Fanfic: Biology (Repostagem)
Capítulo 01.
Era mais um dia como todos os outros. As mesmas pessoas medíocres, os mesmos
ambientes entediantes, a mesma rotina de sempre. Como de costume, o professor
mal comido de geografia passava cinco páginas de lição de casa, e ai de quem
não trouxesse o dever feito no dia seguinte. Materiazinha detestável essa
geografia. E quando eu pensava que nada poderia torná-la mais detestável ainda,
eis que surge na minha escola aquele ser repugnante com sua careca lustrada e
suas calças no umbigo. Resumindo, eu realmente odiava o sr. Hammings.
O sinal irritante tocava, anunciando o início de mais uma aula de biologia, e a
penúltima aula do dia. Pelo menos o sr. Barker não sofria de falta de sexo como
o sr. Hammings. Não parecia nem devia sofrer, com aqueles ombros largos, aquele
sorriso experiente e sempre relaxado, como se nada pudesse tirar aquela
tranqüilidade dele. Fora aquele corte de cabelo que lhe dava um ar de 20 quando
na verdade ele era dez anos mais velho. Um belo rosto que arrancava suspiros
por onde passava, e uma voz confiante que prendia a atenção de todos os alunos
e os fazia entender a matéria mais complexa do mundo em um segundo eram os
últimos detalhes que faltavam para torná-lo o professor perfeito.
Pra mim, ele era um ótimo educador. Desenvolto ao falar, paciente e muito bem
informado sobre tudo, sabia como eliminar todas as possíveis dúvidas de seus
alunos com um sorriso no rosto e palavras simples. Minha facilidade em biologia
me dava tempo de sobra para analisar seu jeito de falar, de andar, de gesticular
e de agir, ao invés de prestar atenção na matéria. O que eu adorava fazer, até
mesmo sem querer. Tipo agora.
- Bom dia, professor - ouvi a voz da retardada da Kelly Smithers gemer
assim que pude ver a cabeleira do sr. Barker entrar na classe. Bem daquele
jeitinho ‘oi sou p.uta quero dar pra você na sala dos professores`, enquanto
mascava seu chiclete daquele jeito vulgar que a maioria das pessoas daquele
colégio estúpido costumava fazer.
- Você sabia, srta. Smithers, que uma pessoa que masca chiclete de boca aberta
engole muito mais bactérias do que uma pessoa que masca chiclete de boca
fechada? - Andrew Barker, meu professor de biologia falou, enquanto colocava
seu material sobre sua grande mesa - Além de ser algo extremamente desagradável
de se ver.
Contive minha gargalhada num sorriso de canto de boca, praticamente comendo
aquele homem com os olhos. Adorava o jeito com o qual ele simplesmente deixava
aquela p.iranha da Smithers no chão sem se rebaixar ao seu nível. E por incrível
que pareça, ela continuava com seu mesmo jeito fútil, mascando furiosamente seu
chiclete de morango, enquanto sua amiga fazia cara de (p.uta) chocada. Só não
continuei me divertindo com a cara de azulejo dela ao ser consolada por sua
amiga porque havia algo muito melhor pra ser observado naquela sala. Algo que
tinha nome, sobrenome, e um sorriso estonteante.
Você deve estar pensando que eu sou a maior pervertida da face da Terra. Mas
você só diz isso porque seu professor de biologia não é o cara mais lindo que
você já viu pessoalmente. Ter que agüentar 50 minutos semanais com um homem
desses sem ter pensamentos como os meus era impossível, vai por mim. Eu sabia
que era errado, que eu jamais poderia chamar a atenção de um homem como o
professor Barker, mas eu me esforçava pra ser sua melhor aluna. E é claro que
eu conseguia.
- Onde foi que eu parei, Delafield? - ouvi sua voz firme perguntar se
aproximando da minha carteira com um sorriso animado, enquanto apoiava uma das
mãos no encosto da carteira à minha frente e se curvava pra ler minhas
anotações.
