Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

Obrigado pelos comentários meninas Lindas *-* E Meninos *-*

— Estou sim, obrigada.

— Ouvi seu grito. Foi o tornozelo?

Dulce não queria deixá-lo perceber que se ferira, senão Christopher insistiria para acabar com a competição.

— Apenas uma torção, nada sério. — Para demonstrar, pôs-se em pé. A dor quase a matou, mas ela sorriu. — Nada de grave, mesmo.

— Pode montar?

Ela não deixaria de fazê-lo por nada neste mundo.

— Enquanto Gypsy comportar-se.

— Ela o fará, desde que não encontrem mais nenhum dom-juan equino

— Então, o que estamos esperando?

Christopher esperava vê-la montar, ela supôs. Tentou virar a égua, para

poder subir sem que Christopher visse. Teve de morder o lábio e apertar os

dedos nas palmas das mãos, mas conseguiu.

Christopher ainda parecia desconfiado. Só havia uma solução possível.

Dulce cutucou Gypsy com o pé sadio, em direção a uma passagem entre as árvores. Como que envergonhada de haver deixado sua dona cair, Gypsy saiu feito um furacão rumo à floresta, deixando para trás um americano espantado.

Dulce esforçou-se para manter a condução pelo resto da descida até o solo nivelado. Daquele ponto, seria um galope só até o posto da guarda florestal. E a excitação fazia a dor mais suportável. A meta era vencer.

Antes de ela completar a metade do percurso, Christopher apareceu na clareira, por trás. O que fez Gypsy disparar, quando Dulce soltou as rédeas. De soslaio, viu Christopher aproximar-se.

Avatar emparelhou-se com Gypsy. Naquele momento, Christopher tocou sem querer a bota no estribo onde Dulce apoiava o tornozelo ferido.

O contato ligeiro foi suficiente para a princesa gritar. Ela oscilou e teria caído de novo se ele não a tivesse amparado com o braço forte.

Christopher puxou as rédeas de Avatar, e Gypsy também diminuiu o passo.

Os dois animais pararam perto do posto da guarda florestal.

Christopher apeou a tempo de segurar Dulce, que já ia caindo.

Como em um sonho, ela sentiu que ele a envolvia no colo e roçava-lhe a testa com os lábios. Foi quando tudo escureceu.

Dulce recobrou os sentidos no sofá de uma sala estranha.

O guarda florestal não sabia o que fazer para agradar Christopher, que ditava as ordens.

Pela agitação, a princesa deduziu, ainda tonta, que na certa sabiam quem ela era. Christopher teria contado? Lógico que não. O disfarce, os óculos e o chapéu estavam no alforje. Tentou erguer-se.

Christopher acorreu de imediato.

— Cuidado, Alteza. Seu helicóptero deve estar chegando. O médico já está à espera.

— Não preciso de médico. Estou bem.

— Dá para notar. Fique deitada e dê-se por feliz de estar inteira.

Era impossível negar que lhe agradava ver Christopher preocupando-se com ela.

Apesar das pálpebras que se fechavam, Dulce viu o marcador de jade sujo de lama em cima da mesa do oficial. Christopher tratara de consagrar-se vitorioso, apesar do excesso de zelo.

Ele vencera. Embora fosse um fato previsível, constatá-lo era uma dor tão aguda quanto a de seu tornozelo. Tudo perdido por causa de um acidente estúpido! Carazzan, suas terras, sua liberdade, Christopher.

Tentou consolar-se. O garanhão mostrara-lhe que havia outros cavalos do calibre de Carazzan. As terras nem eram suas... Sua liberdade era ilusória. Assim, por que lhe parecia que o mundo desabava?

Por causa de Christopher. A verdade não poderia ser negada por mais tempo.

Ela o amava. E ele não retribuía esse amor.

Com Christopher de posse do almejado, Dulce podia ter certeza de que, dali para a frente, quase não mais o veria.

A vibração no helicóptero a fez cerrar os dentes para não gritar.

Dulce surpreendeu-se por Christopher tê-la acompanhado e permanecido a seu lado durante as sessões de raios-X, das injeções dolorosas, dos sermões do médico sobre cavalos e imprudência.

— O doutor está furioso com você — Christopher avisou, quando eles ficaram por um instante a sós.

— Alain Pascale trouxe à vida todos os bebês da casa real, inclusive eu. Isso o faz um pouco dono de nós. Ele se preocupa demais, e é muito

gentil.

Dulce constatou, feliz, que Christopher estava apreensivo. A perspectiva de perdê-lo em breve, tornava sua presença ainda mais preciosa.

— O dr. Pascale disse que posso ir embora, desde que mantenha repouso, Christopher.

— Talvez devesse ficar aqui esta noite.

— E por que eu deveria?

— Pelos paparazzi acampados do lado de fora do hospital, esperando você aparecer.

— Por causa do acidente? — Dulce arregalou os olhos.

— Não. Por isto. — Ele estendeu a edição do dia do jornal de Carramer, o Independent.

Na primeira página, via-se uma fotografia de Dulce disfarçada de Dee. Christopher a abraçava.

Ela reconheceu o pavilhão da feira.

— Deve ter sido tirada quando você me levou para tomar café.

Christopher assentiu.

— Naquele dia, não entendi por que você evitava tanto os fotógrafos que procuravam as poses da princesa do show. Um deles deve ter tirado essa, quando você tropeçou ao sair e eu a amparei.

Aquilo dava a impressão de ter sido um encontro secreto. Apesar do receio de ler a reportagem, Dulce o fez.

— Está tudo aqui, Christopher. Sua visita a minha vila e a noite que passamos juntos na montanha. Como é que eles descobriram?

— Alguém de seu secretariado confiável.

— Eles não fariam isso.

— Pois fizeram. Isso aconteceu comigo, depois de minha esposa ter ido embora. Ela espalhou rumores sobre minhas finanças que um de meus auxiliares ficou feliz em comprovar, por dinheiro. A maioria é leal, mas sempre há uma maçã podre.

— O que vamos fazer?

— Primeiro, vou levá-la para casa. Depois, arrumaremos uma história convincente que possa tirá-la desta encrenca.

"E a você também", ela pensou.

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