Fanfic: Manhã de outono {AyA [terminada]
CAPÍTULO 2
Durante o restante da noite, tentou evitar Alfonso,
grudando-se em Dulce e Christopher como uma sombra, enquanto cuidava das
feridas emocionais. Alfonso parecia nem notar. Estava com Maude e um dos
congressistas mais jovens do grupo, imerso em uma discussão.
— Sobre o que será que eles estão conversando agora? — perguntou Christopher, dançando com Anahí pelo salão, embalados por uma das poucas músicas lentas do grupo.
— Sobre salvar cobras — murmurou ela, fazendo bico. Seus
olhos estavam repletos de mágoa, escuros como jade.
Christopher suspirou profundamente.
— O que ele fez agora?
— O quê? — perguntou ela, erguendo o rosto
corado e fitando os olhos divertidos e pacientes de Christopher.
— Alfonso. Não faz nem dez minutos que ele chegou
e vocês
dois já estão se evitando. Estão repetindo a briga!
Ela cerrou o maxilar.
— Ele me odeia, eu já falei.
— O que ele fez? — repetiu.
Ela olhou para o botão da camisa de Christopher.
— Ele disse... Ele disse que eu não podia ser promíscua.
— Que bom para Alfonso — disse Christopher, com incômodo entusiasmo.
— Você não entende. Isso foi apenas o início — ela explicou. — Impliquei com ele por não ser nenhum santo, e ele retrucou
dizendo que eu estava me intrometendo na vida dele. — Anahí ficou tensa ao se lembrar da
raiva quente e pungente que emanava de Alfonso. — Eu não queria dizer nada em especial.
— Você não sabia de Delia? — ele perguntou delicadamente.
Ela o fitou, incógnita.
— De quem?
— Delia Ness. Ele acabou de terminar
com ela — explicou.
Seu corpo esbelto foi dominado por uma onda de aflição, e Anahí se perguntou por que
pensar em Alfonso com outra mulher lhe causava essa reação.
— Eles estavam noivos?
Ele riu suavemente, fazendo-a corar.
— Não. Ela está correndo atrás dele desde que terminaram o
namoro, choramingando e enviando cartas. Você sabe como essas coisas podem afetá-lo. — Christopher a segurou e rodopiou-a,
acompanhando a música, voltando a abraçá-la levemente. — Isso não melhorou em nada o humor dele. Acho
que Alfonso ficou contente com a viagem para a Europa. Já faz mais de uma semana que ela não telefona.
— Talvez ele esteja sentindo falta
dela — sugeriu.
— Alfonso? Sentindo falta de uma
mulher? Querida, Você o conhece melhor do que isso. Alfonso é o verdadeiro homem auto-suficiente.
Nunca se envolve emocional-mente com as mulheres.
Ela estava brincando com a gola do terno de Christopher.
— Ele também não precisa descontar a irritação em mim — protestou, zangada. — Principalmente durante a minha festa
de boas-vindas.
— Culpa do fuso horário — defendeu Christopher. Ele parou
junto com a música
e fez careta quando o rock recomeçou. — Vamos nos sentar um pouco — gritou, tentando fazer-se ouvir. — Minhas pernas se embaralham quando
danço
isso.
Ele a acompanhou pelo salão, até a varanda, conduzindo-a,
amigavelmente pela mão.
— Não deixe Alfonso estragar sua noite — disse gentilmente, enquanto se
inclinavam sobre a balaustrada de pedra, olhando para as luzes da cidade, que
brilhavam como jóias no horizonte escuro. — Ele teve uma semana difícil. Não foi fácil resolver a greve na fábrica de Londres.
Ela assentiu, lembrando que uma das maiores indústrias têxteis da empresa estava instalada lá, e essa situação sequer se assemelhava à primeira greve que havia prejudicado
a produção.
— Aquela filial só dá problema — acrescentou Christopher, suspirando. — Não sei por que Alfonso não fecha essa fábrica de uma vez. Temos indústrias o bastante em Nova York e
Alabama para não
permitir a queda da produção.
Ela brincava com as folhas enquanto ouvia a voz agradável de Christopher. Ele estava
explicando como a empresa seria mais lucrativa se eles comprassem duas outras fábricas de algodão, incorporando-as ao conglomerado.
Discorria sobre quantos eixos cada uma teria que operar, e como novos
equipamentos poderiam aumentar a produção. E tudo o que ela ouvia era a voz
intensa e furiosa de Alfonso.
Não era culpa dela que a amante rejeitada dele não aceitava "não" como resposta. E Anahí não precisava investigar a vida
particular dele para saber que Alfonso tinha muitas mulheres. Seu rosto
ruborizou ao pensar em Alfonso envolvendo uma mulher em seus braços fortes, com o torso nu e
bronzeado, acolhendo um corpo delicado contra seu peito musculoso, recoberto
por uma leve penugem escura.
Ela ficou ainda mais vermelha. Estava chocada com os próprios pensamentos. Só tinha visto Alfonso sem camisa uma
ou duas vezes, mas jamais esquecera aquela imagem. Ele era só músculos, e os pêlos negros que o cobriam todo o tórax enfatizavam sua virilidade. Não era difícil entender o efeito que ele causava
nas mulheres. Anahí tentava não pensar nisso. Ela sempre fora capaz de separar o Alfonso
que fazia parte da sua família do Alfonso arrogante e atraente, que cativava
todas as mulheres, onde quer que estivesse. Pensou fixamente em seu rosto
obscuro, e tentou se lembrar que ele a vira crescer — da infância à adolescência — até se tornar mulher, e sabia muito
sobre ela para achá-la atraente. Ele sabia, por exemplo, que ela atirava objetos
na parede quando ficava nervosa, que nunca enchia as fôrmas de gelo. Sabia que tirava o
sapato na igreja e que subia em árvores para se esconder do padre,
quando ele ia visitá-la, nas tardes de domingo. Sabia até mesmo que, às vezes, ela jogava a roupa suja atrás da porta e não no cesto. Anahí suspirou
pesadamente. Ele sabia demais.
