Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Comentem gatas e gato *-*

Os bíceps nus de Christopher brilhavam pelo suor do esforço. Ele arfava, mas

não tanto quanto ela ao ver o peito largo e forte. Os pelos formavam um triângulo, cuja ponta desaparecia abaixo do cinto.

Dulce respirou fundo e estremeceu. Se tocasse nele, sentiria o coração palpitar sob os dedos? A tentação era insuportável.

Cansada ao extremo, teve vontade de esconder o rosto no tórax largo e sentir os braços fortes ao redor de si. Aborreceu-se com a ideia

O topo estava esperando, e Christopher vinha dois passos atrás dela.

Teve de reconhecer que essa proximidade era uma ameaça a tudo o que

ela amava. Como imaginar-se colada a ele, quando deveria afastar-se o mais possível?

Só assim para não pensar em outra coisa além da superfície lisa que teria de escalar. Gypsy pulou alguns penedos com passadas largas e Dulce teve de correr para segurá-la.

De repente, encontrou-se no cume do monte Mayat, sobre uma faixa de planalto herboso e nevado que coroava a divisa de Nuee.

A cordilheira de Mayat estava a seu redor, selvagem e irregular, perdida no horizonte.

No outro lado do planalto, um monte de pedras segurava o cobiçado marcador de jade que decidiria quem ganharia aquela parte do desafio. Dulce montou Gypsy e esporeou a égua naquela direção. O barulho dos cascos de Avatar indicavam que Christopher vinha a seu lado.

— Vamos, minha linda — a princesa incitou Gypsy. — Falta pouco.

Dulce freou a égua rente ao monumento e apanhou o marcador enfiado em um buraco na pedra mais alta. No mesmo instante, sentiu outra mão sobre a sua.

— É meu! — Dulce tentava livrar-se dele.

Era o mesmo que lutar com um urso. Christopher não soltou o marcador, mas

tirou-o do buraco com os dedos dela ainda agarrados no jade.

— Para mim, parece um empate, Dee.

— O vencedor será o que chegar primeiro ao sopé da montanha.

Christopher soltou o marcador, e Dulce segurou a peça de encontro ao peito.

— Aceito o empate — ela concedeu.

— Por enquanto.

Dulce enfiou o marcador no cano da bota e fitou o horizonte.

— Por centenas de anos este trajeto foi um ritual de maioridade para os jovens de Carramer. Para provar que eram homens, tinham de agarrar um cavalo selvagem, domá-lo, cavalgar até o topo e pegar um marco parecido com este. O original está no Museu de Nuee.

— Agora entendo por que os homens não queriam que as mulheres enfrentassem a trilha.

— Isso era pura superstição, relacionada aos deuses em que os Mayat acreditavam. Preciso lembrá-lo de quem chegou primeiro ao alto?

— Não disse que você não seria capaz. Mas acho que qualquer um que se aventure por este trajeto sozinho ou quer atingir os limites ou está louco.

— Você teria feito o mesmo.

— Você também, princesa, se houvesse vivido naquela época.

— Por que acha isso?

— Porque é do tipo que exige muito de si. — Christopher sorriu. — Mesmo quando não tem de fazê-lo.

Ela anuiu.

— Algumas vezes o engraçado é saber que não preciso.

— Foi o que imaginei.

— Como assim?

— Você não tinha necessidade de percorrer a trilha.

— Não tive escolha. As terras devem voltar para as mãos certas.

— Elas já estão, minha querida.

Ninguém se dirigia a ela naquele tom, como se fosse uma mulher comum. Mas será que Christopher beijava as mulheres comuns do mesmo jeito que fizera com ela? Claro que sim. Ele não a considerava especial.

Quando muito, era um impedimento aos planos dele.

— Por que me beijou, Christopher?

— E eu preciso de uma razão?

— Os homens geralmente têm uma.

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