Fanfic: Sweet Temptation

Ele saiu do quarto dela, e Dulce tentou colocar todas as sacolas em um canto. Tomou um banho, vestiu uma calça preta e uma blusa azul clara, prendeu os cabelos em um rabo e desceu para o jantar. Fez a refeição junto com Christopher e depois, ambos caminharam pelo jardim. Ele mostrava toda a propriedade e conversava sobre algumas vontades que tinha, e ela fazia o mesmo.

- Não pretendo me mudar daqui sabe?! – ele caminhava com as mãos nos bolsos da calça jeans – Apareceram diversas propostas de compra de mansões, mas gosto dessa. Moro aqui há três anos, quando vim aqui com o corretor, sabia que seria onde eu iria viver. – deu de ombros.
- É linda! – ela disse olhando em volta – Sempre gostou de ter que trabalhar administrando uma empresa? – continuou andando e virou o rosto para olhá-lo.
- Eu sempre soube que seria o que tinha que fazer, cedo ou tarde eu iria herdar isso. Então desde muito cedo, fui me acostumando com a ideia, e quando estava na adolescência, já tinha aprendido a gostar desse mundo. Adoro o que faço, apesar de algumas vezes ficar cansado pela quantidade de viagens. – sentou-se em um banco no jardim – E você? Tenho certeza de que seu sonho não é ser secretária.
- Tem razão. – sentou-se do lado dele – Quando era adolescente, sempre quis ter uma confeitaria. Pouco antes de o meu pai falecer, eu fazia um curso de culinária, nada muito sério. Uma vizinha nossa dava aula para adolescentes e jovens. Ela era chefe de cozinha, tinha o próprio restaurante, mas passava grande parte do tempo em casa depois que seu filho nasceu. Aí ela ensinava as meninas do bairro que estavam interessadas. – suspirou – Só que meu pai morreu e precisei sair, pois tive que ajudar minha mãe com as despesas da casa e fui trabalhar.

- Você é muito nova ainda, Dulce. Pode realizar esse sonho. – segurou-lhe a mão.
-Tenho os pés nos chão, Christopher. Preciso trabalhar pra me sustentar, abrir o próprio negócio não é fácil, você sabe disso. – olhou-o.
- Eu sei disso, e também sei que podemos tudo se realmente acreditarmos. Confia em mim. – beijou-lhe a mão.
- Tudo bem. – suspirou fechando os olhos.

Christopher aproveitou o momento e lhe roubou um beijo. Fora breve, mas cheio de calor. Ele a levou para dentro e foram para o quarto. Daquela vez, não houvera sexo. Christopher fora para o seu dormitório e ela ficou um pouco desapontada. Gostaria de senti-lo novamente. Vestiu um pijama e se meteu embaixo do edredom. 

Acordara perto da hora do almoço. Não tinha noção do quanto estava cansada e só percebera agora o quanto havia dormido. Levantou correndo e tomou um banho, desceu para o café e encontrou com Ruth na cozinha.

- Bom dia, Ruth. Perdi a hora. – explicou-se.
- Bom dia, Srta. Saviñón. – respondeu a senhora, educada – Sente-se e tome seu café, já irei servir.
- Já está quase na hora do almoço, acho que vou beber somente um copo de leite. – sentou-se em um dos bancos do balcão.
- Já pego para a senhorita. – Ruth foi até a geladeira.
- Onde está Christopher? – perguntou sem jeito.

- O Sr. Uckermann foi até a casa da irmã. Ele a esperou um pouco, mas como demorou a acordar, ele não quis despertar a senhorita e foi sozinho. – colocou o copo de leite em cima do balcão – Ele pediu para avisar que durante a tarde virá aqui com a Sra. Chávez.
- Ruth... – ela bebeu um gole do leite e olhou para a governanta – Se incomodaria se eu quisesse preparar uma torta? – perguntou bastante receosa.
- Claro que não, senhorita. É convidada do Sr. Uckermann, sinta-se em casa. – sorriu simpática.
- Então pode me chamar de Dulce? – mordeu o lábio inferior, um pouco tímida.
- Sim, Dulce. – ainda sorrindo – Que tipo de torta quer fazer? 
- Quero fazer uma torta de maçã. Para servir quando Maite estiver aqui. – desceu do banco assim que bebeu seu copo de leite e levou-o até a pia.
- Tenho certeza de que tem todos os ingredientes aqui, mas caso falte alguma coisa, George pode sair para comprar. – Ruth disse indo até a despensa.
- Muito obrigada, Ruth. – disse sem esconder a excitação.

