Fanfic: Divida de Sangue - Magia Cigana [CANCELADA]

Meu primeiro ano, explorando a America latina, foi...interessante.

Mas, como todos sabem, o passado sempre bate a sua porta.

Foi difícil viver todo esse tempo sem meu caixão e um lugar fixo. Já fazia séculos que eu não era um andarilho...

Continuando, eu tive que fazer a coisa mais clichê do mundo vampiro: dormir em um cemitério.

Passava os dias lá e as noites solto por aí.

Até que, em uma noite, eu o encontrei.

Era um recado: Você não pode fugir do que você é!

Era um lobisomem não muito grande, porém muito forte. Era totalmente descontrolado, parecia ser muito jovem.

Acho que fui o primeiro vampiro que ele viu na vida.

Eu estava na floresta negra de uma vila mexicana, eu estava caçando, animais, é claro. Já o jovem lobisomem parecia estar caçando outra coisa...

O lobo cinza respirou fundo, absorvendo o cheiro do lugar.

Tive certeza de que ele era um jovem lobisomem quando tentei ler sua mente, não tinha nada lá, só...vontade de matar.

É diferente, sabe, quando você lê a mente de um lobisomem mais velho.

Por exemplo, tenho um amigo lobisomem chamado Alfonso Herrera, ele vive com meu conhecido clã Uckermann Pitt.

Alfonso é uma coisa estranha no mundo dos vampiros, lobisomens e afins. Afinal, é o primeiro lobisomem da história a casar com uma vampira e viver com um clã daquele tamanho.

Mas, continuando, no ano passado, quando ele estava transformado em um enorme lobo marrom, pronto para atacar Misha, como todos os outros presentes do castelo Uckermann, eu conseguia ler seus pensamentos e eles eram claros.

Mas a mente daquele jovem lobisomem era a mente de um animal, um lobo comum.

Ele rosnou para mim e pulou na minha direção.

Eu desviei com uma facilidade e uma velocidade que ele não podia acompanhar.

Meu passado tinha vindo atrás de mim. Aquele jovem lobisomem a minha frente me lembrava do que eu era: um monstro caçador de monstros.

Eu fiz o que teria feito se ainda estivesse com meus dois grandes amigos Derrick e Benjamin, caçando monstros: eu o acertei em cheio!

Meus dentes da jugular do lobo, foi perfeito.

Mas...quando eu estava pronto para dar o bote final e acabar com o lobisomem, um jovem, de uns 16 anos, surgiu em seu lugar.

O garoto estava todo ferido e era realmente muito jovem.

Eu li em sua mente sua confusão.

“Oh meu Deus. O que eu fiz? Quem é esse cara? Oh, por Deus que eu não tenha feito nada a minhas irmãs...” –eram seus pensamentos.

-eu me chamo Adam Brody. Sou um vampiro. Caço monstros, como o lobisomem, por exemplo. –eu respondi, sorrindo.

-eu não sou um monstro! –ele gritou.

Mas seus pensamentos o traíram: Eu sou um monstro! Eu não deveria viver...

E depois ele se deu por conta do que estava acontecendo: “Vampiro? Vampiros não existem!” –ele pensou.

-lobisomens também não. –eu disse em alto e bom som.

-como? –ele perguntou confuso, afinal, ele não tinha dito nada, só pensado...

-vampiros são tão reais quanto vocês lobisomens. Agora, diga-me, como você se transformou? –perguntei casualmente.

-pode esquecer! –ele grunhiu.

Mas se entregou em pensamento.

Era sempre assim. Eu só precisava tocar no assunto, a mente logo lembrava do fato.

Ele se chamava Joe Jonas e havia sido mordido por um lobisomem há três semanas. Os moradores de sua vila haviam conseguido matar o lobisomem, o que era meio raro para humanos, mas logo eu entendi porque eles conseguiram e fiquei chocado.

O pequeno e jovem lobisomem a minha frente era um cigano!

Se tem uma coisa que vampiros odeiam são os ciganos!

Eles são um povo cheio de crenças. Eles não nos consideram uma lenda, nos consideram um fato!

