Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Não achei justo deixar vocês curiosas, então ai vai mais um (:

Christopher acordou primeiro e sentiu o braço esquerdo dormente.

Ao ver o motivo, não pôde evitar a tensão que o invadiu. Um corpo esbelto estava aconchegado e perfeitamente alinhado ao seu.

O pior, ou o melhor, Christopher não poderia afirmar, era que ambos estavam as pernas entrelaçadas, e os cabelos longos e negros derramavam-se sobre o peito dele. Bastaria um pequeno movimento e poderia beijá-la.

Mas, se começasse, não pararia. Ele a desejava demais.

Por que Dulce não era apenas Dee? Nesse caso, eles poderiam entregar-se um ao outro sem restrições e sem magoar ninguém.

Christopher não era o homem certo para uma princesa. Era egocêntrico, viera do nada, vencera por esforço próprio e estava contente com os resultados alcançados.

Ficou deitado em agonia física e mental. Não podia levantar-se sem perturbá-la. Mas teria de fazê-lo, e logo. Beijou-a de leve nos lábios e conteve-se para não intensificar o ato.

Dulce abriu as pálpebras de cílios longos e fitou-o, confusa, inocente e linda.

— O que está fazendo?

— Acordando você da maneira tradicional.

Christopher notou o momento em que a princesa tomou o lugar da jovem ingênua e descontraída. Admirou a dignidade com que ela se afastava dele e rezou para que fizesse isso depressa, ou não se responsabilizaria pelo que viria a seguir.

Dulce foi para o outro lado da cama. Christopher teve de usar toda a sua força de vontade para sair por trás dela e alcançar o piso sem tocá-la.

Deixou que o frio do chão se propagasse pelas pernas. Uma espécie de efeito de uma ducha gelada. Sentou-se em uma das cadeiras e calçou as botas.

Dulce o observava, desconfiada. Sentira a tensão dele e podia imaginar a razão. Corou ao pensar em como dormiram, mesmo não sendo intencional. Decerto fora o instinto de aquecer-se, mas ela não ignorava o efeito que isso tivera nele.

Por que Christopher não se aproveitara das circunstâncias? A resposta era frustrante. Ele não queria. E se quisesse? Ela o recusaria? Talvez...

Brincar com um homem como Christopher era perigoso. O que Dulce teria feito se ele resolvesse tirar o melhor partido da situação?

Deveria alegrar-se com a resistência dele, pois a princesa não seria capaz de aguentar

O que Dulce pretendia?

Tentou convencer-se de que era a propriedade para fazer o tão sonhado haras, mas suspeitava de que essa fosse uma parte da resposta. A outra era tão errada que nem tinha coragem de verbalizá-la.

— Vai ficar deitada o dia inteiro?

Christopher acendera o fogo e pusera uma chaleira com água para ferver.

Dulce viu-o pôr uma colher de café em pó solúvel em dois copos descartáveis. A barba por fazer escurecia-lhe o queixo, deixando-o com o aspecto rude de um pirata. Os cabelos desalinhados mostravam que ele se penteara com os dedos.

A camisa de Christopher estava desabotoada até a cintura e os músculos, com seus de pelos negros, dançavam conforme os movimentos. Teve vontade de chamá-lo de volta para o leito, para terminar o que nem haviam começado.

A Descoberta da Paixão.

Decidida, ela afastou as mantas e levantou-se, preferindo não parecer tão amarfanhada. Ele despejou água fervente nos copos de plástico e estendeu-lhe um deles.

— Não deve ser como está acostumada, mas é o melhor que esta cozinha tem para oferecer.

Dulce inalou o vapor aromático.

— Parece delicioso.

"Você também", Christopher pensou e levantou-se, depois de tomar alguns goles.

— Pode usar a pia para refrescar-se. Vou dar uma espiada nos cavalos.

— Não vai fazer a barba?

— Com o quê? Sinto muito ofender sua sensibilidade, mas não vim preparado para passar a noite.

— Você não me ofende. Apenas preocupei-me com seu bem-estar.

Ele resmungou qualquer coisa sobre a primeira vez para tudo e saiu.

Quando voltou, Dulce já havia lavado o rosto e preparado um desjejum com o que encontrara nos enlatados.

Christopher comeu rápido e arrumou seus pertences, demonstrando a pressa de voltar ao desafio. Dulce sentiu-se como uma noiva abandonada na lua-de-mel por um marido que preferia ver televisão.

Mas que tolice, repreendeu-se. A cabana nem de longe lembrava uma suíte nupcial, e a indiferença de Christopher não poderia ser mais óbvia.

Resignada, lavou os pratos.

Menos de meia hora depois, a choupana estava arrumada para os próximos visitantes pernoitarem. Os cavalos, descansados e ansiosos para partir. Dulce desejou poder falar o mesmo de si.

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