Como a senhora havia dito, todos os ingredientes estavam ali. Rapidamente Dulce preparou a massa, o recheio e montou com todo o cuidado na forma. Colocou para assar e preparou um sanduíche para comer no almoço. Enquanto esperava a torta ficar pronta, ela se alimentou e escovou os dentes. Ficou de olho no relógio esperando a hora de tirar do forno. No momento certo, ela retirou a torta e deixou esfriando em cima do balcão, estava com um cheiro maravilhoso. Subiu para o quarto a fim de esperar por Christopher. Aproveitou que estava sozinha e começou a olhar todas as roupas que havia comprado. Pegou uma lingerie vinho e olhou-a. Era linda, mas com certeza teria vergonha de usar. Não que fosse muito ousada, mas era sexy o suficiente para saber que vestindo aquilo, tinha toda a intenção de mostrá-la, e Christopher não pensaria o contrário. 

- Dulce... – ele abria a porta e ela tentou esconder a peça de roupa que estava nas mãos.
- Oi, Christopher. – disse um pouco agitada.
- O que é isso? – ele tentou olhar, mas ela enfiou de volta na sacola.
- Nada. – visivelmente envergonhada.
- Me deixe ver. – pegou a sacola e tirou a peça de roupa que estava logo em cima.
- Eu não queria comprar. – ela disse imediatamente – Aquelas vendedoras me empurraram várias roupas. 
- Qual o problema, Dulce? – ele disse analisando a lingerie que ela estava ainda a pouco na mão.
- Só acho que... – suspirou – Esquece.
- Não. Me diga qual o problema em vestir uma lingerie dessas?

- Sei lá, não me sinto confortável. Isso é para aquelas mulheres que parecem modelos, lindíssimas, com um corpo maravilhoso... 
- Não ouse continuar. – interrompeu-a colocando tudo que estava nas mãos em cima da cama – Ponha algo na sua cabeça, Dulce María: Você é tão bela quanto todas essas mulheres a que se refere, e me arrisco a dizer que você é ainda mais bonita.
- Não exagere, Christopher. – virou-se e caminhou até a janela.
- Estou sendo sincero. E te digo isso porque sua beleza é natural. As delas muitas vezes são silicone, dietas malucas, cirurgias plásticas, horas no salão para ajeitar o cabelo... – aproximou-se e colocou as mãos sobre os ombros dela – Tenha orgulho por ser bela sem precisar de tudo isso.
- Está dizendo tudo isso para que eu me sinta melhor. – disse baixo.
- Pare com isso, Dulce. – virou-a de frente pra si – Precisamos descer, pois Maite nos espera. Mas não pense que esse assunto vai encerrar aqui. Mais tarde vou te mostrar com gestos tudo que disse aqui. – largou-a e encaminhou-se para a porta – Vamos.

Dulce não disse nada, se limitou a acompanhá-lo. Lá em baixo, na sala de estar, Maite os esperava sentada no sofá. Ao ver os dois, levantou-se e cumprimentou Dulce com um beijo no rosto.

- Olá, Dulce. Como está? – a irmã de Christopher perguntou, simpática.
- Bem e você? – Dulce perguntou da mesma forma.
- Também. – ainda sorrindo – Hoje vamos escolher qual o vestido que você usará no próximo sábado. 
- Já que vocês estarão ocupadas com isso, eu vou até o escritório olhar alguns e-mails. – ele disse para em seguida dar um beijo no rosto da irmã - Podem me chamar se precisarem de algo. – Ele puxou Dulce pela cintura e lhe deu um selinho, deixando-a sem reação.

Christopher saiu em direção ao escritório e Dulce ainda estava um pouco surpresa pelo beijo que ele lhe dera. Era a primeira vez que ele tinha essa atitude diante de uma pessoa. Maite não dera tempo de ela pensar em mais nada, a puxou levemente pelo pulso em direção ao quarto de hóspedes onde Dulce estava. 
As duas entraram e Maite começou a tirar tudo de dentro da sacola e colocar sobre a cama. Olhando tudo atentamente, ela dividia a atenção entre os vestidos e Dulce. Parecia analisar qual ficaria melhor para a ocasião. 

- Experimente esse, Dulce. – pegou um vestido cor de marfim. 