Nosso pior inimigo é o lobisomem, que tem a nossa força. Mas nós podemos viver com eles. Afinal, o grande clã europeu até aceitou a relação da vampira Anahí com o lobisomem Alfonso.

Eles aceitaram o relacionamento da vampira com o lobisomem só por causa de um fato que ocorreu há pouco mais de um século: Uma legião formada por um vampiro, um lobisomem, uma freira, um homem invisível, uma paranormal, uma caçadora de vampiros e um cientista hibrido expulsaram o filho do demônio da terra. Então, o grande clã, percebeu que vampiros e lobisomens podem trabalhar em equipe e que os cachorros gigantes podem até ser confiáveis.

[OBS: Algum interesse na história do vampiro, lobisomem, caçadora de vampiros, paranormal, homem invisível, freira e cientista híbrido que salvaram o mundo? Então, sugiro que leia a webnovela A PROFECIA!]

Mas os ciganos têm suas crenças, eles não perguntam se um vampiro trabalha matando vampiros e se alimenta só de animais ou não, antes de matá-lo. Eles simplesmente o jogam em uma pira...se conseguirem pegá-lo, é claro.

-você é um cigano. –sussurrei pro garoto.

-como você sabe? –ele perguntou. Sua mente estava realmente confusa.

-eu sou um vampiro. Não um vampiro qualquer. Eu sei ler mentes. –expliquei sorrindo.

Humanos, vampiros, lobisomens, bruxas e todos os seres do universo ainda achavam estranho quando conheciam alguém que sabia ler mentes.

O jovem cigano lobisomem não foi diferente.

-prove! –ele desafiou.

-eu sei que você se chama Joe Jonas, é um cigano. Foi mordido por um lobisomem e está fora de controle. Ah, e você se preocupa muito com sua mãe e suas irmãs. –eu sorri.

“Como esse cara sabe de tudo isso? Mãe... O que eu fiz!” –ele pensou.

-eu já disse como sei sobre tudo isso. Criança, há mais coisas entre o céu e o inferno que nossa vã filosofia pode entender. –sorri.

-você... –ele hesitou –pode me curar? –ele perguntou.

Sua mente estava cheia de dúvidas. Ele queria saber se havia como deixar de ser um lobisomem.

-não tem cura. E eu também não posso ensinar você a se controlar. Mas conheço quem poça. –sua mente ficou cheia de esperanças.

-quem? –ele finalmente perguntou.

-um lobisomem, amigo meu. –respondi.

-lobisomens e vampiros são amigos? Você tentou me matar! –ele lembrou.

-você estava perigoso. –expliquei.

-mas você pode, pelo menos, impedir que eu machuque minha família. –ele implorou.

Percebi que seus sentimentos eram puros e até ingênuos.

Ele amava a mãe as irmãs.

Havia sido mordido pelo lobisomem original por um ato heróico. Heróico e estúpido! O lobisomem matou seu pai e ele tentou matar o lobisomem. Ele acabou servindo como isca, os moradores da vila prenderam o lobisomem e o mataram. Com a morte do pai ele, seguindo a tradição cigana, era o homem responsável pela família, por ser um único filho, mas agora ele era um grande perigo para sua mãe e irmãs.

Fiquei tocado pelos sentimentos puros da criança.

-eu até posso ajudar você, mas só durante a noite. –expliquei.

-quer dizer que isso não é lenda? Você não pode sair no sol? –ele perguntou confuso e curioso.

-a não ser que eu queira morrer. –eu disse.

-ok. –ele respondeu. Ainda confuso com tudo o que estava acontecendo.

-Mas você também não precisa de uma lua cheia. –eu o lembrei.

-e isso me surpreende. –ele respondeu.

Eu expliquei ao jovem lobisomem o conceito dos lobisomens: Quando eram jovens o lobo aparecia quando queria, quando eram controlados eles só se transformavam quando queriam.

Estava amanhecendo, voltei para o cemitério e o jovem cigano voltou para seu trailer. 

Mas, a partir daquele momento, eu decidi ajudar.