Fanfic: O Amor do Pirata - AyA [♥ adp- FINALIZADA]

- Quando for, poderia levar-me contigo? - perguntou Anahí, sempre em francês.

- Mas por que quer partir? - perguntou Casey, franzindo o cenho.

- Por favor... Não posso ficar aqui! - rogou Anahí -. Se me levar para meu noivo, ele lhe pagará muito bem.

- E qual é o nome desse homem afortunado?

- Basta! - rugiu Alfonso, sobressaltando a Anahí. Ela se voltou, percebendo o rosto pálido de Madeleine e a expressão divertida de Jules, mas Alfonso estava decididamente furioso.

- Se deseja continuar sua conversa, terá que o fazer em inglês - disse.

- Mas, por que? - perguntou inocentemente Anahí.

- Porque não confio em você, pequena!

O riso de Jules foi estridente.

- O que achou de tão engraçado, Baudelaire?

Ignorando Alfonso, Jules se voltou para Casey.

- Meu jovem amigo tem boas razões para não confiar na moça – disse -. Uma vez tratou de matá-lo, e provavelmente pensou que poderia aliar-se contigo para voltar a tentá-lo.

- Não exatamente - disse Alfonso, agora sem fúria -. Pensou em fugir, e não tenho dúvida de que tratará de obter sua ajuda, Casey. Por razões particulares, a esta senhora não lhe agrada a minha companhia. Eu, por outra parte, desfruto da sua. Agora posso dizer-lhe que é minha por direito de captura. É mais ou menos um motim de guerra.

- Não sou! - gritou Anahí, pondo-se de pé.

- Sente-se, Anahí! - ordenou duramente Alfonso -. Preferiria que explicasse a situação em termos mais simples?

- Não!

- Como lhe disse, Casey, é minha - continuou Alfonso -. Ninguém a toca, e ninguém a afasta de mim.

- Pensa em casar-se, moço? - perguntou Casey.

- Não. Deve saber que em minha vida não há lugar para o casamento - replicou Alfonso.

- Eu sei. Então ainda não encontrou dom Miguel de Bastida? - perguntou Casey.

- Não.

- Quantos anos faz que o procura?

- Doze. Não é que os conte. Começo a pensar que alguém pode ter chegado a ele antes que eu. Tem muitos inimigos.

- É verdade, mas creio que ainda está vivo - replicou Casey -. Falei com um marinheiro em Port Royal, que escapou de uma prisão espanhola pela graça de Deus, relatou uma história horrível, mas o homem que o enviou a esse buraco de morte era o mesmo homem que você procura.

- O marinheiro disse algo mais? - perguntou Alfonso, com a voz cheia de excitação -. Onde viram Bastida pela última vez?

- O juízo teve lugar em Cartagena faz três anos.

E desde então o homem não reviu Bastida.

- Demônios! Onde encontrarei esse assassino? Quando? - exclamou Alfonso.

- Não o encontrará aqui, moço. Disso estou seguro - disse Casey olhando para Anahí.

- Não, tem razão, não o encontrarei aqui - replicou suavemente Alfonso. Contemplou Anahí por um longo momento, com uma estranha mistura de emoções em seu rosto -. Mas a busca pode esperar uns meses.

A conversa cessou quando as duas moças índias que serviam trouxeram grandes bandejas de comida à mesa. Eram tão bonitas como tinha dito Madeleine, com longos cabelos negros e sedosos e brilhantes olhos negros. Vestiam amplas saias de cores vivas e blusas muito decotadas. Estavam descalças. Eram muito parecidas, provavelmente irmãs, pensou Anahí, e as duas a olharam curiosamente enquanto colocavam a comida na mesa.

Anahí centrou sua atenção na comida. Tolerava a pobre dieta do barco, mas agora se regozijava com as frutas frescas e exóticas que nunca tinha provado antes.
Os homens da tripulação entraram, um por um, para compartilhar a comida. Anahí se perguntou quem seria este Bastida, e pensou se devia perguntar a Alfonso mais tarde.