— Anahí! Ela assustou-se.
— Desculpe, Phil — disse rapidamente. — Meus pensamentos se perderam na
noite. O que você estava dizendo?
Ele balançou a cabeça, rindo.
— Não importa, querida. Não era nada importante. Está se sentindo melhor agora?
— Eu não estava bêbada — defendeu-se.
— Não, só um pouco tonta. Três taças de ponche, não? E a mamãe despejou toda a garrafa de rum no
drinque, para a alegria de nossos convidados.
— Não percebi que estava tão forte — admitiu Anahí.
— Tem efeito cumulativo. Quer voltar lá para dentro?
— Precisamos voltar? — perguntou. — Não podemos escapar pela porta dos
fundos e ir ver o novo filme de ficção científica que está passando na cidade?
— Fugir da própria festa? Que vergonha!
— É, estou envergonhada — concordou ela. —Mas podemos?
— Podemos o quê!
— Ir ver o filme. Por favor, Phil — implorou. — Salve-me dele. Eu minto para a
Maude e digo que seqüestrei você, sob a mira de um revólver.
— Você vai fazer isso? — perguntou Maude, rindo. — Por que você quer seqüestrar o Christopher?
— Tem um filme novo de ficção científica e...
— E assim você ficaria longe de Alfonso até amanhã de manhã, é isso? — adivinhou a mãe de Christopher.
Anahí suspirou, apertando as mãos.
— É — admitiu.
— Bem, eleja foi embora. Ela ergueu os
olhos rapidamente.
— Alfonso?
— Sim, Alfonso. — Maude riu suavemente. — Reclamando da banda, do ponche, dos
políticos,
do fuso horário,
dos sindicatos, da poluição, das mulheres. Eve quase chorou de alívio quando ele disse que ia se
retirar.
— Espero que ele tropece pelo caminho.
— Você é muito maliciosa, não? — perguntou Christopher, implicando
com ela.
Maude curvou-se, cansada.
— De novo, não. Sinceramente, Anahí Giovanna, essa
guerra eterna entre você e o meu filho mais velho vai me deixar com úlcera! O que ele fez dessa vez?
— Disse que ela não podia ser promíscua — revelou Christopher. — E ficou zangado quando ela disse que
ele a tratava de uma maneira, mas agia de modo contrário consigo mesmo.
— Anahí, você não disse isso para o Alfonso! Anahí
parecia um pouco desconcertada.
— Eu só estava brincando.
— Querida, sorte você não estar próxima a nenhum poço onde ele pudesse jogá-la — Maude disse. — Ele está completamente mal-humorado desde que
Delia, com quem ele se divertia, tornou-se muito possessiva e ele a dispensou.
Lembra, Phil? Foi quando Anahí escreveu dizendo que ia fazer um cruzeiro em
Creta com Missy James e o irmão dela, Lawrence.
— Por falar em Dereck — disse Christopher, pronunciando o
nome dramática-mente —, o que aconteceu?
— Ele me fará uma visita quando terminar o
congresso de escritores — disse ela, sorrindo. — Ele acabou de vender outro livro de
mistério
e está muito entusiasmado.
— Ele planeja passar alguns dias aqui? — perguntou Maude. — Alfonso não gosta de escritores, desde que aquele repórter fez uma matéria sobre seu caso com a garota do
concurso de beleza. Como era o nome dela, Phil?
— Dereck não é repórter — Anahí rebateu. — Ele só escreve ficção.
— A matéria de Alfonso com a garota do
concurso era exatamente isso, ficção — sorriu Christopher.
— Você não pode hospedar Dereck enquanto Alfonso
estiver aqui. Tenho a impressão de que ele não gosta desse homem.
— Dereck não aceita derrotas — respondeu Anahí, lembrando do
temperamento difícil e do cabelo vermelho do amigo.
Maude franziu o cenho, enquanto pensava.
— Christopher, acho que você deve dar a Delia e o número de telefone secreto de Alfonso,
antes que o amigo de Anahí chegue.
— Será apenas por um ou dois dias — protestou ela. Seus traços jovens e suaves se acentuaram. — Achei que Greyoaks também fosse minha casa.
Autor(a): theangelanni
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O rosto de Maude ficou mais tranqüilo e ela envolveu Anahí em seus braços. — Querida, claro que é, você sabe disso! Mas Alfonso também está em casa, e isso vai gerar problemas. — Só porque Dereck é escritor? — Essa não é a única razão. — Maude suspirou, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 407
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alessandrabp Postado em 17/01/2013 - 21:03:10
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaai que fic perfeita,fiquei completamente apaixonada. Você é uma ótima escritora e eu adoro suas fics.
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:31:05
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
;D -
mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:59
Que pena q acabohhhhh :/
Simplesmente Perfeitahhhhhh
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:36
Que pena q acabohhhhh :/
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mandycolucci Postado em 21/07/2011 - 13:30:29
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:27
AAAAAAAAAAAAAAAAAA morta forevemente *--*
QUe lindo *o*
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:23
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:21
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jl Postado em 19/07/2011 - 11:54:15
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