Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

- Não deve falar disto se lhe é muito penoso, Anahí.

- Não, quero contar-lhe, mamãe. Devo saber se me equivoco em minha maneira de sentir. Estou cheia de tanto ódio que as vezes penso que me converti em outra pessoa.

Anahí contou a sua mãe tudo o que lhe tinha acontecido, desde o momento em que o “Canção do Vento” avistou pela primeira vez ao "Dama Alegre", até o momento de sua fuga da ilha e sua conversa com Pierre. Não omitiu nada do sucedido com Alfonso, e ainda admitiu que seu corpo a tinha traído muitas vezes fazendo-a desfrutar de seu amor com ele.

- Maddy não podia entender por que eu odiava tanto a Alfonso. E Pierre acredita que é bobeira que eu deseje a vingança. Ele é meu noivo... ele também deveria desejar a vingança. Mas creio que Pierre prefere esquecer todo o assunto. - Anahí se interrompeu, olhando sua mãe com um rogo em seus olhos. - Me equivoco em odiar assim a Alfonso? Está mal que deseje vê-lo morto?

- Este homem a violou continuamente, e tem todo o direito de odiá-lo. Mas está viva, Anahí. Poderia ter-lhe violado uma vez e depois tê-la matado, mas não o fez. Está mal desejar a morte de alguém. Com a vida que leva, este Alfonso morrerá cedo. Não deixe que a morte dele seja obra sua. Procurar vingança é destruir-se a si mesma.

- Mas só pensei em vê-lo morto.

- Isso não é bom, amor meu. Deve esquecer esse homem. Deve deixar seu ódio e sua recordação dele de lado. O que aconteceu não pode ser mudado. É um destino que cai sobre muitas mulheres, mas sobrevivem, como acontecerá a você - disse Marichelo, afastando os cabelos do rosto de Anahí -. Tem sorte, ma chérie, porque pode decidir o que fazer com sua vida. Pode casar com o conde se o desejar ou, uma vez que resgatemos a Maddy, podemos voltar todas para França.

- Mas eu pensava que tudo estava arrumado... que devia casar-me com o conde de Lambert.

- Agora não, Anahí. Enrique fez esse arranjo, mas... mas - Enrique está morto.

- Morto!

- Sim, morreu no dia que voltamos de Saint Malo. Foi um acidente infeliz. Caiu de seu cavalo e golpeou a cabeça.

Anahí tremeu, recordando sua própria queda do cavalo branco. Ainda que Enrique não fosse seu verdadeiro pai, era o único que tinha conhecido, e sentia pena.

- Lamento ter que lhe dar esta notícia depois do que passou - disse Marichelo.

- Está bem, mamãe. Deve ter sido duro para você, ficar só.

- Tenho que ser honesta contigo, Anahí. Já lhe disse antes que nunca amei a Enrique. Viver com ele estes anos não foi prazeroso. E qualquer carinho que tivesse tido por Enrique ficou destruído faz muitos anos quando começou a exigir-me um filho varão. Comoveu-me sua morte, mas não chorei. Só tive uma sensação de liberdade.

- Deve ter sido terrível viver todos estes anos com um homem que não amava.

- Vivia para você. Você me deu felicidade - replicou ]Marichelo.

- Mas ainda é jovem, mamãe. Pode encontrar um amor.

- Eu duvido, ma chérie - sorriu Marichelo-. Mas agora sou uma viúva rica, muito rica. Nunca soube que Enrique era tão rico. Posso dar-lhe qualquer coisa que deseje, para compensar todos estes anos que ficou separada de mim. Mas isto significa que não tem que casar com o conde de Lambert se não o desejar. Podemos ficar aqui um tempo, e se o amar, darei minha bênção, se não, nos partiremos.

- Me acostumei tanto a pensar em Pierre de Lambert como meu futuro marido que é difícil imaginar outra coisa - disse Anahí com um meio sorriso.

- Bem, ao menos Enrique escolheu um jovem para você. E é charmoso.

- O fato de ser jovem e charmoso não o converte num homem bom - disse Anahí, recordando a formosura de Alfonso -. Mas como diz, podemos ficar aqui um tempo. Precisarei de tempo para conhecer melhor a Pierre.