Fanfic: Amargo amor

          Escutei o barulho de a campainha tocar. Cliente, o meu primeiro cliente daquele dia. Eu podia sentir que aquele seria um dia diferente, só não podia imaginar se seria bom ou ruim. Apertei o botão stop, passei o batom e espirrei duas vezes o perfume no pescoço. Fui rebolando, naquele dia eu não me sentia puta, eu me sentia uma prostituta de luxo.

 - Você está mais linda que nunca princesa e deu sorte o cara lá dentro é um gato, arrasa com ele.

 Sorri e assenti com a cabeça, continuei caminhando, quarto 456, joguei o cabelo para trás, bati na porta e entrei.

          Meu coração disparou, minhas pernas tremeram e eu senti aquela sensação horrível novamente. Era ele, só podia ser não haveria como existir ser mais perfeito. Thomaz Walker estava na minha frente da maneira em que veio ao mundo. Encostei-me na parede e tapei o rosto com as mãos, escutei ele se levantar, ele parecia ter me reconhecido.

 - Alanna? – Sua voz era calma e me fez tremer. Não sei se conseguiria falar, tentei uma vez, mas as palavras travaram em minha garganta. Tentei outra vez, me enrolei toda. Senti-o chegar mais perto e pronunciar algumas palavras em meu ouvido.

 - Thomaz, o que faz aqui Thomaz? Estou surpresa. – Olhei em seus olhos e depois para suas mãos, que estavam acariciando meu rosto, tirei-as dali no mesmo minuto, eu não estava mais aguentando, as sensações estavam cada vez mais confusas. Ele pareceu ter entendido que eu não o queria por perto e se afastou. Sentou-se na cama e desembestou a falar. Eu não escutava mais nada, só queria sumir dali. Nunca foi tão constrangedor ficar perto de um homem.

- Bom, foi isso que aconteceu... Senti sua falta. Vou deixar meu telefone aqui, podemos nós encontrar de uma maneira mais - engasgou. - menos quero dizer, constrangedora. – Thomaz foi embora e não havia nada que eu pudera fazer.

Não consegui dizer nada, só consegui ouvir mais uma vez o silencio que foi colocado entre nós dois. Aquilo doía de uma maneira muito complexa. Resolvi me sentar no chão, pra ver se aquilo tudo passava, abracei-me nas próprias pernas e fechei os olhos, podia ser sonho. Contei: Um, dois, três. Abri os olhos e nada havia mudado. Aconteceu! Caí em prantos, não podia ser pior. Aquela vida de merda não era pra mim. Escutei o barulho de alguém batendo na porta.

- Saia daqui. Não preciso de ninguém, quero ficar sozinha.

Escutei a porta sendo aberta e na minha direção vinham passos. Olhei para cima para ver quem era, mas nada estava nítido, devia ser Raquel.

- Calma Lana, era ele não era? Não fica assim, vai ficar tudo bem... Estou aqui com você. – Ela me acolheu em seus braços, acariciou meu rosto. Naquele momento Raquel seria a única que poderia curar a dor, mas nem ela, a única que conseguiu estancar a ferida durante tantos anos, estava melhorando a situação.

- Não vai Raquel, dessa vez não. – Gritei. Arrependi-me. Ela não tinha culpa de nada. Sequei as lágrimas, e comecei a encarar, ela era tão linda. Uma beleza diferente aproximou-me a seu rosto e fizeram com que nossas bocas ficassem mais próximas.

- Me beija Raquel, só você pode acabar com isso. Beije-me.  – Sussurrei.