Fanfic: Amargo amor
Nada como se sentir livre. A brisa leve batendo no rosto deixa a gente com uma sensação de grandeza. Ainda mais quando se está na merda, sem dinheiro, sem trabalho, casa e cama quentinha e pra piorar, sem o cara que eu amo do meu lado. Sentei-me num beco qualquer sem me importar com quem poderia aparecer, ou o que poderia me acontecer. Eu queria aquele momento mais que qualquer outro, eu queria me sentir em paz, mesmo não tendo onde cair morta.
Às vezes parece que Deus quer brincar comigo, quer que eu prove o quanto sou forte, ou lhe diga se dói o peso do mundo. Eu acho que Ele fica triste por eu ter embrulhado o passado num pacote bem grande e jogado no mar. Quando digo passado, digo mesmo que joguei fora tudo, família, amigos, escola. Thomaz Walker, ele parece que não foi embora, mas é questão de tempo para que eu o esqueça. Eu tenho uma facilidade que chega a ser assustadora de esquecer as pessoas, pessoas que realmente fizeram parte da minha existência, como meu pai. Ele foi um grande homem, mas precisei esquecê-lo, não o esquecer no sentido de não lembrar mais. Só não sinto saudade, não posso sentir saudade. Tive que deixa-lo pra trás, porque sou um pássaro, e por esse motivo quero somente minha liberdade.
Abri os olhos e senti a luz arde-los; Haviam algumas pessoas ao meu redor, espreguicei-me e levantei, ninguém tinha nada a ver com a minha solidão. O sol estava quente, e eu estava com fome, o universo conspirava para o lado oposto em que eu me encontrava e eu precisava mudar aquela situação. Coloquei a mão nos meus bolsos para ver se por um milagre divino eu acharia a salvação para matar a minha fome. Senti um papel, puxei e meu corpo todo tremeu, eu estava a ponto de desmaiar, olhei para os lados, respirei fundo e com um pouco de esforço me recompus. Apertei aquele papel contra meu peito várias vezes e a única coisa que passava pela minha cabeça era a cara de espanto que Thomaz fizera a ultima vez que nós encontramos. Sai a disparada a procura de um telefone publico, enquanto consequentemente tomava coragem. Avistei um segurei o telefone e por alguns segundos fiquei encarando os números, naquele momento parecia que eles eram infinitos.
- Você precisa fazer isso. – Sussurrei para mim mesma. Disquei, chamou uma, chamou duas. Pensei em desligar, mas algo dizia que ele iria atender.
- Alo? – Uma voz grossa ecoou no meu ouvido, pensei em desligar mas as palavras saíram se que eu tivesse consciência do ato.
- Thomaz, é você?
- Sim, sou. Mas quem fala?
- É a Alanna. Eu preciso de você agora Thomaz. – Falei sem pensar. Estava prestes a me arrepender e desligar o telefone.
Autor(a): lucimary
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