre Alfonso. Bombástico, não? — provocou com um sorriso.
Ela enrubesceu loucamente.
— Você se esconde atrás das cortinas? — sussurrou, envergonhada.
— Não sou adolescente, Any. Você e Alfonso sempre tiveram um
relacionamento intenso. Você exige muito dele. E não é difícil imaginar o tipo de reação que causa. Alfonso não é nenhum cavalheiro.
Como Christopher conhecia mal o próprio irmão, pensou, lembrando calorosamente
daquela manhã preguiçosa
no gazebo...
— Ou é? — cochichou ele, reparando em sua
expressão
sonhadora.
— Não se meta.
— Não estou me metendo — disse suavemente. — Mas não quero ver você acabar como a perdedora da história. Alfonso é um homem vivido. Ele pode se sentir tentado
por uma mulher, mas tem medo de redes. Não tente domá-lo. Daria no mesmo que construir uma
cerca em volta do ar.
— Você está querendo dizer que não sou páreo para Sua Alteza.
— E exatamente o que estou querendo
dizer — disse, com suave compaixão, acariciando-lhe a mão. — Anahí, uma mulher vivida pode atrair
um homem de maneiras que uma inocente nem imagina. Não quero vê-la sofrendo. Mas você deve saber que não é páreo para Vivian.
— E quem disse que eu queria ser? Você faz com que Alfonso pareça um...
— Alfonso é meu irmão e eu faria qualquer coisa por ele.
Mas ele acabou de perceber que coisinha deliciosa você se tornou e perdeu o bom senso. No
entanto, não
vai demorar muito para encontrá-lo e esse minúsculo espaço de tempo pode ser o suficiente para
destruí-la. — Apertou a mão
dela e suspirou. — Ame-o como um irmão. Mas não como um homem. Não preciso dizer como Alfonso se
comporta em relação ao amor.
Ela sentiu a vida se esvaindo de seu corpo. Seus ombros caíram enquanto balançava a cabeça levemente.
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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— Ele não acredita no amor — sussurrou, trêmula. — Alfonso só quer uma coisa das mulheres. E você não poder dar isso a ele. Ela sorriu, desejosa. — Mesmo se eu oferecesse, ele não aceitaria. — Não deliberadamente — concordou. — Mas você poderia fazê-lo esquecer seus esc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 407
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alessandrabp Postado em 17/01/2013 - 21:03:10
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaai que fic perfeita,fiquei completamente apaixonada. Você é uma ótima escritora e eu adoro suas fics.
-
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:31:05
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:59
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:36
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:29
Que pena q acabohhhhh :/
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
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Aguardando mais uma web *--* -
jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:23
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:21
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:18
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:15
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