Fanfic: O Sr. Acompanhante ! (vondy)

2006 - Nova York

Malas feitas nas mãos. As cópias das chaves da casa “dele”. Rosto banhado em lágrimas. Um coração partido. Um sentimento destruído. 

Dulce Saviñón desceu do táxi após chorar compulsivamente o caminho todo até a rodoviária próxima ao Bronx, em Nova York. Apesar de ter morado em Manhattan com o noivo, Alfonso, ela preferia ir até o Bronx e pegar um ônibos para Miami, na Califórnia. Lá ela certamente refazeria a vida e iria reconstruir o que lhe restava do coração apertado e frágil por aquele maldito homem que amou tanto.

Lá se foram seis meses de noivado e oito anos de namoro. - Pensou extasiada. 

Ela entrou no ônibos. E sem olhar para o caminho de chegada até ali, soltou um longo suspiro, descançando a cabeça no travesseirinho do ônibos.

À partir dali, somente haveria um recomeço, nenhum vestígio de sentimentos por Alfonso Herrera, o ex traidor. 

2011 - Califórnia

— Dulce, querida. Veja só. Uma correspondência para você! — disse Blanca sorridente. A ruiva baixa, mas de belos olhos castanhos, agradecida pegou o envelope bonito, cheiroso e num rosa quase como o branco.

Dulce revirou os olhos, já lendo a mente curiosa da mãe.

— Mamãe. Pode me trazer um copo d`água? — Blanca fez uma careta, e Dulce uma cara de pidona. — Por favor! — fez bico, ainda sem abrir o envelope em suas mãos. Assim que a senhora de quarenta e poucos anos saiu, Dulce suspirou pesado, abrindo o envelope com curiosidade.

Prezada, Senhorita. Dulce María.

Você foi convidada para a cerimônia matrimonial mais bem produzida de Anahí Geovanna Puente Portilla e Alfonso Herrera Rodriguez.

“Com o amor eterno dividiremos nossos pensamentos, nossos sonhos e até nós mesmos!”

Annie & Poncho; Juntos, não há estrelas que não poderemos alcançar.

— Mas que porcaria é esta? — gritou, chocada e sem fazer idéia do susto que dara em sua mãe, que voltou correndo para a sala.

— Oh. O que foi? Aonde está a bomba? — ofegante e desesperada, Blanca chegou correndo. 

— Hãn? Que bomba o quê, mamãe. — disse Dulce. Ela olhou novamente o envelope e leu, releu, releu e a ficha quase não caia. 

— Dulce Saviñón. Você assustou muito a sua mãe. — disse Blanca brava. — E porque está tão pálida assim? Eu disse que usar muito pó de arroz fazeria você parecer um cadáver... — começou à tagalerar.

— Quer parar de falar por um estante? Preciso de tempo para entender o que está havendo. — disse parecendo abalada.

— Como assim, querida?

— É um convite de casamento.. 

— Oh, que maravilha. — disse eufórica. — De quem?

— Do Alfonso. Alfonso Herrera! — Branca deu ombros. 

— E daí? Boa intenção a dele de te convidar após o rompimento de vocês há... cinco anos. Não foi?! — disse naturalmente, para a fúria maior de Dulce.

— Está me gozando? Ele é o meu ex, aquele por quem eu era louca de amores.

— E que agora não é mais. Porque acabou tudo e você superou da melhor forma possível. — disse com sarcásmo. Dulce fez uma careta.

— O que quer dizer com isso?

— Só quero esclarecer que você assim que você colocou os pés na Flórida só foi para curtir e curtir. Lembra-se dos dias em que você saía um à noite e chegava no outro de manhã? 

— Quer saber. É impossível conversar com a senhora. — disse irritada. Pegou a bolsa de couro preta e saiu.

— Hey. Sou mais jovem que você, querida. — gritou, vendo-a já longe.

— Ah claro, uns 30 anos, não éh?! — gritou de volta para a mãe com ironia. Dulce não sabia o que estava sentindo, não sabia se era fúria por ele ser tão cara de pau à ponto de depois de tudo o que fez para ela ainda mandar-lhe um convite de casamento, se era dor de saber que ele estava se dando bem casando com outra e não com ela, ou a inveja de ainda estar solteira e o canalha do ex novamente noivo.

Chegou na casa de Maitê, sua amiga desde a infância, com apesar disso sempre que se encontravam acabavam numa guerra de rivalidade.