Fanfic: Fanfic sem Título

“Mamãe. Mamãe..” - a garotinha de lindos olhos verdes e cabelos castanhos claros gritava em minha direção, com toda a sua animação e alegria estampada em sua voz. Tremi por um estante. Não sabia ao certo aonde estava, bom, num parque, aquilo era claro; porém, eu nunca havia o visto antes. Ela gritava, mas nunca corria até mim. Era adorável vê-la tão inocente assim, mas eu não a conhecia, eu nunca a vira antes. Não podia ser eu à mãe daquela menina. “Vem aqui, mamãe.” Ela pedia, chamando-me com as mãozinhas pequenas e delicadas. Virei-me para trás, à procura da mãe daquela garota, a mãe enlouquecida que deixara a filha pequena sozinha num parque qualquer de algum lugar do mundo. Ninguém atrás de mim!. Droga! A mãe daquela garota não estava ali, e ela continuava à olhar para a minha direção, chamando-me sem parar e à todo o momento de mamãe.

− Eu não sou a sua mãe! – gritei para ela. Ela sorriu ainda mais, como se eu tivesse contado uma piada à ela.

− É claro que você é minha mamãe. Eu sou sua filhinha, mas você não me quis. Você me matou! – disse com a voz embargada e os olhinhos cintilantes pelas lágrimas.

Piiii... Piiii... (despertador)

Abri os olhos, acordando suada e com a respiração ofegante. Olhei para os lados, estava na cama ainda. Suspirei, desligando o despertador e levantando-me da cama.

7:00 hrs da manhã. Segunda-feira, e eu entraria na Stewarts Ancory às 9:15.

Passei a mão na testa suada e fria. Aquele pesadelo tinha acabado comigo, na certa. Eu estava cansada de tê-los toda noite, eu não agüentava mais.

Olhei-me no espelho. Eu parecia um pouco abatida, mas nada que uma boa base e um bom pó-compacto não ajudasse à esconder. Seria um longo dia na empresa, e eu deveria estar impecável quando fosse há alguma reunião.

Coloquei uma blusa social branca e justa, com uma saia de cintura alta também justa e preta. Um blaser preto como a saia. Os cabelos estavam presos num rabo-de-cavalo certo. Peguei minhas pastas e minha bolsa Victor Hugo e olhei minha agenda virtual.

− Bom dia, Srta. Stewart. − disse Cissa, minha empregada e melhor cozinheira servindo-me meu café.

− Péssima manhã, mas excelente dia, Cissa. − respondi. Ela franziu o cenho.

− Pesadelos logo pela manhã? − ela me conhecia bem, muuuito bem. Assenti, dando um sorriso pequeno.

− Para a minha irritação absurda, sim. 

− Precisa procurar um especialista em sonhos. Ele pode ajudá-la! − limpei os cantos da boca, pensando por um segundo. Éh, poderia ser, mas...

− Não preciso de ajuda! Posso cuidar disto sozinha, é só dormir menos. − sorri cinicamente. Cissa revirou os olhos.

− Precisa libertar o que está matando-a. Deixe fluir os sonhos, descanse mais, e não durma menos.! − ironizou.

− Claro.. Você deve estar certa, porém, ainda prefiro a ajuda própria. − terminei o café. − Estou indo, querida. Até mais tarde!.

8:34 hrs da manhã. 

− Mas você se quer tomou café direito. − disse em tom preocupado.

− Não se preocupe. Eu tomo um capuccino assim que chegar lá. − falei apressada. Era sair de casa para transformar-me em uma arrogante empresária bem sucedida. 

Meu motorista John Tucker levou-me para a empresa à tempo de chegar ouvindo as ladainhas de Susie, minha secretária insuportável.