Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

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Como patrocinadora real do evento, a princesa Dulce tinha acesso a todos os recantos da feira. Seu alter ego, a simples Dee, não tinha tais privilégios.

Dulce estava tentada a aceitar. Mas era arriscado demais. Poderia haver alguém entre os membros do pavilhão principal que a conhecesse, e seu disfarce estava longe de ser perfeito.

— Não posso. Estou... esperando alguém. — A hesitação traiu a sua desculpa inventada.

— Nesse caso, espero que aproveite o show. — Ele piscou em despedida e perdeu-se na multidão.

Dulce experimentou um súbito e inexplicável sentimento de pesar.

Ao oferecer-lhe a hospitalidade dos lugares melhores, o moço apenas pretendera ser gentil.

"Que pena, teria sido uma experiência interessante..."

Dulce suspirou e voltou-se para a parte da arena destinada ao público.

"Devo estar ficando louco", Christopher Uckermann disse para si mesmo, ao seguir para o estande dos associados.

Trabalhar com o príncipe Cristian e estabelecer uma réplica de seu haras americano em Nuee já era preocupação suficiente. Seria um amparo bom e sólido para a economia de Carramer. Até concretizar os planos, não poderia ocupar-se com nada, nem com mulheres, mesmo que intrigantes.

Olhou por sobre o ombro.

Os movimentos do balão prateado marcavam a passagem dela por entre as pessoas que a rodeavam e se dirigiam para a arena. Não era a única moça a usar chapéu e óculos escuros, porém era a única que parecia esconder-se atrás de um disfarce.

Pela entonação, Christopher deduziu que era uma aristocrata. Falava inglês com o mesmo tom refinado do príncipe Cristian, consequência de cursos em colégios de elite.

Christopher teve a intuição de que aquela jovem alegara o encontro como desculpa. Como era muito bem-nascida, não diria que ele não a agradara.

Aborrecido, lembrou-se da ex-mulher. Sorriu com amargor. Marian

Zapico Uckermann ensinara-lhe muito bem a inutilidade de perseguir o inatingível.

Quando a conhecera, Christopher sabia que Marian Zapico era muito diferente dele. Deveria ter prestado atenção aos sinais de alerta. Como por exemplo, quando ela o ensinava a comportar-se, logo nos primeiros encontros.

Entretanto, Christopher era mais moço e apaixonadíssimo por ela.

Tinha de admitir que se sentira lisonjeado pelo fato de uma garota como aquela, filha de um embaixador e rica de berço, amar um fazendeiro sem antecedentes familiares notáveis. Um novo-rico. Fora mesmo um idiota, decidiu.

Mais tarde, Marian confessara que se sentira atraída pela ausência de afetação por parte dele, em contraste com a alta esfera social, que a aborrecia. Porém, a novidade perdeu a graça de súbito, assim que se casaram. Para ser mais exato, quando Christopher tentou refrear-lhe os hábitos consumistas.

Só pedira para ela moderar um pouco os gastos. Parecera-lhe razoável estabelecer o limite de uma viagem à Europa por estação, para comprar roupas. Mas Marian reagira como se Christopher houvesse lhe pedido para viver como indigente e vestir trapos.

— Sou um fazendeiro, não um sheik, dono de poços de petróleo — ele a lembrara, com as mãos cheias de contas com as logomarcas das mais famosas casas de alta-costura estrangeiras.

— Você me critica por gastar dinheiro, mas vai desperdiçar uma fortuna na compra de um cavalo, o tal Caravan ou sei lá o quê.

— Carazzan Liberte — ele corrigira, sabendo da inutilidade de explicar a importância do animal para o futuro deles.

O último pai adotivo o desafiara para uma briga, dizendo que Christopher

não era tão forte como ele pretendia que fosse.

Só a partir daí, Christopher descobrira quem era: um fazendeiro que pertencia

à terra.

Christopher seria para sempre grato a Big Dan Uckermann por mostrar-lhe aquilo

e por reconhecer o potencial em uma criança rejeitada.

Até Dan responsabilizar-se por ele, Christopher percorreu uma lista de lares

adotivos, com o adjetivo de "incorrigível".

Sofrerá muito pela morte prematura de Dan, de enfarte, e fizera de tudo para justificar a fé que o pai tinha nele. Tanto que lhe deixara a propriedade como herança, o que marcou o início de seu sucesso.

Christopher dera prosseguimento ao sonho de Dan de criar os melhores cavalos de sela. Entendera que o ponto de partida seria Carazzan ao ler uma reportagem sobre um velho treinador de cavalos que encontrara o jovem garanhão liderando um rebanho selvagem em Nuee. O homem abandonara a aposentadoria para laçar e domar aquele animal fantástico.

Christopher podia imaginar os sentimentos daquele senhor. Ele quis Carazzan a partir do momento que soubera da história.

Mal pudera conter sua excitação ao saber que Carazzan estava à venda. Mas Marian se encarregara de levar para Paris todas as economias que ele fizera para arrematar o garanhão.

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