Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

- Anahí, está ainda mais formosa do que eu lembrava - disse Pierre ao entrar na sala e fechar as portas.

- Você é muito amável, monsieur - replicou ela delicadamente. Sentia-se um pouco culpado. -Chame-me Pierre, pequena, já que...

- Não me chame de "pequena"! - respondeu duramente Anahí -. Alfonso me chamava assim, e não quero voltar a ouvir essa palavra.

- Desculpe-me, Anahí.

- Perdoe-me você - disse rapidamente Anahí, sentindo-se uma idiota -. Não queria reagir assim. Acontece que a recordação desse homem ainda vive em minha mente.

- Quem é este homem de quem fala?

- Alfonso é o capitão do "Dama Alegre", o barco que lutou contra o “Canção do Vento".

- É um pirata, não é? - perguntou Pierre, enquanto seus claros olhos pardos observavam o rosto de Anahí.

- Diz que trabalha sob a proteção da Inglaterra.

- Pirata ou particular... é o mesmo, mais ou menos. Ele... bem... ?

- Quer saber se me violou? Sim, muitas vezes - disse Anahí sem ruborizar-se -. Mentiu e me enganou também. Disse que me traria para cá para obter um resgate. Mas mudou e nos levou, a mim e a minha criada, a uma ilha que diz ser sua. Me teria retido ali durante meses se eu não tivesse escapado.

- Essa ilha, tem um nome?

- Não sei. De um barco parece deserta. Há nativos que vivem terra adentro, e há uma grande casa longe da costa que construíram os espanhóis faz muito tempo.

- E como conseguiu escapar desse Alfonso? - perguntou Pierre.

- Deixei a casa enquanto ele dormia, e pude chamar um barco que passava ao amanhecer. Mas devemos voltar para resgatar a minha velha babá!

- Sua criada ainda está nessa ilha?

- Sim.

- Mas provavelmente já esteja morta, Anahí.

- Não! Só a deixei porque pensei que você a regataria. E quero vingar-me de Alfonso. Deve morrer.

Pierre a olhou sobressaltado.

- Anahí, isto é absurdo. Os piratas que assolam estas águas são cruéis. Podem degolar a um homem com toda facilidade. Não sabe o que pede.

- Peço vingança e que se resgate a minha criada. Se não pode fazer isto por mim, encontrarei quem o faça - disse Anahí, tratando de dominar sua fúria.

- Muito bem - disse Pierre, sacudindo a cabeça -. Mas não tenho barcos aqui neste momento; levará algum tempo.

- Não era seu barco que estavam descarregando hoje? - perguntou Anahí.

- Não. Pertence a um velho amigo meu. O conhecerá esta noite durante o jantar. Eu só me ocupava da carga de escravos que comprei, mas isso não lhe diz respeito. - Fez uma pausa, olhando-a pensativamente. Poderias voltar a encontrar essa ilha?

- Tenho um mapa. - Anahí lhe entregou o pedaço de tecido dobrado que o capitão Pawlinsen lhe tinha dado.

- Bem, ao menos com isto não terá que ir muito longe - disse Pierre, pondo o mapa no bolso.

- Mas eu desejo ir contigo - disse acaloradamente Anahí -. Devo ver com meus próprios olhos a morte de Alfonso.

- Veremos. Mas agora, se esperar aqui, terá a surpresa que mencionei antes. - Saiu do seu quarto, esperando que sua mãe pudesse dissuadir a Anahí. Só a idéia de atacar a fortaleza de um pirata era ridícula.

- Mamãe!

Anahí não podia acreditar no que viam seus olhos quando viu aparecer sua mãe na porta. Correu para Marichelo e se abraçou a ela, temendo que fosse só uma ilusão.

- Agora tudo está bem, querida minha. Estou aqui. - Marichelo falava com suavidade, acariciando o cabelo de Anahí.

Ao ouvir as ternas palavras de sua mãe, Anahí perdeu a compostura e explodiu em lágrimas. Sentia-se uma menina pequena que pede amor e proteção a sua mãe. As lágrimas se converteram em fortes soluços que Anahí não podia conter ainda que o tentasse. Sua mãe estava ali, e agora tudo caminharia bem. Anahí já não estava só.
Passou muito tempo até que cessaram as lágrimas. Mãe e filha estavam sentadas no sofá, mas Marichelo seguia abraçando a Anahí.