- Na última aula o senhor começou a explicação sobre genética - respondi,
inalando aquele perfume de homem cheiroso que eu amava sentir toda vez que ele
estava por perto. Sempre me disseram que esses caras ligadões na natureza têm tendências
meio hippies, ou seja, não tomam banho e conseqüentemente fedem. Andrew Barker
era a prova viva de que aquilo era puro mito. Ou então, era uma linda exceção.
- Alguma dúvida sobre o que eu já expliquei? - ele murmurou, com sua habitual
simpatia com relação a mim. Ele sempre fazia aquela mesma pergunta quando
começava um novo conteúdo, como se precisasse da minha opinião sobre a
qualidade de sua aula. E eu sempre respondia a mesma coisa, com um sorriso
meigo no rosto:
- Nenhuma, professor.
Aliás, eu tenho uma: quando o senhor pretende virar pedófilo?
A aula de biologia se passou sem maiores novidades. O professor perfeito
explicando a matéria que eu já sabia de cor enquanto a Smithers ficava com cara
de tacho, ainda engolindo zilhões de bactérias. As coisas fluem tão bem durante
a aula do sr. Barker que ele sempre faz tudo que precisa fazer e ainda sobram
uns 10 minutos pro pessoal conversar ou tirar alguma dúvida mais complicada. Se
eu te dissesse que nunca tinha nenhuma dúvida e detestava praticamente todas as
pessoas da minha classe, você provavelmente pensaria que eu não me encaixo em
nenhuma das duas opções. Mas se eu te dissesse que parte do corpo docente da
escola simpatiza comigo, você talvez entendesse como são os finais das minhas
aulas de biologia.
- Outra vez geografia? - ouvi aquela voz de homem mais velho perguntar
atrás de mim, num tom simpático, e tirei meus olhos do caderno onde eu
terminava de copiar a matéria do Hammings. Me deparei com aqueles dois olhos
Verdes brilhantes me encarando, acompanhados daquele sorriso de quem ainda não
se tocou de que é lindo de qualquer jeito, e precisei de muito autocontrole pra
apenas sorrir normalmente.
- Pois é, tá virando rotina - respondi, voltando a escrever pra evitar que
minha baba escorresse - Por mais que eu tente, não consigo ler esse garrancho.
- Não posso falar muito, minha letra também não é das mais legíveis - ele riu,
sentando-se na carteira agora desocupada à minha frente e ficando de lado pra
conversar comigo - Mas eu pelo menos tento poupar vocês de entender o que eu
escrevo.
- O senhor nunca escreve nada na lousa - falei, rindo um pouco e olhando pra
ele. Sério, me diz como você consegue ficar rosadinho desse jeito 24h por dia?
- Por isso mesmo - o sr. Barker sorriu, me dando uma piscadinha que fez meu
coração ter um ataque epilético - E eu sei que mesmo que eu escrevesse alguma
coisa, você seria a última pessoa a copiar.
- Por que o senhor acha isso? - perguntei, quase ofendida, e ele apenas
respondeu calmamente:
- Porque você praticamente sabe tanto sobre biologia quanto eu, e copiar o que
eu escrevo seria desperdício de papel, de tinta e do seu tempo.
Fiquei com aquele sorrisinho de picolé de chuchu, super sem graça, e tudo que
consegui dizer algum tempo depois foi:
- Vamos pensar positivo... Pelo menos eu estaria evitando o desmatamento de
algumas árvores ao economizar papel.
O sr. Barker, que antes estava com o olhar perdido na dorminhoca da Amy
Houston, fechou os olhos e deu risada da minha péssima frase. Como se ele já
não tivesse besteiras piores pra agüentar, eu ainda falava uma merda daquelas.
- Se eu não soubesse que você consegue formular frases melhores, ia te
dar um ponto de participação pela sua brilhante conclusão - ele ironizou,
sorrindo de um jeito divertido antes de se levantar e ir acordar a Houston pra
que ela não começasse a roncar mais alto. Preciso descrever o estado de
profunda melancolia no qual eu me encontrava depois daquele momento? É, eu
sabia que não precisaria.
