Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Bom meninas, aconteceu uma fatalidade, por isso não postei nos últimos dias.
Quem deu uma olhadinha no meu tumblr entendeu.
Obrigado pelos comentários.

CAPÍTULO VI

A partir daquele momento, a marcha piorou. Os dois se revezavam na dianteira. Dulce preocupou-se mais em evitar acidentes do que em ganhar pontos.

Gypsy a preocupava. Dulce gostava de montá-la, pois a égua sempre atendia a seus comandos. Naquele dia, entretanto, a princesa mal conseguia manter o animal na direção certa.

Devia ser pela dificuldade do trajeto e também porque a égua captava a tensão da dona.

A animação de conduzir a montaria a meio galope foi esquecida, no afã de avançar no caminho perigoso e mal sinalizado.

Acima dela, quase duzentos metros de penhascos escarpados tornavam-se platinados à luz da tarde. Abaixo, um desfiladeiro de meio quilômetro era um teste para os nervos. Dulce esforçou-se para não olhar o precipício.

O ar fresco da montanha não lhe parecia mais estimulante.

Até Gypsy, que fora criada ali, não mostrava achar fácil a escalada.

Dulce começava a entender por que seus irmãos não queriam que ela percorresse a trilha. Aquilo não era uma picada para se cavalgar na floresta. Era o caminho para o inferno.

As árvores deram lugar a uma faixa estreita de planalto nevado.

Dulce alegrou-se por Gypsy, que pôde descansar.

Se Christopher estivesse atrás dela, Avatar também teria de dar uma pausa

na subida. Se ele houvesse tomado a frente, o que era improvável, o

problema já existiria. Então, não havia mal em respirar um pouco.

A floresta era muito densa, e Dulce não pôde divisar o adversário. A

vegetação rasteira e espessa abafava a maioria dos sons.

O silêncio e a solidão eram um convite à reflexão. A princesa passou o dorso da mão na boca. Não tinha palavras para descrever o que se passava em seu interior. Era como se Christopher houvesse disparado o gatilho para uma fusão interna, forçando-a a questionar o que sempre dera como certo.

Tomou um gole de água do cantil, e algumas gotas escorreram no vale

entre seus seios. Recordou-se dos lábios de Christopher em sua pele sedosa.

Devia estar com aspecto horrível, acreditou, ao imaginar os cabelos suados debaixo do chapéu emprestado de caubói. Guardará os óculos de sol fazia muito tempo. Quem iria reconhecê-la ali? A armação decerto tinha deixado seu rosto semelhante ao de um panda, em consequência da poeira e da transpiração.

Christopher não parecera importar-se. Ele a beijara com paixão. Como seria apaixonar-se por um homem como ele?

Então, Christopher chegou, montando Avatar. O capão também resfolegava e soltava vapor pelas ventas, como Gypsy.

— Estava imaginando quanto tempo levaria para você me alcançar.

Ele apeou do cavalo e soltou as rédeas de Avatar.

— Alcançar, Dee? Estive quase sempre a sua frente.

— E como chegou por trás?

— Avatar escorregou na última subida. Tive de trazê-lo a pé.

Embora houvesse feito o mesmo, Dulce ainda estava na dianteira.

Avatar teria de parar, e ela já estava pronta para partir.

E para vencer.

Segurou as rédeas de Gypsy e montou.

— Encontro-o lá em cima.

— E eu lhe darei a mão para que possa chegar até o marcador.

Sem responder, a princesa incitou Gypsy e sumiu na floresta.

A tempestade prevista ainda não desabara, quando Christopher alcançou a

parte final da subida em direção ao cume, uns duzentos metros adiante.

Encontrou Dulce ao lado de Gypsy.

Christopher logo percebeu o porquê. O restante da trilha de pedra era quase

vertical.

A princesa preparou-se para conduzir a égua pela rocha inclinada.

Tirou a blusa e ficou só com uma camiseta sem mangas.

Christopher mirava-a, hipnotizado.

— Chegarei primeiro, caubói.

Ele despiu a camisa e guardou-a no alforje.

— Nem em sonhos, princesa.

— Dee.

Uma princesa não poderia estar semi-vestida, sozinha em uma montanha com um homem, enquanto o tempo se fechava ao redor

deles. Teria Christopher reparado?

O que ela notava, entretanto, nada tinha a ver com o tempo.

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