Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Maby – Pronto amor voltei (:
soaisoiasoiasoiasoiaosioais
obrigado por comentar *-*

— O que estamos esperando? — Christopher foi até Avatar.

— Dee ainda não está pronta.

Embevecido na contemplação da princesa cavalgando Carazzan, ele se esquecera do pequeno detalhe.

— Esperarei aqui.

Em dez minutos, Dulce estava de volta. Christopher achou que as princesas eram mais pontuais que as mulheres comuns.

A transformação surpreendeu-o. Dulce prendera os cabelos em um coque na nuca sob um chapéu de caubói de Carramer.

Óculos escuros de armação grande escondiam grande parte de suas feições aristocráticas.

— Você está ótima... Dee. — Seria melhor pensar nela como uma rival, em vez de fantasiar que ficariam sozinhos e isolados do mundo o dia inteiro.

— Vejo que trouxe um agasalho. O tempo no monte Mayat é muito instável.

Christopher anuiu.

— Consultei a previsão meteorológica, e poderá chover.

— A chuva em Carramer é de monções.

— Está com receio, princesa?

— Estou apenas avisando. E, de agora em diante, serei apenas Dee.

Dee ou não, ele teria dificuldade em concentrar-se no objetivo.

De boca seca, observou-a afastar-se. Vê-la montar e acomodar-se sobre o dorso da égua foi mais um teste para seu autocontrole.

— Com medo? — ela provocou, vendo-o imóvel.

Christopher saiu do transe e montou Avatar. Conduziu o animal em marcha

lenta, para acostumar-se com ele. Apresentou-se ao companheiro e presenteou-o com uma maçã que tirou do bolso. Depois, deram uma volta na arena, como dois bons amigos.

Como prometera, a princesa lhe destinara um cavalo de primeira classe. Gypsy era irmã de Avatar, e ambos se davam muito bem.

Seguiram por uma estrada tranquila que ligava a propriedade aos contrafortes próximos. A trilha, e por consequência a disputa, começava muito mais acima. Lá, onde a floresta era tão densa que, se houvesse mais de dois cavaleiros, o primeiro cavalo ficaria escondido do último.

O traçado seguia o caminho percorrido pelos primeiros fazendeiros que trouxeram gado para aquele local, por volta de 1840, seguidos pelos mineradores de jade, em 1860.

No caminho, Dulce encantou-se ao encontrar um pássaro de fogo, a ave nacional de Carramer, dotado de grande envergadura e de uma crista de cores flamejantes. Tomou o fato como um augúrio.

— Daqui, subiremos a escada do Esporão, até alcançar o começo da trilha — ela disse a Christopher, quando pararam para consultar os mapas.

Ao redor deles, a floresta estava repleta de samambaias de três metros de altura e de plataformas enormes com sorveiras.

— Depois, ó subir direto pela Garganta do Diabo e passar pelo planalto rochoso até o topo, onde o primeiro que chegar pegará o marcador e o trará para baixo. — Christopher indicava o caminho com o dedo no mapa. — Esse será o vencedor.

— Você é bem esperto.

Christopher empurrou o chapéu para trás.

— A primeira regra para sobreviver no negócio é conhecer o inimigo.

— É isso o que sou para você?

— Nós somos rivais.

— Por um cavalo e algumas terras. Será que não há nada mais importante no mundo?

— Na história de meu país, algumas vezes essa era a diferença fundamental entre viver e morrer.

— Mas não agora.

— É verdade. Mas você não pode avaliar como se sente alguém que não pertence a nenhum lugar, sem nem mesmo ter um nome de seu.

— De onde veio Christopher Uckermann?

— Big Dan Uckermann foi o último de meus pais adotivos. Fiquei com o nome dele por respeito.

— O último?

— Tive quatro. Os três primeiros me mandaram de volta para o orfanato. Disseram que eu era muito problemático.

— E você era?

— Pode apostar. Como eu não tinha família, não queria brincar de faz de conta com a deles. Sei que eram boas pessoas e que procuravam adotar crianças, e os respeito muito por isso. Mas nenhum deles quis admitir quem eu era. Tentavam fazer-me esquecer minha história. Acho que não queriam lembrar-se de que eu não era filho deles. E eu não os

deixava esquecer.

— Suponho que Big Dan Uckermann não fosse assim.

— Dan insistiu para que eu conhecesse minha origem e assim poder ser o que eu quisesse.

— Parece ter sido um bom homem.

— O melhor.

— E o nome "Christopher"?

Ele pigarreou.

— Quem o deu foi a enfermeira que me achou e que cuidou de mim. Acho que não fui o bebê mais bonito nem o mais saudável. Mas os filhos de mães toxicômanos não costumam ser. Demorou muito para que fosse considerado apto para ir para adoção.

Dulce adivinhou que a piedade não seria bem-vinda, mas seu coração confrangeu-se com a miséria humana. Christopher não parecia culpar a jovem mãe que o abandonara por não ter condições de cuidar do filho.

— Não tem curiosidade de saber sobre seus pais? — Ela não conseguia imaginar como seria ver-se privada do passado.

— Claro. Mas me recuso a construir fantasias sobre duas almas perdidas à procura de conforto em qualquer lugar.

— Nem mesmo quando você foi o resultado?

Christopher deu de ombros.

— Se eu não tivesse o começo que tive, jamais teria chegado aonde cheguei.

Dulce admirou-o mais uma vez por esse pensamento incomum e generoso. Se Christopher continuasse daquele jeito, ela poderia ser tentada a deixá-lo alcançar o topo em primeiro lugar.

Se o preço não fosse tão alto...

Comentem *-*