Ainda frustrada comigo mesma, arrumei meu material rapidamente pra ir pra
última aula, que era no laboratório. Na minha escola, tínhamos duas frentes pra
física, química e biologia: as aulas teóricas, na classe, e as aulas práticas,
nos laboratórios. Como nas aulas práticas os alunos aplicam seu conhecimento
teórico em experimentos, você provavelmente deve ter deduzido que eu sou
igualmente inteligente em biologia laboratório. E eu sou mesmo. Mas eu gostaria
muito que um dia alguém me explicasse por que eu sempre, sempre ficava de recuperação
nessa matéria.
A explicação que eu via como a única possível era a de que o professor de
laboratório não ia com a minha cara. Infelizmente, o sr. Barker não dava aulas
práticas pra minha turma, só as teóricas. Nosso professor de laboratório era o
ser mais detestável, ignorante, repugnante, metido e tudo de patético que um
homem pode ser. Mantinha sempre aquele ar superior em relação aos alunos, a não
ser pra p.iranha da Smithers, porque ele provavelmente já tinha comido ela. E
três quartos das garotas da escola. Dormir com professores era quase uma rotina
na minha escola.
Juro que não sei como essas meninas conseguem ver alguma qualidade naquele
cara. Sua risadinha de desprezo me irritava, aquela voz de quem está sempre
zoando da sua cara me deixava fula da vida, e eu realmente abominava suas
piadinhas sem graça com o povo idiota da minha classe. Resumindo, meu professor
de biologia laboratório era provavelmente o professor mais ridículo que você
poderia encontrar naquela escola.
- Bom dia, professor - ouvi Kelly repetir, do mesmo jeitinho de 50
minutos atrás, quando se sentou de frente pra bancada. A única diferença era
que agora ela estava mascando um chiclete de uva. Como uma pessoa consegue ser
um déja-vu vivo sem querer explodir os próprios miolos?
- Bom dia, Smithers - aquela voz arrastada de homem tarado respondeu, se
aproximando meio indecentemente da garota com uma expressão no mínimo enojante
- Eu ia perguntar como você vai, mas a sua saia já me deixou ver que você
continua muito bem como sempre.
Francamente, se fosse comigo eu já metia a mão na fuça daquele merda. Mas
graças a Deus, não era, então eu apenas ignorei as preliminares dos dois seres
acéfalos presentes no laboratório e comecei a copiar o relatório que já estava
escrito na lousa. Pelo menos esse professor tinha uma letra um pouco mais
compreensível. Provavelmente a única qualidade que ele tinha.
- Professor, hoje o senhor vai entregar os relatórios das aulas passadas pra
gente poder estudar pra prova? - Amy Houston perguntou, parecendo sonolenta.
Acho que ela só não dormia nas aulas práticas porque as bancadas costumavam ter
uma limpeza reforçada com alguns produtos aos quais Amy era alérgica. Eu sei
disso porque um dia ela cochilou no meio da explicação e seu rosto ficou todo inchado
e empipocado só do lado que esteve em contato com a bancada. Esse dia foi bem
nojento, mas pelo menos agora a Amy descobriu que tem colegas de classe e que
pode se socializar com eles quando não estiver com tanto sono.
- Tá com pressa, Houston? - Thomas Armstrong, meu professor de biologia
laboratório, zombou, com aquela rotineira voz de tédio - Se quiser, pode ir
embora... E aproveita pra levar a Delafield com você.
Ergui meu olhar do caderno pra ele, sentindo nojo só de olhá-lo sorrindo
zombeteiramente pra mim. Sem me mexer, apenas respirei fundo e perguntei,
juntando toda a educação que meus pais haviam me dado:
- O que foi que eu fiz dessa vez?
