Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Bem vinda minhas primeiras leitoras lindas *-*
Post` totalmente dedicado para Tatimendes Thailavondy & Lorenalemos (:
Espero que gostem e que continuem comentando *-*

CAPÍTULO I

– A senhorita não quer um balão? Leve uma lembrança da feira de Nuee.

Dulce assustou-se. Claro que o vendedor ambulante não sabia quem ela era, nem que estava tentando vender uma de suas criações metálicas prateadas para Sua Alteza, a princesa Dulce de Savigñón, filha da casa real de Carramer.

Com roupas simples, óculos escuros e o chapéu de palha que escondia os longos cabelos negros e a pele delicada, Dulce pretendia passar despercebida entre os milhares de pessoas que lotavam o recinto da Feira e Exposição Anual de Cavalos de Nuee.

Dulce sorriu, entusiasmada pela aventura. Da última vez em que lhe haviam oferecido um daqueles, ela contava oito anos de idade, e uma babá encarregara-se de comprar e carregar a bexiga brilhante. Desde então, Dulce só frequentara as feiras em missão oficial. Naquele dia, ninguém lhe diria que era inadequado para uma princesa carregar um brinquedo tão ridículo.

— Gostaria muito, obrigada.

— Escolha o que mais lhe agradar. Decerto uma jovem tão bonita deveria deixar o namorado presenteá-la.

— Eu o deixaria fazê-lo, se tivesse um.

Os irmãos de Dulce, Alfonso e Cristian, se soubessem que ela saíra disfarçada e sem escolta, ficariam horrorizados. Sobretudo Alfonso, o mais velho.

Os pais deles haviam morrido quando Dulce era ainda muito pequena, e Alfonso se considerava não só seu monarca como também seu guardião. Dulce entendia que o irmão só lhe desejava o melhor, mas, aos vinte e três anos, considerava-se capaz de tomar conta de si mesma.

Devido ao fato de seus irmãos terem se casado, seu papel de anfitriã real havia se reduzido ao mínimo. Por isso, às vezes se dava ao luxo de escapulir e se passar por uma pessoa pública, sendo apenas ela mesma.

Estava em um desses momentos. Dispunha de algumas horas, poucas e preciosas, antes de voltar a ser uma princesa que receberia os convidados em noite de gala e jantar beneficente.

Resolvera visitar a festa agrícola e a exposição. O que mais à interessava eram os eventos equestres e a demonstração dos domadores de potros bravios, que faziam a fama da ilha.

O senhor estendeu-lhe uma bexiga prateada com uma rosa vermelho sangue no centro.

— A senhorita gosta de rosas?

— É bonito, mas prefiro aquele. — Dulce indicou um que mostrava a cara de um garanhão.

O aspecto selvagem do olhar e da crina lembravam-lhe os cavalos nativos que vagavam pelas colinas de Nuee. Eram laçados pelos domadores que os amansavam, para depois usá-los em demonstrações exímias.

— É um presente, senhorita. Assim poderá dizer que o ganhou de um admirador.

Dulce percebeu a sinceridade dele.

— É muita bondade sua, mas não posso aceitar que perca seu lucro.

Dulce procurou uma moeda dentro da bolsa. Não achou, pois raramente pagava ela mesma por suas compras. Nisso, sentiu a mão calosa segurando-lhe o pulso.

— Guarde seu dinheiro para ver o restante do show. Este é por minha conta.

— Bem... então, obrigada.

Dulce até poderia suspeitar daquela atitude se o vendedor soubesse quem ela era. Mas tratava-se apenas de um senhor bondoso e disposto a espalhar um pouco de felicidade por seu caminho.

Aquele fato veio confirmar que acertara em escapar do palácio para assistir às exibições como uma pessoa comum. Como princesa, não poderia experimentar as interações humanas mais simples.

Quando comparecia a compromissos como aquele, em posição oficial, vinha escoltada, e todos se afastavam a sua passagem.

Jamais teria o prazer de encontrar um homem como aquele. Satisfeito com sua boa ação, o velhinho afastou-se, com o buquê de balões balançando sobre a cabeça.

— Cuidado, assim você perde a bexiga!

Imersa em seus pensamentos, Dulce tornou a assustar-se, quando alguém segurou sua mão e impediu que o balão voasse.

O toque do homem era tão firme, cálido e masculino que ela afastou-se.

— Calma, calma. — O estranho soltou-a. — Você estava no mundo das nuvens.

Dulce fitou-o. Os ombros largos e o peito musculoso escondiam-se sob um paletó marrom-escuro. A camisa, aberta em virtude do calor, deixava entrever o pescoço. Ele era tão alto quanto os irmãos de Dulce, o que a irritava.

Ressentia-se de ter sempre de olhar para cima para encará-los.

Ao fazer isso com o desconhecido, encontrou um par de olhos azuis com laivos dourados, cílios escuros e espessos.

Embora estivesse vestido como um executivo, o rosto e as mãos bronzeados sugeriam que ele passava muito tempo ao ar livre.

"Vigoroso" era o melhor termo para descrevê-lo, ela concluiu.

De uma beleza rude. O sotaque era americano, e Dulce perguntou-se o que o teria trazido à feira de Nuee.

— Obrigada por salvar meu balão.

— Por que não faz assim? — Sem esperar pela resposta, amarrou o barbante mo pulso de Dulce.

No instante em que ela sentiu o toque dos dedos fortes, um calor estranho invadiu-a.

O rapaz fitou a esfera prateada que se sacudia no ar.

— Gosta de balões ou de cavalos?

— De ambos. — Dulce gostaria de saber por que os pelos de sua nuca se arrepiavam com o som quente e grave da voz dele.

"Que bobagem!", criticou a si mesma. Isso acontecera porque jamais era tocada por alguém que não fosse um auxiliar.

Ouviram alguém anunciar do alto-falante o início das apresentações dos domadores.

— Você vai ver o show? — ela indagou, como quem previa uma resposta afirmativa.

Era como se ele fizesse parte do espetáculo e não da plateia.

O homem anuiu, mas hesitou.

— Tenho de ir até o pavilhão dos organizadores. Gostaria de ver as apresentações de lá?

Comentem *-*