Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

Anahí suspirou e olhou a porta que Alfonso tinha deixado aberta.

- Ele pensa que o filho que vou ter é de Pierre.

- Madeleine me disse que esse era o problema, mas eu não acreditei - disse Marichelo acaloradamente -. A idéia é ridícula. Esteve menos de um dia na casa de Pierre. Alfonso deve estar louco se pensa que poderia chegar a ter relações íntimas com Pierre antes de casar-se.

- Eu lhe dei razões para pensar que foi assim.

- Mas, por que?

- Me enfureci quando voltou a raptar-me. E ademais me humilhou mais do que podia suportar, para castigar-me por escapar dele. Tinha que lhe devolver as ofensas. De maneira que lhe menti e lhe disse que me tinha deitado com Pierre voluntariamente. Alfonso se enfureceu tanto que me assustou, de maneira que admiti que tinha mentido, só que... fiz de tal forma que lhe deixei a dúvida. Esqueceu-se disso até que lhe disse que estava grávida. Então me perguntou de quem era o filho que teria. Disse-lhe honestamente que a criança era sua, mas outra vez o deixei na dúvida. Quando me pediu que lhe jurasse que a criança era sua, neguei-me, e ele pensou que Pierre era o pai.

- Mas, por que o fizeste, Anahí? Por que não lhe diz a verdade?

- Lhe disse a verdade - replicou Anahí.

- Então, por que deixou essa dúvida em sua mente? - perguntou Marichelo.

- Você me dissuadiu que procurasse sua morte, de maneira que escolhi uma vingança diferente. E esta vingança foi doce ao começo, mas...

- Mas agora a lamenta? - interrompeu Marichelo.

- Sim.

- Então fale claramente com Alfonso.

Anahí evitou olhar nos olhos de sua mãe. Olhou com tristeza o vestidinho que tinha em suas mãos.

- Agora é tarde para emendar as coisas. Com freqüência pensei em fazer isso. Ainda que lhe contasse tudo, não acreditaria em mim. Pensaria que só trato de apaziguá-lo. Sempre duvidaria de mim ainda que lhe desse minha palavra.

- Já não odeia a Alfonso, não é? - perguntou Marichelo com suavidade.

- Ai, mamãe, realmente não sei. O desejo que sinto por ele me confunde. As vezes lhe desejo tanto como ele a mim. Outras vezes ainda lhe odeio. É arrogante, enfurece-me, e nunca posso esquecer o que me fez.

- A tomou contra sua vontade mas agora admite que você também o deseja.

- Mas isso não é o que importa!

- Não? Então segue meu conselho, meu amor, e considera que é o que importa. O ano que lhe pediu logo terminará. - Dita estas palavras, Marichelo saiu do quarto, e Anahí ficou olhando o solo com expressão vazia.

Anahí passou o resto da manhã e a maior parte da tarde discutindo consigo mesma. Até esqueceu de descer para almoçar. Mas finalmente decidiu que não tinha nada que perder se confessava tudo a Alfonso, e sim muito que ganhar. Sentia falta do seu sorriso preguiçoso e o riso alegre que iluminava seus olhos. Sentia falta do encanto de Alfonso e especialmente de sua ternura.

Queria recuperar ao velho Alfonso. Agora se sentia feliz com a idéia de que teria seu filho e, estranhamente, desejava que ele compartilhasse sua felicidade. Não sabia por que de repente era tão importante para ela que Alfonso voltasse a ser como antes. Mas Anahí saiu do quarto com a forte sensação de que conseguiria que ele acreditasse nela, e que se arrumariam as coisas entre os dois.

Desceu correndo a escada e, ao não ver ninguém no vestíbulo, assomou-se à porta do fundo.

Alfonso, sentado no sofá junto à lareira, ouviu Anahí descer a escada. Incorporou-se e a viu sair pela porta do fundo. Começou a seguí-la, mas se deteve ao ouvir ruídos no pátio da frente.

Anahí também ouviu o ruído, mas antes que pudesse ir pesquisar, viu alguns homens que cruzavam correndo o pátio e seguiam o caminho para o povoado. Franziu o cenho porque os homens eram desconhecidos. Depois ouviu uma aguda voz feminina no salão.