Dulce foi até o banheiro e fez o que Maite havia pedido, voltou para o quarto e a morena colocou a mão no queixo em sinal de que estava analisando.

- Não, essa cor ficou apagada em você por causa do tom de pele. – virou para a cama novamente – Tente esse. – entregou à ela um vestido cor de uva.

Dulce voltou para o banheiro e trocou as peças de roupa. Saiu com o vestido indicado por Maite e viu a morena bater palmas toda sorridente. 

- Perfeito! – exclamou.

O vestido era longo, de um ombro só, com uma faixa também uva embaixo dos seios e um detalhe prateado no começo da alça. A saia dele era solta, e o vestido era todo de seda. 

- Dulce, a sandália certa e o penteado certo, você será a mulher mais linda daquela festa. – Maite foi até as sandálias e pegou uma de salto fino, toda prateada, com um detalhe de brilhantes – Coloque. – Dulce sentou-se e colocou as sandálias – Perfeito! Está divino! – sorriu.
- Tem certeza de que está bom? – perguntou receosa.
- Claro que sim! Agora troque de roupa e vamos descer. – Maite sentou na beirada da cama.

Dulce trocou de roupa novamente e lembrou-se de servir a torta que havia preparado mais cedo. Maite ia comentando com ela sobre a maquiagem e o penteado, que ela certamente teria de fazer no salão de beleza. A irmã de Christopher indicou o que estava costumada frequentar e disse que marcaria uma hora para Dulce no sábado pela manhã.
Dulce foi até a cozinha enquanto Maite chamava o irmão no escritório. Sem demorar, ambos já estavam se juntando à ela e Ruth. Dulce pediu para que fossem se sentar na sala de jantar e em seguida levou a torta, colocando-a em cima da mesa.

- Preparei hoje na hora do almoço. Espero que gostem. – virou-se para Christopher – Me desculpe por ter abusado da sua cozinha.
- Dulce, não precisa me pedir desculpas. Você pode usar a cozinha sempre que quiser. - ele disse tranquilo.
- Obrigada. – sorriu.
- O cheiro está ótimo! Ainda bem que posso comer bastante, tenho a desculpa de dizer que estou alimentando dois. – Maite brincou.

Tirou uma fatia para cada um, inclusive Ruth. Ficou um pouco apreensiva ao vê-los colocando o primeiro pedaço na boca. Maite, a mais efusiva, foi a primeira a se manifestar.

- Dulce, está maravilhosa! – disse assim que engoliu.
- Realmente, está uma delícia. – Ruth confirmou.

Christopher ainda estava calado e ela continuava nervosa. Por incrível que parecesse, a opinião dele era a mais importante. Queria agradá-lo, queria surpreendê-lo, queria mostrar que não sabia somente atender ao telefone, levar papéis até a mesa dele e marcar reuniões. 

– Sinceramente, Dulce. Você tem talento na cozinha. – ele disse e então, sorriu.
- Obrigada. – disse olhando a todos. 
- Depois você tem que me ensinar. – Maite disse olhando para ela – Christian adora torta de maçã, quero preparar uma para ele.
- Tudo bem, é simples. – Dulce sentou-se.

Ela também desfrutou da torta que havia preparado. Realmente estava uma delícia e os elogios a encorajaram a preparar outros tipos de tortas, bolos e doces. Alguns minutos depois que todos já haviam comido, Christian chegou para buscar Maite. Dulce estava na sala conversando com ela quando seu marido apareceu.

- Boa noite. – ele disse assim que chegou.
- Boa noite, meu lindo. – Maite levantou e abraçou-o lhe dando um selinho – Está é Dulce María Saviñón. – disse esticando os braços para mostrar Dulce.
- Muito prazer, Dulce. – ele disse esticando a mão para cumprimentá-la.
- Prazer. – ela cumprimentou-o.
- Eu vou chamar meu irmão, já volto. 

Maite saiu em direção ao escritório de Christopher, Dulce sentou-se no sofá e Christian fez o mesmo sentando-se no sofá que ficava de frente. Logo Christopher voltou ao lado da irmã, sorrindo e caminhando em direção ao cunhado.

