Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Lucas2280 , você é homem ? Oh meu Deus eu tenho um leitor (AHHHHHHHH)
aosioasioaisoiasoiasoiasoias
Eu não acredito. Serio tu ganho meu respeito bebê *-*
esse é especialmente pra você gato.

CAPÍTULO III

Christopher reconheceu o erro da pergunta. Precisava encontrar-se com a princesa para convencê-la a vender-lhe Carazzan, não pelo que a frase poderia sugerir.

Frustrado, admitiu que, no entanto, a sugestão era atraente.

Ela o fazia pensar em sua solidão voluntária. O novo sentimento era

diferente. E perigoso.

— Depois de amanhã serei anfitriã de um evento pelos direitos da criança à equitação em minha casa de campo. Será um prazer recebê-lo.

A voz dela soou insegura, como se a princesa também duvidasse da necessidade de um novo encontro.

Christopher tinha uma organização similar em sua pátria para vários grupos de deficientes. Era partidário entusiasta dos benefícios que a equitação podia trazer aos portadores de deficiência física. Porém, não esperava os mesmos propósitos de uma princesa. Talvez negociar com ela não fosse tão difícil assim.

Será que a preocupação de Dulce com aqueles garotos era consequência apenas dos deveres reais? Só haveria um meio de verificar.

— Estarei lá, Alteza.

— Mandarei um convite para o hotel.

Deveria ter imaginado que Christopher seria pontual. Roberta descobrira onde ele estava hospedado, enviara a mensagem e sabia de tudo, exceto que Dulce sentia forte atração pelo último homem no mundo que deveria interessar-lhe. Mantê-lo calado quanto ao segredo era apenas uma parte das intenções de Sua Alteza.

Dulce pressentiu-lhe a presença antes mesmo de Christopher aproximar se da cerca branca, de onde ela observava as crianças deficientes serem adestradas nas montarias.

Elas se exercitavam sob a orientação de fisioterapeutas especializados e mais uma equipe de pessoas como acompanhantes, para a segurança delas. Porém, o que importava mesmo era a experiência de estar sobre um cavalo.

Christopher saudou-a com formalidade, como se o beijo nunca houvesse existido. A carícia que lhe machucara os lábios e a mão que lhe queimara a nuca.

Dulce não saberia dizer se estava aborrecida ou aliviada.

Cansara-se de mostrar a seus irmãos e aos outros candidatos a protetor que não precisava deles. Era auto suficiente.

Mesmo assim, quando Christopher cumprimentou-a, Dulce alvoroçou-se só em fitar aquela boca generosa. Aquilo nada tinha a ver com a necessidade de um homem para protegê-la ou salvá-la.

— Veja aquela menina — ela falou mais para si mesma do que para Christopher. — Tem de fazer quase tudo com as mãos, pelo uso limitado de suas pernas. E isso para ela é uma glória.

— É como ajudá-la a conseguir um objetivo. — Christopher lembrou-se das sessões que organizava em seu haras. — Vi um vídeo que mostrava como os movimentos de um cavalo e os de um humano envolvem os mesmos músculos e as mesmas articulações. Colocar sobre um cavalo uma pessoa com a capacidade de movimentar-se reduzida é dar-lhe a

oportunidade de avaliar como agiria uma pessoa normal.

— Além de ser muito mais divertida que qualquer outro tipo de exercício.

— Parece a voz da experiência!

— Quando eu estava com catorze anos, meu cavalo caiu, e quebrei o tornozelo. Depois de semanas de gesso, tive de fazer fisioterapia para recobrar os movimentos e poder montar outra vez. Foi um inferno.

— Sei o que é isso. Também tive minha cota de ossos quebrados, quando menina.

— Caiu do cavalo?

— Não tive tanta sorte.

Dulce esperou por uma explicação, que não veio. Notou-lhe o olhar tristonho. Christopher mencionara que havia crescido sem família.

Para ela, perder os pais fora o pior acontecimento de sua existência.

Pelo menos ficara a lembrança deles e o amor de seus irmãos.

Podia rebelar-se contra o excesso de proteção, mas nem imaginava o que faria se não tivesse o amor e o apoio dos dois em tudo. Teria Christopher sofrido até fisicamente por ser órfão?

Dulce desconfiou que Christopher não queria sua simpatia. Voltou-se para os pequenos cavaleiros. Esperava que seus olhos rasos d`água não fossem notados por ele.

Alguém tirou um menininho da cadeira de rodas e acomodou-o sobre o dorso de um cavalo. Quando o garoto viu o mundo por cima pela primeira vez, sua expressão foi de puro deleite.

— Em nosso programa, temos um que é cego — disse Christopher. — Por algum motivo, o animal deixa que ele o toque da cabeça aos pés e fica impassível. Eles são surpreendentes.

O Direito à Equitação era a causa favorita de Dulce, porém, o aumento das emoções tinha pouco a ver com o sucesso das crianças.

Mas tudo com o homem a seu lado.

Debruçado sobre a cerca e com os pés apoiados na travessa inferior, Christopher parecia em seu elemento.

— As crianças ou os cavalos?

— Ambos. Quando organizo reuniões semelhantes, na América, fico espantado ao ver a coragem das crianças que realizam com êxito as tarefas mais complicadas. Também fico surpreso de ver como os animais são dóceis com elas.

Christopher resumiu com exatidão o que Dulce sentia. Não esperava ter tal empatia com ele. O que era admirável, mas perigoso. Muito além do sensato.

— Gostaria de dar uma volta pelas redondezas, Christopher?

— Se você tiver tempo.

Era a abertura que ele aguardava. Naquele dia, ela não sofrerá nenhum susto, e Christopher também não estava perturbado por nenhum corpo escultural que nem parecera estar vestido. Ou, pelo menos, foi o que ele disse a si mesmo, embora não de maneira muito convincente.

A princesa usava roupas de montaria tão bem-feitas que pareciam formar uma segunda pele. A camisa creme de mangas compridas estava abotoada até o pescoço, escondendo mais do que revelando. A imaginação dele correu solta, ao vê-la caminhar em direção aos estábulos.

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