Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Thaila – obrigado por comentar amor … Vou esperar ansiosa pelos seus comentários. Bons estudos (:

CAPÍTULO V

Sob os primeiros raios da aurora, Christopher chegou com o carro enviado para buscá-lo e espiou pela janela.

Dulce exercitava Carazzan. Pareceu-lhe que ela e o cavalo eram um ser único. Aquela mulher estonteante cavalgava com elegância, sincronia e naturalidade. Os pelos de Carazzan tinham um brilho dourado, e no ar fresco da manhã ainda pálida a respiração do animal saía em pequenas nuvens de vapor.

A princesa puxou as rédeas, Carazzan empinou e escavou o solo com as patas, impaciente por haver parado.

Dulce inclinou-se, deu palmadinhas carinhosas no pescoço arqueado e depois encarou Christopher.

O som do veículo devia tê-la alertado, ou então foi aquela estranha atração entre eles que a fizera voltar-se. Ele se perguntou se a princesa sentia a mesma excitação que o acometia, mesmo a distância.

Seria pela expectativa do desafio ou pela companhia que Christopher iria desfrutar?

Dulce virou a montaria e veio galopando na direção dele.

Quando a combinação explosiva ribombou bem perto, Christopher ficou imóvel, já fora do carro.

"Deus, eles formam uma imagem impressionante!"

Os cabelos negros da princesa esvoaçavam ao redor do chapéu de montaria. Os culotes se ajustavam às longas pernas e terminavam dentro das botas de couro. E Dulce controlava Carazzan com tal maestria que Christopher ficou de garganta seca, ao imaginar-se no lugar do garanhão.

Pare com isso!", ordenou a si mesmo, irado.

Já era um desatino interessar-se mais pela condutora do que pelo conduzido, que o fizera atravessar o mundo. Pior ainda era esquecê-lo por completo.

Se pretendia atingir seus objetivos, teria de manter a cabeça fria, coisa mais fácil de dizer do que de fazer.

Ao parar, Carazzan espalhou poeira com os cascos. Estavam a poucos passos um do outro, e Christopher não sabia dizer quem arfava mais, se ele ou o animal.

O respeito pela habilidade da princesa aumentou na mesma proporção de seu despertar físico.

Deus do céu, ele desejava Dulce Saviñón! Como se deixara envolver tanto?

Próxima de Christopher, Dulce admirou a figura masculina soberba e sentiu-se desafiada por sua simples presença. A claridade matinal esculpia as feições fortes em planos de luz e sombra. Lembrava mais uma estátua primitiva que um homem.

Nisso, Christopher moveu-se, o que a fez lembrar o beijo, o calor daquele corpo e o fogo que a consumira.

Dulce desejou que o fato se repetisse, mesmo sabendo que não deveria permiti-lo.

O motivo da disputa agitou-se debaixo dela. A inquietude de Carazzan transmitiu-se pelos tornozelos e coxas da princesa.

— Bom dia, Christopher — ouviu-se dizer, ao desmontar.

Um cavalariço saiu das sombras e, depois de um aceno de Dulce, levou Carazzan embora. Em geral, ela mesma tratava do garanhão, após o galope matutino.

— Bom dia, Alteza. Que bela demonstração de perícia!

Não havia dúvida. Ele também contabilizava o valor da perda, no caso de não ganhar.

— Sempre faço exercícios com Carazzan logo ao alvorecer.

Christopher devia estar com ciúme, ela decidiu, assim como acontecia com ela ao ver Carazzan nas mãos do tratador. Dulce não podia suportar a ideia de o animal majestoso pertencer a outro alguém. Não permitiria que Christopher o levasse.

A princesa dormira muito pouco, creditando seu desassossego ao desafio que se avizinhava. Recusava-se a aceitar que seria por não ter conseguido esquecer o que acontecera entre eles.

— Já tomou o desjejum, Christopher?

— Sim, no hotel. E você?

— Também.

Dulce só bebera uma xícara de café e mordiscara um pedaço de pão doce. A impaciência não lhe permitira engolir mais nada.

— Então, podemos começar. Teremos doze horas difíceis à frente.

— Os cavalos já devem estar prontos, e os alforjes também.

— Comida e bebida?

— Sim. Mandei empacotar provisões, um estojo de primeiros socorros, um mapa do terreno e uma bússola para cada um de nós.

— Pensou em tudo, Alteza.

Dois dos esplêndidos cavalos do plantei de Nuee estavam encilhados, à espera deles, com as rédeas frouxas e amarradas no parapeito ao lado do estábulo principal. Dulce apontou para uma égua castanha e vivaz.

— Irei em Gypsy. Aquele é Avatar, a sua montaria. — Dulce sorriu, zombeteira, e acariciou o focinho de um cavalo preto muito bonito. — Garanto que não é nada manso.

Afirmação desnecessária. Aos olhos de Christopher, um perito, o capão negro e reluzente séria definido como fogoso e sensível. Por um momento, ele chegou a suspeitar que a princesa pensara em desistir. Mas ela parecia tão determinada quanto ele.

Christopher vestia uma camisa de cor creme de mangas longas, culotes e botas de couro. Levava uma jaqueta australiana para o caso do tempo mudar. Havia comprado na cidade um chapéu de caubói típico de Carramer, de abas estreitas.

— Quando quiser, Dee.

O uso do apelido lembrou-a de que não haveria títulos, nem vantagens.

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