- Christian, como vai? – apertou a mão dele.
- Tranquilo. – respondeu.
- Já conheceu Dulce, não é mesmo? – ele sentou-se ao lado dela.
- Sim, Maite me apresentou. – Christian respondeu voltando a sentar.
- Quer beber alguma coisa? – Christopher perguntou passando um braço por cima do ombro de Dulce, deixando-a surpresa.
- Não, obrigado. Como vão as coisas lá na empresa? – Christian perguntou segurando a mão da esposa.
- Uma maravilha! Fechei um ótimo negócio em Washington, as ações da empresa crescem mais a cada dia. – sorriu.
- Papai se orgulharia de ti. – Maite comentou com a cabeça no ombro do marido.
- Graças à Dulce que me ajudou na viagem e organizou minha agenda. – Christopher disse apertando-a um pouco mais ao seu corpo.
- Dulce é anjo que ajudou meu irmão a se organizar. – Maite disse rindo.

Depois de alguns minutos de conversa, ambos foram embora e Dulce subiu com Christopher até seu quarto. Ela abriu o armário e foi ajeitando suas coisas na pequena mala. 

- Amanhã já é segunda, tenho que ir embora. – Dulce disse guardando suas coisas.
- Faremos o seguinte, eu te levo em casa, mas para facilitar, acho melhor deixarmos o que você usará na festa aqui. Maite disse que você irá ao salão que ela costuma ir, é mais perto da minha casa, então você se arruma aqui, é mais fácil também para sairmos juntos se estivermos no mesmo lugar. – ele explicou, mas ela sabia que aquilo era uma ordem, de forma indireta.
- Tudo bem, eu já sei qual usarei. – olhou-o – Mas e todas essas roupas? Onde usarei todas elas, Christopher? A única coisa que faço é ir para o trabalho, e esses vestidos não foram feitos pra isso.
- Relaxe, Dulce. Esqueça isso. – ele disse firme – Acho melhor deixar algumas peças aqui, acho que será necessário.
- Vou separar algumas. – ela olhou dentro das sacolas procurando o que levaria e o que deixaria.
- Dulce, onde está aquela lingerie que eu vi hoje à tarde? – ele perguntou cruzando os braços.
- Naquela sacola vermelha, por quê? – olhou-o apreensiva.
- Vista! – mandou.
- Hã? Vestir? Christopher... – começou.
- Coloque-a, Dulce. Eu disse que aquele assunto não terminaria ali. – disse com veemência.

Mesmo relutante, ela pegou a lingerie e foi até o banheiro. Vestiu-a e colocou um roupão por cima. Voltou ao quarto e ele suspirou. 

- Tire o roupão, Dulce. Ou eu mesmo o farei. – ele levantou uma das sobrancelhas. – ela obedeceu, deixando o roupão de algodão cair no chão.

A lingerie vinho contrastava muito bem com seu tom de pele. O sutiã de renda e bojo realçava seus seios, a calcinha tinha um corte perfeito e estar vestida daquela forma ali na frente dele, a deixava completamente envergonhada. Automaticamente levou os braços até os seios, cobrindo-os. Estava sentindo-se analisada por ele, o que a deixava receosa sobre as conclusões que iria chegar.

- Não se cubra, é um pecado não querer mostrar. – ele já havia se aproximado e retirava os braços dela de cima dos seios.
- Por que está fazendo isso? – ela levantou a cabeça para olhá-lo.
- Quero que veja o que eu vejo. – ele levou-a em frente a um espelho no canto do quarto – Me diz o que vê, fisicamente.
- Vejo uma pessoa baixa, de olhos castanhos, cabelos castanhos, com um corpo normal. – deu de ombros.
- Quer saber o que eu vejo? – ele perguntou por trás dela e Dulce assentiu – Vejo uma mulher com a altura ideal, baixa sim, porém ideal para uma mulher. Brilhantes olhos castanhos, um lindo cabelo, um corpo perfeito. – ele colocou as mãos na cintura dela, olhando sua imagem refletida no espelho – Olhe para você, Dulce. Os seus seios são naturalmente fartos, e preciso te confessar: sou completamente louco por eles. – ela suspirou – Sua barriga é lisa, não tem gordura, suas pernas são firmes, o tom da sua pele é maravilhoso. Por Deus, Dulce María. Enxergue o quanto você é linda! – ele a virou de frente para si – Com toda a certeza, muito mais bonita do que centenas dessas mulheres que você julga serem as ideais.
- Christopher... – ela colocou as mãos apoiadas nos ombros dele – Acho que não me sinto feia, acho que me sinto desmotivada a pensar que posso ser tão bonita quanto qualquer mulher.
- Você pode e é. – ele a pegou no colo e levou-a para a cama – Basta você enxergar que é linda, porque todo mundo ao seu redor já enxergou isso.