Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Esse é pra você que comentou também Krol *-*

Se tiver comentários novos eu posto mais hoje (:

Dulce movia-se com a graça de uma gazela. Presumiu-a galopando com os gloriosos cabelos negros ao vento, desfraldados como uma bandeira atrás de si. Os cabelos presos no alto e soltos em um rabo de cavalo roçavam a pele acetinada, acentuando as feições clássicas e o pescoço delicado.

Christopher teve de esforçar-se não fitá-la demais. Tinha de achar um jeito de convencê-la a vender Carazzan. Seria um trabalho exaustivo, disso ele não duvidava. Se estivesse no lugar dela, nenhum dinheiro do mundo o faria desfazer-se do animal. Chegaram a um estábulo, com o nome Carazzan ao lado da porta. Christopher retesou-se.

Contudo, Dulce passou para a segunda estrebaria. Christopher disse a si

mesmo para aguardar o momento propício, quando chegaram a uma estrutura adaptada para uma série de cavalos pomposos. Deduziu que a maioria era híbrida, pelas cabeças bem delineadas que apareciam nas baias por onde passavam e pelos olhos grandes e expressivos que os analisavam com curiosidade.

Sem examiná-los, Christopher sabia que as criaturas soberbas tinham traseiros curtos e nivelados, pernas retilíneas e patas bem formadas.

Se eram o resultado do programa de cruzamento da princesa, Christopher passaria a respeitá-la pela maestria em conseguir aqueles resultados.

Quanto poderia fazer com aquelas maravilhas e um garanhão como Carazzan?

— Em que está pensando, Christopher?

— Vossa Alteza fez um trabalho surpreendente. Estes são os animais mais belos que já vi.

— Vindo de você, é um elogio. — Ela suspirou.

— Por que de mim?

— Por sua reputação como criador, pelo sucesso de seus cavalos em eventos de longa duração, pelos percursos de campeonato e até pelas Olimpíadas. É um registro impressionante.

— Mas não suficiente para você estender-me o tapete vermelho.

— Supõe-se que esses sejam para mim — comentou, seca.

— Se eu não houvesse comprado as terras, outros o teriam feito. — Christopher deduziu a razão da antipatia contra ele. — O príncipe Cristian estava propenso a atrair investimentos externos para Nuee.

— Nós dois sabemos que esse não é o principal motivo para ele querer estabelecer o haras.

— Não vou me desculpar por ser homem, Dulce.

— Não precisa. A culpa é de Cristian, não sua.

— É melhor pararmos por aqui, princesa. Não sou um boneco nas mãos de Cristian. Ele pode governar a ilha, mas não a mim. Se eu quiser, digamos, associar-me a uma mulher, não terei de pedir a permissão dele.

— Está mesmo pensando em sociedade?

Christopher teve de admitir que isso só lhe ocorria naquele momento.

Seria uma solução possível para seu dilema. A considerar-se o tanto que desejava fazer parte da nova operação, Dulce até poderia concordar em vender-lhe Carazzan em troca do investimento.

— Sim, se achasse que poderia beneficiar o projeto. Não poderei ficar aqui o tempo inteiro. Tenho bons administradores, mas será preciso dar um pouco de atenção aos meus negócios nos Estados Unidos. Seria uma ideia inteligente ter alguém aqui para supervisionar os trabalhos.

Dulce acariciou a crina do cavalo mais próximo, e o animal relinchou, satisfeito.

— Por que escolheu Nuee?

— Como deve saber, este é um país ideal para cavalos. — Christopher preferiu não mencionar Carazzan. — O clima favorece muito. Para termos eventos o ano todo lá em casa, tive de construir uma arena e um estábulo de mil metros quadrados, tudo fechado. Aqui, não vejo necessidade de cocheiras aquecidas ou arenas cobertas.

— A menos que esteja planejando levar o empreendimento para o monte Mayat.

As temperaturas de Nuee eram agradáveis o ano inteiro. Quase nunca variavam mais de sete graus entre o verão e o inverno.

Mesmo no alto da montanha, a temperatura mais baixa já registrada não era suficiente para congelar, mesmo que houvesse nevado um pouco.

— Você me recomenda o lugar?

— A vista é espetacular.

— Terei prazer em verificar por mim mesmo enquanto estiver aqui, se me disser onde posso encontrar uma montaria de confiança.

— Meus estábulos estão a sua disposição, Christopher.

Como Dulce reagiria se ele sugerisse montar Carazzan?

— Gostaria de mostrar-lhe uma coisa especial.

Christopher tremeu só em pensar no que poderia ser.

— Vamos lá, Alteza.

Foi difícil para Christopher não demonstrar ansiedade, enquanto seguia a princesa até uma porta lateral que dava acesso ao estábulo vizinho. De uma baia, ouviu-se o garanhão resfolegar, antes de eles chegarem. Era como se quisesse dizer a um estranho para não invadir seu território.

Era a mesma febre de posse que Christopher sentia quando andava por sua nova propriedade. Nem tinha muita certeza se concederia uma parte dela a Dulce. Nisso, viu o garanhão e soube que valeria a pena qualquer sacrifício, mesmo dividir seus sonhos, para conseguir tê-lo.

— Carazzan Liberte... — Christopher sussurrou.

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