O professor Armstrong, parado do lado da p.uta-mor, apenas continuou me
olhando, como se me comesse com os olhos. Que p.orra, por que ele tem que ficar
me olhando assim toda santa aula? Acho que ele devia ter algum tipo de fetiche
por pessoas que o odeiam.
- Eu não mandei ninguém copiar o relatório da lousa - ele respondeu,
calmamente, caminhando devagar até mim com um sorriso maligno no rosto, e antes
que eu pudesse ver o que tinha acontecido, a folha onde eu já tinha copiado
metade da lousa cheia estava amassada em suas mãos - Ainda.
Ele abaixou o rosto pra ficar na mesma altura do meu, e eu imediatamente me
afastei, concentrando toda a minha repulsa por ele somente no olhar. Meu Deus,
como aquele cara era insuportável! No meu último dia de aula naquela escola,
jurei pra mim mesma que meteria um tiro de bazuca na cabeça dele. E esse
pensamento estava ficando cada dia mais forte. Se bem que seria uma pena
estragar aqueles olhos tão intensamente azuis que sabiam exatamente como chamar
a atenção naquele rosto. Mas quem liga pra isso mesmo? Ah, é, eu que não.
A classe toda observava o momento tenso em silêncio, e eu pude ver de rabo de
olho que a Smithers estava se divertindo com a minha tortura. O sr. Armstrong
jogou a bolinha de papel que antes era meu relatório por cima de seu ombro,
fazendo-a voar longe sem precisar se esforçar muito, e murmurou debochadamente
a frase que ele sempre usava comigo antes de me deixar em paz enquanto não
houvesse motivo pra me ridicularizar:
- Tudo de novo, Delafield.
Toda semana era o mesmo sofrimento. Ainda bem que só tínhamos uma aula
de biologia laboratório por semana, o que já era muito pra mim. Aturar o
desprezível do Armstrong tirando sarro da minha cara pelos motivos mais idiotas
e o pior, fazer todos rirem disso, era extremamente irritante. Só sendo quase
santa pra ignorar aquele retardado e conseguir terminar meus relatórios.
Na verdade, eu nem sei por que insistia tanto em fazer alguma coisa naquela
aula idiota. A dura realidade era: por mais que eu me concentrasse ao máximo e
fizesse o relatório perfeito, ele sempre me dava, no máximo, um terço da nota.
Um terço da nota, você sabe o quanto isso representa? Quase nada! E aquele p.uto
nunca me dava mais que C nos relatórios! Dá pra acreditar que uma pessoa que tira
A+ em biologia teoria tira C em biologia laboratório? Meio esquisito, não
concorda? Pois é, a diretora não. Aliás, discordava tanto que vivia chamando
minha mãe na escola porque eu não conseguia tirar uma nota igualmente boa em
laboratório durante o ano todo e sugeria que minha mãe me ajudasse e me
encorajasse a estudar mais. Eu vou encorajar essa diretora a tomar no c.ú, isso
sim.
Enfim, logo a aula acabou, a tortura semanal tinha chegado ao fim, e eu
alegremente (por dentro, porque externamente eu continuava com minha cara de
repugnância) entreguei mais um dos meus relatórios perfeitos. Enquanto guardava
minhas canetas no estojo, percebi uma movimentação estranha atrás de mim e
pulei de susto quando ouvi alguém falar comigo de tão perto.
- Vê se aprende a só fazer as coisas quando te mandam fazer, Megan - o
sr. Armstrong sussurrou, por trás de mim, com sua habitual voz de maníaco.
Recuperada do susto, olhei pra ele com cara de nojo e respondi, com a voz mal
educada:
- Primeiro, nem o senhor nem ninguém me diz o que fazer. E segundo, eu não te
dei a liberdade de me chamar pelo nome, e nem pretendo dá-la ao senhor algum
dia.
