Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Moreninha quanto tempooo *O*

QUEM BOM QUE VOLTOU, CONTINUE COMENTANDO BASTANTE (:

O coração de Christopher apertou-se, dessa vez por pensar que Dulce poderia ferir-se ou mesmo perder-se. Seria apenas o seu senso de responsabilidade que o afligia?

"Lembre-se do que está em jogo, Uckermann." Não apenas o cavalo lendário, mas as terras onde construir o haras almejado. Preocupar-se com o bem-estar da princesa era uma boa maneira de perder o direito a tudo.

— Já imaginou o que vai dizer a eles?

— Não preciso falar nada. — Dulce sorriu. — Cristian queria que eu o conhecesse, para trocarmos experiências. É o que estou fazendo.

— Duvido que houvesse incluído aí a trilha de Nuee.

— Ele não especificou.

Cristian, na certa, teria um ataque se soubesse que sua adorada irmã caçula estava planejando passar doze horas dentro da floresta tropical com Christopher.

— Talvez seja melhor você passar a noite de quinta-feira aqui, Christopher.

— Isso não seria "não apropriado"?

— Não com uma dúzia de quartos e um séquito de pessoas a vigiá-los. Cristian ficará encantado.

Não ficaria se soubesse das ideias que passavam pela cabeça de Christopher.

Ele tentou pensar em Carazzan e em como se deixara envolver com a princesa até esse ponto.

O cavalo cansou de ser ignorado e começou a empurrar o ombro da dona. O último empurrão encostou-a em Christopher, que a abraçou em um ato reflexo e sentiu-a arrepiar-se. Ele pretendera ampará-la, mas só queria beijá-la. E sentiu-se queimar por dentro.

Esforçou-se para não esquecer de que Carazzan estava em jogo e do que ela representava. Angustiado, soltou-a.

— Acho melhor ficar no hotel até sexta — ele disse, tão trêmulo quanto um caubói de rodeio depois de uma dura prova.

O que estava acontecendo?, Dulce indagou-se.

Carazzan a empurrara, e Christopher a segurara. Não havia motivo para tremer dos pés à cabeça. Isso não combinava com a ideia de ficar um dia inteiro sozinha com ele.

Era melhor se concentrar no que poderia perder: seu cavalo adorado e a sua liberdade. Do que mais precisava para manter a mente ocupada em sua tarefa?

De um homem, ela admitiu, chocada. Com dois irmãos para controlar sua vida, Dulce deveria saber a importância de sua linhagem. Mas isso não parecia fazer diferença, quando se tratava de Christopher.

Dulce se orgulhava de ser forte, independente e de não precisar de ninguém. Christopher a fazia pensar até onde chegava essa verdade.

De repente, a independência pareceu-lhe mais a solidão. Nos braços de Christopher e sendo por ele beijada, a princesa tornara-se consciente de uma gama nova de necessidades.

Seriam tão novas assim? Ou talvez houvessem passado esses anos todos camufladas sob outras atividades?

Como a urgência de ser amada.

Aquela não era a hora e nem Christopher era o homem certo, ela refletiu com

energia. Ele não a queria. Christopher desejava apenas dominar tudo o que era importante para ela. Se mostrasse a ele que estava errado, quem sabe ela poderia concentrar-se em outros assuntos. Como em ser mais sociável em geral e não apenas em festas de caridade, onde o homem mais jovem deveria ter perto de sessenta anos.

— Quantos anos você tem, Christopher?

— Trinta e um. Não seria melhor examinar meus dentes, já que não sabe muito sobre a minha genealogia?

— Ah, que bobagem...

Christopher fitou-a com intensidade.

— Enquanto estamos por aqui, será melhor você escolher o cavalo.

— Esse é seu departamento, princesa. Gosto do gênero impetuoso.

Ela fitou-o, desafiadora.

— Não tem medo que eu lhe destine um que não saiba sequer achar o caminho da baia?

— Em primeiro lugar, estou certo de que todos esses animais são inteligentíssimos. Em segundo, creio que prefere ganhar em jogo honesto.

Dulce irritou-se pelo fato de ele a conhecer tão bem.

— Tem razão quanto a minha preferência. Mas está errado quanto aos cavalos. Temos alguns muito mansos, que são destinados às crianças com deficiências mais graves.

Christopher não pensara naquilo.

— Então, não me dê um cavalinho de balanço. — Ele piscou.

Ela fez o sinal-da-cruz.

— Tem minha palavra.

— Para mim, é o que basta.

Devia ser pela antecipação do desafio, Christopher concluiu. Seria um teste final para um cavaleiro.

Mas era muito mais do que isso. Gostava da ideia de ficar em uma região inculta com a princesa.

Na verdade, não com a princesa, mas com Dee. Ao amanhecer da sexta-feira, eles seriam, sem dúvida, rivais no mesmo nível.

Nada de títulos, pompas ou cerimônias. Apenas duas pessoas tentando provar quem seria a melhor.

O propósito poderia custar-lhe caro. Contudo, como dissera a Dulce, não pretendia perder. A perspectiva o ofendia, e Christopher não tencionava perder Carazzan outra vez.

Fitou a cabeça magnífica do garanhão apoiada no ombro de Dulce. Era uma vergonha querer separá-los. Mas teria de fazê-lo.

O sonho de Big Dan Uckermann, tão arraigado dentro dele, teria de tornar- se uma realidade. Por um instante fugaz, Christopher desejou que ambos saíssem vencedores.

Dulce olhou para o garanhão, como se tivesse pena de deixá-lo.

— Precisamos voltar até onde estão os outros.

Nisso, Roberta apareceu à porta do estábulo, agitada.

— Ah, enfim a encontrei, Alteza! Estamos esperando pela senhora para o chá da tarde.

As crianças estariam aflitas para comer os bolos e as outras guloseimas, proibidas de serem tocadas enquanto a princesa não aparecesse. Por isso, Dulce sentiu-se culpada e entendeu a censura na entonação da assistente.

— Desculpe-me, Roberta. Estávamos falando sobre cavalos, e perdi a noção da hora. Irei em seguida.

Roberta fitou Christopher, curiosa, mas ele se manteve impassível. O assunto era mesmo "cavalos", embora o beijo da princesa o tivesse abalado sobremaneira.

Ele suspirou. Sexta-feira pareceu-lhe muito distante.

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