Fanfic: Má, perversa e ruim (VONDY)

— Eu não vou fazer dupla com essa... coisa de quatro olhos!
Reclamei.

Tinha apenas seis anos, mas não poupava a língua afiada.
Como ousavam me colocar junto com aquela aberração? Não conseguiria ficar cinco metros perto daquilo. E se feiúra fosse contagiosa? Cruzes!

Percebi que a professora Ana olhava a cena abismada, como se eu estivesse errada de não querer me misturar com pessoas totalmente diferentes de mim.
Veio correndo até nós e se agachou ao lado da feiosa de óculos, que tinha começado a chorar e a abraçou.
Corajosa.

— Dulce María, não é assim que se trata uma amiguinha. Fará uma redação sobre bons modos como punição.
Me olhou com uma cara feia e eu tentei fazer uma também, sem sucesso, já que sou linda.

— Redação? Você só pode estar louca, não é? Eu sou Dulce María Saviñón, Saviñón!
Ana franziu a testa, como se não soubesse o peso do meu nome.
— Eu pago o seu salario! —continuei.

— O que? Você é uma menina muito... sem educação Dulce! —soltou a feiosa que ainda chorava com um beijo no topo da cabeça e segurou um dos meus braços, com pouca delicadeza.

— Me solta inferno! —me debatia, mas ela segurava com firmeza. — Onde pensa que vai me levar? —perguntei enquanto era guiada para fora da sala.

Os outros alunos olhavam a cena assustados.

— Até a diretoria, mocinha. Vou lhe aplicar uma advertência para aprender a respeitar os outros.

— Vadia. —me lembrei da palavra que meu irmão, Poncho, chamou a empregada quando esta demorou a trazer seu copo de água. — Você vai ser demitida quando eu contar ao meu papai o que está fazendo.

Não deu tempo de Ana responder já que encontramos a diretora no meio do corredor, segurando outra aluna pela mão.

— Professora, o que está fazendo? —Sra. Cliver perguntou quando observou o modo como a professora segurava o braço da pequena Savinón, como costumava me chamar.

— Exatamente você que estou procurando, Sra. Cliver. —ignorou a pergunta. — Essa nossa aluninha aqui andou maltratando uma coleguinha. —olhou para mim acusadoramente.

— É mentira Cliver! —aproveitei para me soltar e correr para o lado da diretora. — Ela está mentindo, eu não fiz nada!

— Dulce. —Ana me repreendeu. —Não se pode mentir, é muito feio. —se voltou para diretora. — Sabe que ela está mentindo, não sabe Cliver? Tenho outros alunos como testemunhas.

— Ora essa, acho que você e Roseli, —se referindo a outra professora. — estão ficando malucas. —bufou. — Ela por ter tirado Maite Perroni de sala e você de ousar falar algo com a pequena Saviñón.

Reparei na menina de cabelos negros, que estava segurando a outra mão de Cliver. Percebi que ela ria e aproveitei para rir também, o que deixou Ana ainda mais nervosa.

— Droga Cliver! Não interessa quem elas sejam, precisam aprender a viver em sociedade;

— Ana querida. —Cliver suspirou. — Volte para seus alunos e torça para que seu emprego ainda esteja intacto amanhã. Quando Fernando ficar sabendo disso, não sei o que é capaz de fazer.

— Quem diabos é Fernando? —Ana perguntou.

— Meu papai. —respondi no lugar da diretora. Ele vai te colocar para fora daqui num piscar de olhos.

Ela abriu a boca para me responder, mas voltou a fechar.
Tinha consciência de que naquela guerrra, não passava de uma perdedora.

— Vá Ana. —Cliver disse sem paciência.

A professorinha saiu bufando de volta para a sala de aula.
Eu cai na gargalhada e logo a outra menina me acompanhou.

— Espero que conte ao seu pai o modo como te defendi, pequena Saviñón.

— Você não fez mais do que sua obrigação, Cliver. —falei sem ao menos olhá-la e me voltei para a menina. — Você deve ser Maite Perroni.

— E você Dulce Saviñón. —ela sorriu. — O que fez para Ana ficar assim?

— Chamei uma feiosa de quatro olhos. —demos risada. — E você? O que fez para Roselie?

— Um imbecil riscou meu desenho e eu o arranhei todo. Acho que até quebrei minha unha.

— Por falar em unha, amei a cor do seu esmalte. Lilás super-combna com sua sapatilha!

— Eu amei o seu também. Rosa é a cor...

— Vejo que se deram bem meninas. —Cliver nos interrompeu e eu revirei os olhos. — Por que não vamos até minha sala para vermos um filme? Não vão morrer por passarem um dia sem aula.

— Prefiro ir para casa. —me virei para Maite. — Você pode vir comigo se quiser. Posso te mostrar a coleção de esmaltes que tenho.

— É claro que quero. —ela disse animada. — Vamos?

— Sim.
Apertei o botão rosa do meu relógio e rapidamente meus seguranças apareceram para me acompanhar na volta para casa.

Observei Maite apertando algo em seus dedos e rapidamente seus seguranças apareceram também chegaram.
— O meu botão é aqui. —explicou apontando para o anel.

Eu sorri e fomos andando animadamente até a saída.
Desde aquele momento, tive certeza de que ela era o meu tipo de amiga.


— Agora chega desse momento nostalgia. —me desvincilhei do abraço. — Nós temos que aproveitar Paris.

— Isso é verdade. —ela concordou. — Falta tão pouco para as aulas começarem. —choramingou.

— A palavra aula está censurada, pelo menos de Deus. —peguei minha bolsa em cima da cama. — Que tal um sorteve no Berthillon?

Comentem, please.
A Ana ainda volta pra infernizar a vida da Dulce. hahahaha
proximo capitulo é a parte 2, do Christopher.