Voltei minha atenção pro zíper do meu estojo que tinha emperrado bem naquele
momento agradável, e só então percebi que o laboratório estava vazio a não ser
por nós dois. Fiquei mais alerta do que já estava, preparada pra enfiar o
compasso no olho dele caso me sentisse ameaçada ou coisa do tipo, mas tudo que
ele disse, com um risinho pervertido enquanto me olhava de cima a baixo, foi:
- Um dia você ainda vai me dar muito mais que a liberdade de te chamar pelo
nome... Meg.
Paralisei quando o ouvi dizer aquela frase, ainda mais pronunciando meu apelido
daquele jeito sujo. Sem conseguir conter meu impulso, dei um tapa forte na cara
dele. Pego nem tão de surpresa assim, já que ele devia estar acostumado a
apanhar de algumas alunas mais resistentes, ele colocou uma das mãos sobre o
lado atingido do rosto e voltou a me olhar, com um risinho de deboche no rosto.
- Não sabia que você era do tipo agressiva, Delafield - ele sorriu, me deixando
com mais raiva ainda - Vai ser mais gostoso ainda quando você vier fazer a
recuperação depois do almoço. Sozinha, como sempre, já que só você consegue a
façanha de ficar de recuperação em laboratório.
Quase voei no pescoço daquele pedófilo safado nojento idiota. Recuperação de
novo? Pelo amor de Deus, por que ele simplesmente não conseguia me dar uma nota
justa? Só porque eu não queria dar pra ele? Que droga, é tão difícil entender
que ele consegue me deixar cada dia mais furiosa pelo simples fato de existir?
- Por que o senhor não procura uma namorada, hein? - perguntei, no tom
mais educadamente irritado que consegui - Sei lá, quem sabe essa sua obsessão
por aluninhas não seja falta de mulheres da sua idade que te suportem sem
receber uma recompensa por isso.
Dei uma boa olhada na cara de bosta que ele fez e saí do laboratório, com um
sorrisinho triunfante no rosto. Ele pode até ser cheiroso e ter olhos bonitos,
mas não é nem nunca será nem metade do homem perfeito que o professor Barker é.
Falando nele, olha só que bonitinho ele saindo da sala do primeiro ano, todo
rodeado de alunas com shorts mínimos e maquiagem pesada.
Aspirantes a Kelly Smithers? Isso mesmo.
Passei por ele, virando logo em seguida pra descer as escadas, e assim que me
viu, abriu um sorriso de orelha a orelha. Foi só impressão minha ou esquentou
de repente depois daquela demonstração linda de alegria?
- Já ia passar sem me cumprimentar, é, Delafield? - o sr. Barker brincou,
descendo rapidamente as escadas e se livrando das pirralhas com seus passos
largos. Soltei um risinho envergonhado, tentando não ferrar com tudo de novo.
- Imagina, professor - respondi, na dúvida entre olhar pros degraus e não cair
ou olhar pra ele e ter uma arritmia - Tava distraída pensando em outras coisas,
nem tinha visto o senhor ali.
- Acho que já sei qual é o seu defeito - ele disse, entortando a boca e
cerrando os olhos - Você vive pensando demais.
- Como assim, professor? - perguntei, com o coração quicando dentro do peito,
só Deus sabe por quê. Tá, eu sei por que.
- Talvez você devesse pensar menos e se arriscar mais - o sr. Barker disse, com
um sorriso esperto, quando saímos do prédio - Quem sabe você não acaba se dando
bem?
Oi, foi só impressão minha ou ele tinha acabado de me cantar? Meu Deus
do céu, aquilo sim era homem! Sorri pra ele, envergonhada, e sem dizer mais
nada, ele apenas continuou andando em direção à saída já lotada da escola.
Observei sua cabecinha sumir em meio à multidão de alunos, com o coração
disparado, até ouvir uma voz falando comigo.
- Caraca, Megan, você realmente consegue me irritar quando resolve não ver nem
ouvir nada ao seu redor - Shannon, minha melhor amiga e única aluna decente
naquela escola, reclamou, parando bem à minha frente e me impedindo de ver o
sr. Barker entrando em seu carro.
