Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Fabiana – muito obrigado por todos os comentários minha flor *O*
pode deixar, vou postar bastante pra recompensar a espera (:

Dulce fez um enorme esforço para afastar essa ideia Concordara com um jogo limpo, o que significava lutar para vencer.

Um homem como Christopher não aceitaria a vitória em outros termos.

— Vamos ficar aqui conversando o dia todo? Desse jeito, não conseguirei vencê-la.

Rindo, a princesa esporeou Gypsy, que encetou um galope macio.

Christopher seguiu logo atrás.

Depois de três longas horas de trajeto, surgiu um espaçoso botão de planície herbosa, no alto de um cômoro da divisa de Nuee. De um lado, os tributários do rio Mayat e, do outro, uma teia de rios que desembocavam no oceano Pacífico.

Bem abaixo, Dulce observou a serpentina de alças do Mayat, que percorria grandes extensões no sopé das montanhas encobertas pelo nevoeiro azul, em direção ao horizonte. Na margem da planície, a bandeirola que os auxiliares da princesa haviam fincado para marcar a metade do trajeto do cume. Combinaram que parariam ali para o

almoço. O primeiro a alcançá-lo também seria o primeiro a partir depois do descanso.

Era o que Dulce pretendia fazer.

Tocou a bandeira cinco minutos antes de Christopher chegar. Isso significava que ela estava apenas esse tempo à frente dele. Não era muito para um liderança, mas era com o que ela contava.

Melhor que nada.

— Você correu grandes riscos quando cruzou o último rio — ele comentou, enquanto comiam o lanche que haviam trazido.

Os cavalos pastavam não muito longe, deliciando-se com a grama doce e fresca da campina.

— Estou liderando, não estou? — Ela apontou a flâmula.

— Não seria nada engraçado se houvesse se matado.

— Você ficaria com o cavalo e com as terras.

— Ao preço de minha cabeça, cobrada por seus irmãos. — Christopher tirou uma maçã do alforje. — Por que se arrisca desse jeito, Dee?

Ela encostou-se em uma árvore. Poderia dizer que ele assumia os mesmos riscos.

— Por que os alpinistas escalam o Everest?

— Para chegar ao limite?

— Em parte, sim.

— E você o faria por quê?

— Para estender meus limites. Você falou que amava Big Dan Uckermann por ele ter lhe mostrado como encontrar a si mesmo.

— E é isso o que pretende?

Dulce enrolou o guardanapo.

— Pode ser. Assim como aconteceu com você e suas famílias adotivas, todos esperam que eu represente um papel. Algumas vezes sinto-me como se encenasse uma novela. A diferença é que tenho de viver o personagem atrás e na frente da câmera.

— De vez em quando você tira a maquiagem e vê quem está por baixo.

Dulce não esperava que Christopher a entendesse tão bem.

— É isso mesmo.

— Mas também não é preciso matar-se para provar isso.

— Está dizendo que devo aceitar minha vida como é?

— Não se trata disso, Dee. Se eu tivesse aceitado o que parecia ser meu destino, estaria vivendo nas ruas, drogado, às moscas.

Ela inclinou-se para a frente e abraçou os joelhos dobrados.

Era difícil imaginá-lo naquela situação.

— O que o fez mudar de ideia?

— Nem queira saber.

— Mas eu gostaria.

Christopher suspirou. Não queria aceitar que se incomodava com a opinião dela.

— Muito bem. Dan espicaçou-me até eu me enfurecer e enfrentá-lo. Depois, deu-me uma surra.

Embora espantada, Dulce não demonstrou desprezo.

— Essa não é uma boa psicologia a ser usada com uma criança. Não havia ninguém mais com quem você pudesse contar?

O fato de Dulce preocupar-se com ele surpreendeu-o.

— Dan não me machucou. Apenas deu-me alguns sopapos, de urso para ursinho. Queria mostrar-me que meus punhos não eram uma resposta para tudo. Exasperado, eu não conseguia raciocinar direito.

Achei que o derrotaria, o que não sucedeu, é claro. Também lembrou-me de que o próximo homem que eu desafiasse poderia ter uma faca ou uma arma.

— Você poderia morrer.

— Era o que Dan tentou mostrar-me. Descobri que é melhor usar a razão.

— E neste momento?

— Acho que isso é um erro.

— Por quê?

— Decerto há outros meios de resolver esta situação.

— Quer dizer que seria preferível dar-me uma surra?

Dulce achava que não era tão cabeça-dura quanto Christopher fora na adolescência. Então, uma lição drástica não seria necessária. Mas a ideia de ficar à mercê dele a apavorava e excitava ao mesmo tempo.

— Acho que deveríamos parar com esta disputa e resolver o problema como adultos, Dee.

— Mas nós já tentamos...

— Não o suficiente.

Ela ficou em pé.

— Christopher, em todas as vezes que meus irmãos pediram para eu discutir um assunto, foi só para me convencer de que eles estavam com a razão.

Christopher desencostou-se da pedra coberta de musgo, aborrecido por ter sido comparado aos príncipes.

— Isso não tem nada a ver com eles. É entre mim e você.

— Não podemos excluí-los. Os dois governam o país.

Christopher aproximou-se um pouco.

— Sendo assim, por que mora em Nuee em vez de Isle des Anges ou em Celeste?

Dulce deu uma risada nervosa.

— Porque ser dona de meu espaço foi um de meus dois atos de rebeldia.

— E Dee?

— O outro. Decidi há muito tempo que ela era uma criança solitária, sem responsabilidade por ninguém.

— Engraçado. Era como eu costumava descrever a mim mesmo.

— Era sempre verdade?

— Nunca. Nós sempre somos responsáveis por alguém, mesmo que seja só por nossa consciência.

— Está insinuando que devo parar de ser Dee para acalmar a minha?

— O que acha?

— Acho que você está tentando minar minha autoconfiança para eu perder a aposta.

Comentem *-*