Fanfic: Biology (Repostagem)
Tudo bem, amor - falei, engolindo todos os meus pensamentos e
brincando timidamente com seus dedos - Eu não me importo, de verdade.
E não me importar seria mil vezes mais fácil se Thomas aparecesse mais tarde.
Pensando bem, ai dele se não aparecer. Será um homem desonrado, se é que você
consegue associar essa palavra à existência de bisturis afiadíssimos nos
laboratórios de biologia.
OK, finja
que eu não pensei isso. Minha mente é podre demais pra ser levada a sério.
- Eu queria que esse fim de semana fosse perfeito - Drew sussurrou, segurando
minhas mãos com tamanha delicadeza que elas pareciam ser feitas de um material
sagrado - Mas como sempre, eu estraguei tudo.
- Ei - resmunguei, fazendo cara de brava - Não começa, Barker.
Ele apenas suspirou e ergueu seu olhar de minhas mãos para meus olhos, sorrindo
logo depois e dizendo:
- Você não existe mesmo.
É, eu sei. Outra coisa que não existe é uma coisa chamada tempo. Cadê ele que
não passa pra que Thomas chegue logo?
Argh... Não preciso nem dizer que é pra você riscar essa frase da sua memória
também. Talvez nem o inferno seja ruim o suficiente pra mim.
- Como não? Estou bem aqui - sorri fraco, procurando seu olhar baixo com o meu
e me sentindo uma tremenda hipócrita, falsa, traidora e metida, mas sem deixar
tudo isso transparecer. Drew riu por alguns segundos, mas logo voltou a fazer
cara de dor, e eu o imitei inconscientemente. Aquela noite seria um tanto
sofrida para ele, pobrezinho.
Ficamos por mais umas duas horas deitados na cama, vendo TV e conversando,
tendo que nos contentar somente com o contato corporal de nossas mãos dadas.
Pela primeira vez na vida, o tempo com Drew me pareceu vagaroso, lento, quase
entediante. E quando enfim ele adormeceu pesadamente, feito uma criança cansada
de todas as estripulias feitas durante o dia, eu me vi sem saber o que fazer. E
totalmente sem sono.
Subitamente, uma euforia estranha tomou conta de mim, como um animal fincando
suas garras e declarando território dentro de meu peito. Uma ansiedade
incontrolável me dava a sensação de que cada pedaço de mim tremia de agonia, e
o ar não encontrava espaço em meus pulmões, me causando uma certa tontura.
Olhei instintivamente pro relógio, me sentindo sufocada: uma e dezenove. Já era
tarde e só o que eu deveria fazer era deitar e tentar dormir. Mas meu corpo
implorava para sair dali.
Me
esgueirei pra fora da cama, e felizmente, Drew continuou imóvel. Desci as
escadas, sentindo minhas pernas trêmulas, e prendi meu cabelo de qualquer
jeito, com a intenção de refrescar minhas costas. Merda de ansiedade idiota que
me fazia suar frio. Abri a geladeira e enchi um copo com água, dissolvendo uma
pitada de açúcar nele e engolindo todo o seu conteúdo em menos de cinco
segundos. Água com açúcar não costumava adiantar comigo, mas eu tinha que
tentar de tudo.
Os segundos foram se acumulando devagar, transformando-se em minutos, e o sono
simplesmente se recusava a vir. Me peguei perambulando ao redor dos móveis da
sala, com o olhar fixo em qualquer parte do piso e a mente perdida em só Deus
sabe quais pensamentos. Quando olhei para o relógio da cozinha, ele já marcava
duas e trinta e sete, e eu me sentia como se tivesse acabado de acordar do sono
mais revigorante de minha vida. Bufei, frustrada com minha insônia
inexplicável, e me joguei no sofá, derrotada. Olhei distraidamente pela janela
da sala, e quando finalmente assimilei o que vi, quase pulei de susto: faróis
se aproximavam rapidamente da casa, anunciando a chegada de um carro. Meu
coração quase foi parar perto de meu cérebro, tamanho foi o meu susto, assim
como foi simplesmente impossível não pensar numa das únicas pessoas que
passariam por aquela rua àquela hora da noite.
Sem que eu me desse conta do que estava fazendo, vi que estava de pé, e
caminhava energicamente em direção à porta da casa. Por mais que minha
consciência me alertasse sobre a loucura que eu estava cometendo, minhas pernas
haviam adquirido vida própria e se recusavam a obedecê-la. Abri a porta,
ofegante, e tudo que vi foi a rua vazia e o carro de Drew estacionado,
exatamente como estava desde que havíamos chegado. Me aproximei da rua,
procurando os faróis que eu jurava ter visto, mas não havia absolutamente nada
que pudesse ter emitido qualquer tipo de luz por ali.
Autor(a): Nique
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Franzi a testa, começando a ficar assustada de verdade com minha capacidade de imaginação, e entrei em casa, voltando a me sentar no sofá. Ótimo, além de adúltera, eu estava ficando louca. Mais meia hora de insônia se passou, e eu comemorei sarcasticamente a chegada das três da madrugada, com quase todas as m ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 628
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juliaqueiroz Postado em 21/10/2012 - 13:27:14
Amei *-* SEGUNDA TEMPORADAAA :D
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vitoriakarine Postado em 08/08/2012 - 17:03:21
EEI, já terminou que pena :( e a segunda temporada? ;'(
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giovana74 Postado em 11/01/2012 - 00:31:56
Essa web é demais!!!
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susannevondy Postado em 07/11/2011 - 22:08:35
aaaaaaaaaaaaaaaa ja terminou? quero a segundaaaaaaaaa temporadaaaaa
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:06:06
POsta mais
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:05:57
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:05:16
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:48
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:30
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maah001 Postado em 03/11/2011 - 18:04:18
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