Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

- Se ao menos Ryan tivesse voltado, nossas vidas teriam sido muito diferentes - disse Marichelo com ansiedade.

- Ryan? Quem é este Ryan? - perguntou Madeleine. O rosto de Marichelo se ruborizou ligeiramente.

- Traga para Anahí um pouco desse pão quente que assou Aleia por favor Maddy, e um pouco de leite.

- Nunca falou a Maddy de Ryan? - perguntou Anahí uma vez que a velha saiu.

- Não, mas creio que ela suspeitava que tinha alguém em minha vida durante todos estes anos. Sabia que durante um tempo fui muito feliz. Mas de nada serviria contar-lhe agora.

- Suponho que tenha razão. Mas não lhe perguntei como foi, mamãe. Algum desses homens... molestou-a?

- Por Deus, não! - riu. Marichelo -. Para que quereriam esses homens uma velha como eu?

- Mamãe, este não é um assunto para tomar às presas. Não é uma velha, e o sabe muito bem e é formosa - ralhou Anahí.

- Não se preocupe por mim. Teu capitão cuidou muito bem de mim.

- Ah, sim! - exclamou Anahí -. Mas não me dizia nada, nem sequer se tinha um teto.

- Não me parece um homem tão mau, ainda que a obrigue a dormir com ele, e nesse aspecto me recordou que não interferi-se. Mas me brindou com sua proteção. Ouvi-lhe dar ordem de que a deixassem só e a respeitassem.

- As ações honrosas não encaixam em seu molde - disse Anahí com sarcasmo.

- Alfonso foi mais do que generoso comigo - replicou Marichelo -. Deu-me o dormitório junto ao de Madeleine. E me proporcionou muito tecido para vestidos, e muito caros. Também me deu um par de sapatos quando viu que não tinham trazido os meus.

- Alfonso fez tudo isso sem que o pedisses?

- Sim. Eu não esperava que me tratasse com tanta bondade. Mas creio que o fazia por você, porque sou sua mãe.

- Mais bem o terá feito para não ter que se enfrentar com minha fúria - replicou Anahí com amargura.

- Não, Anahí. Creio que realmente lhe importa. Não lhe agrada mantê-la trancada.

- Isto é absurdo. Se diverte me fazendo sofrer! - replicou Anahí, e seus olhos se puseram verdes ao mencionar o confinamento de três semanas.

- Muitas vezes pôs-se a andar muito decidido para a escada, e depois se deteve, indeciso, como se lutasse consigo mesmo. Dava uns passos mais, depois se voltava bruscamente e saía correndo da casa. Não sabia que eu o via, mas creio que começava a subir a escada para liberá-la.

- Interpreta suas ações segundo o que quer crer - replicou Anahí -. Te agradaria acreditar que Alfonso é um homem honrado e que me quer. Bem, não é honrado, e não me quer. Só deseja satisfazer sua luxúria nada mais.

- Alfonso fala francês? - perguntou Marichelo, mudando bruscamente de assunto.
- Não. É um marinheiro inglês que só fala sua língua nativa - replicou Anahí com desprezo.

- Não me tinhas dito que era um homem tão charmoso.

- Que importa se sua alma está negra de pecado?

- Não o acha irresistível? - aventurou Marichelo.

- Lógico que não! Alfonso pode ser um demônio, mas seu poder não amaciará meu coração.

- Só desejo que seja feliz, Anahí.

- Serei feliz quando me for desta ilha, e não até então - respondeu Anahí.

- Parece um anjo quando fala em seu idioma, pequena - disse Alfonso com suavidade.

Anahí se sobressaltou e se voltou, e viu que Alfonso estava parado atrás dela.

- Por que entra tão silenciosamente? – perguntou -. Quanto tempo faz que está parado aí?

- Uns minutos. Não queria interromper sua conversa com sua mãe. Estou seguro de que tem muito que lhe contar - disse Alfonso. Sentou-se na cadeira junto a ela.

Anahí se voltou para sua mãe com seus grandes olhos furiosos.

- Por que não me disse que estava aqui?