- Foi mal, Sha - balbuciei, me esticando pra tentar vê-lo, mas seu carro logo
acelerou e sumiu pela rua cheia de veículos de pais de alunos.
- O que foi, tá olhando o quê? - ela perguntou, olhando por cima de seu ombro,
e eu apenas balancei a cabeça negativamente.
- Tava procurando minha mãe - menti, o que agora não seria tão mentira já que
eu realmente comecei a procurá-la - Preciso ir embora logo hoje, senão vou ter
que fazer a prova de recuperação sem almoçar.
- O Armstrong te deixou de recuperação outra vez? - ela adivinhou, revirando os
olhos, e eu assenti, com a maior cara de paisagem - Megan, você já pensou em
reclamar com a diretora?
- E você acha que eu nunca fiz isso? - bufei, irritada - Todo santo bimestre
minha mãe é obrigada a vir aqui graças àquele merda pra ver o que tem de errado
comigo, mas tudo que a diretora faz é me mandar estudar mais!
Shannon ficou sem saber o que dizer. Eu já tinha tentado de tudo, até mostrar
meus relatórios pro sr. Barker, mas tudo que ele dizia era que os professores
não podiam influenciar nas notas das outras matérias, por mais absurdo que
aquilo fosse. Vamos combinar, biologia, seja teoria ou laboratório, era a mesma
droga de matéria! Resumindo, o sr. Armstrong podia deitar, r.olar e foder com a
minha nota que ninguém podia fazer nada contra ele. Por que eu ainda estudo
nessa escola mesmo?
- Se ainda tivesse um jeito de fazer essa cisma que ele tem contigo
sumir... - ouvi Shannon murmurar, me olhando vagamente como se estivesse
pensando alto.
- Até tem um jeito - falei, incomodada por ter que admitir aquilo - Você sabe
que o Armstrong vive dando em cima de mim.
- Mas você não considera isso uma opção... Considera? - ela cochichou,
assustada, como se ninguém naquela escola tivesse pegado um professor pelo
menos uma vez na vida - Quer dizer, você odeia ele.
- Eu jamais conseguiria me imaginar sequer num diálogo amigável com aquele
idiota - respondi, sendo muito sincera - Mas não custa nada considerar essa
hipótese como uma opção de emergência.
Vi o carro de minha mãe chegando e logo me despedi de Shannon com um beijinho
no rosto. Enquanto caminhava até o carro, pude ouvir a voz dela falar, num tom
preocupado:
- Olha lá o que você vai fazer, hein!
Revirei os olhos e entrei no carro, ignorando o que ela tinha dito. O que ela
tava pensando? Que eu realmente ia me sujeitar a qualquer tipo de relação com o
Armstrong por causa de nota? Eu jamais faria uma coisa dessas, nem que fosse
pra tirar A+ em todas as matérias sem nem ter que pisar naquela escola. Um
idiota embrulhado num corpinho bem definido e perfumado não vale o sacrifício,
pode apostar.
Autor(a): Nique
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 02 Parei em frente à porta do laboratório de biologia, recuperando o fôlego perdido ao subir seis lances de escada em trinta segundos. E também respirando fundo pra agüentar alguns minutos com aquele ignorante do Armstrong. - Tá enr.olando aí por que, Delafield? - ouvi aquela voz irritantemente metida per ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 628
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juliaqueiroz Postado em 21/10/2012 - 13:27:14
Amei *-* SEGUNDA TEMPORADAAA :D
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vitoriakarine Postado em 08/08/2012 - 17:03:21
EEI, já terminou que pena :( e a segunda temporada? ;'(
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giovana74 Postado em 11/01/2012 - 00:31:56
Essa web é demais!!!
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susannevondy Postado em 07/11/2011 - 22:08:35
aaaaaaaaaaaaaaaa ja terminou? quero a segundaaaaaaaaa temporadaaaaa
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:06:06
POsta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:05:57
Posta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:05:16
Posta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:48
Posta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:30
Posta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:18
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