Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

Anahí olhou para Alfonso enigmaticamente; recordou que ele também não quis dizer seu nome completo ao capitão O`Casey quando os apresentaram. O nome Puente não dava motivo algum para envergonhar-se, mas Anahí olhou sua mãe e sorriu porque, na realidade, ela não tinha direito a usar esse nome. E como era ilegítima, não tinha direito a usar o nome Ryan, também não.

Gabby se pôs rígida ao ver Anahí sorrir para uma mulher mais velha, que obviamente era sua mãe. De maneira que a moça se orgulhava quando Alfonso saía em sua defesa. Estava segura de receber sua proteção, mas Gabby pensava que isto não duraria muito tempo.

- Não sabia que agora as escravas levassem roupas tão principescas, nem que lhe permitisse comer à mesa com seu amo - mencionou Gabby -. As distinções de classe mudaram, Alfonso, ou é só Anahí quem recebe esta honra?

Jules se engasgou, e Marichelo se pôs de pé, muito irritada para protestar, mas Anahí respondeu com rapidez com um doce sorriso nos lábios.

- Alfonso é um amo bondoso. Ele...

- Sempre o chama de Alfonso? - interrompeu Gabby, com a voz cheia de veneno.

- Basta! - gritou Alfonso, enquanto os músculos de sua face se estremeciam perigosamente -. Disse-lhe claramente qual era a situação, Gabby, de maneira que basta de fingir, e não a aborreça mais.

- Me contou muitas coisas interessantes, incluído o fato de que o filho que terá não é seu. -Gabby soltou um risinho -. Quem é o pai, então? Um de seus homens? Talvez o bom amigo Jules? Ele a conseguiu antes, Alfonso?

- Está indo muito longe, mulher! - grunhiu Jules, descarregando um murro sobre a mesa -. Jamais toquei nessa senhora... nem a tocou nenhum outro homem, só esse estúpido que está sentado à cabeceira da mesa teve esse prazer. - Alfonso sorriu ao ouvir isto, ainda que ninguém o notou, porque Jules atraía a atenção das pessoas, enquanto falava com fúria - E se equivoca ao pensar que Anahí é uma escrava, porque não o é. Está aqui somente porque deu sua palavra de que ficaria, mas irá embora no fim do ano.

- Deveras? - o riso de Gabby encheu a sala - enquanto se voltava para Anahí -. Não a agrada este lugar?

O riso de Gabby ressoou dentro da cabeça de Anahí. Olhou para Alfonso e viu que tinha os olhos fincados em seu copo, com uma expressão divertida. Sentiu lágrimas em seus olhos, e se levantou rapidamente antes que alguém as visse. Mas enquanto corria escada acima, o riso de Gabby parecia crescer. As lágrimas rolaram por suas faces enquanto ia para seu quarto recolher suas roupas e depois corria ao quarto de sua mãe.

- Lhe trouxe um pouco de comida, Anahí, já que esta noite não tocou na comida - disse Marichelo ao entrar no quarto -. Não deveria ter permitido que essa mulher a alterasse. Fê-lo de propósito, sabe?

Anahí estava encolhida na cadeira junto à janela, e só tinha posto uma anágua de cor amarelo pálido.

- Alfonso ainda está com ela? - perguntou com tristeza enquanto recebia o prato que sua mãe lhe dava.

- Sim, mas não estão sós. Ele fez movimento de segui-la, mas... essa cachorra o obrigou a ficar. Ah! Como me enfureceu, tinha vontade de arrancar-lhe os olhos!

Anahí sorriu com esforço.

- Essas palavras poderiam ter sido minhas, mamãe, só que eu não tenho vontade de dizê-las. Já viu como se comportou Alfonso desde que ela chegou. Ela lhe faz esquecer sua fúria. Já não está de mau humor.

- Outra vez te rendes? Não pensaste que Alfonso só trata de pôr-te zelosa?

- Para que? Não sabia que eu o estava olhando quando a beijou. Bem, não falemos mais disto. É tarde, e estou esgotada.

- Não é estranho, depois do que passou hoje. Mas deve comer. Deve...

- Já sei, mamãe - interrompeu Anahí com um sorriso -. Devo pensar na criança.