Fanfic: A Descoberta da Paixão . d&c - adaptada/terminada

EPÍLOGO

Sua esposa nunca estivera tão bonita, Christopher pensou, ao vê-la segurar no colo o filho deles, na igreja. O título era maior que o bebê:

Sua Alteza Real Daniel Alfonso Cristian de Saviñón, que um dia reinaria sobre uma parte de Carramer.

Seu filho, o príncipe.

Devia ser o amor que o fazia entrar em devaneios. Lembrou-se de um menino de olhos grandes espiando uma procissão, de dentro de uma alcova. A imagem sumiu, e o garoto passou a trajar calça rasgada bem acima dos pés descalços, e uma camisa enorme cobrindo o corpo franzino. Ele, aos quatorze anos. Atrás, outra figura sombreada. Big Dan

Uckermann, com a mão forte no ombro do rapazote.

"Espero que esteja contente", Christopher falou para a imagem em sua mente. Desde o casamento deles, dezoito meses atrás, Dulce o fazia sentir-se o homem mais feliz do mundo, só pelo fato de ela existir.

A beleza de Dulce, a paixão e o amor pela vida combinavam com as expectativas mais ambiciosas de Christopher, que empenhava-se em amar a esposa como Dulce merecia.

Aceitara o título de duque de Nuee apenas para agradá-la, não por necessitar dele. Havia muito fizera as pazes com quem era na realidade.

Admitiu que lidar com o estilo dos nobres não era tão difícil assim.

Existiam muitas coisas em comum com qualquer outro modo de viver.

— Como é que está encarando a paternidade? — príncipe Alfonso, regente de Carramer, quis saber.

Christopher perdera a reserva inicial quanto ao soberano. Apreciava e respeitava o cunhado, que realizava um trabalho árduo com grande competência.

— Sinto falta de poder dormir mais um pouco, mas Daniel vale a pena.

Christopher observou o olhar de Alfonso para sua radiante esposa, a princesa Anahi, e para o filho deles, Nori, que segurava a mão da irmã, a pequena Aimee.

— Crianças merecem qualquer sacrifício, Christopher. Afinal, são nosso futuro.

— Acho que Maite e Cristian concordam com isso.

A esposa de Cristian estava um pouco mais adiante, segurando a filha de onze meses, Rose.

— Com certeza. Nunca vi Cristian tão feliz.

— Sei como ele se sente. — Christopher abriu um largo sorriso.

— Estamos aqui para um batizado ou para se embeveceram em admiração? — Era a voz do dr. Pascale atrás deles.

Ninguém ousava tratar Alfonso com aquela familiaridade, e Christopher já se acostumara às maneiras expansivas de Alain Pascale. Mas, como tinha trazido ao mundo todos os Saviñón e era médico da família fazia muito tempo, possuía seus privilégios.

O dr. Pascale só não estivera presente ao nascimento de Daniel, porque o bebê resolvera adiantar-se, ao pé do monte Mayat, onde os pais tinham ido comemorar o primeiro aniversário da disputa que os aproximara.

Dulce fora levada de helicóptero, alguns minutos antes de Daniel nascer. O dr. Pascale se encontrava na Austrália, em visita a parentes da esposa, e não perdoara o casal por não ter conseguido bater um recorde.

— Os bebês crescem, apesar de tudo. — O olhar carinhoso com que o médico fitou Daniel desmentiu as palavras ásperas.

— Pode ter certeza de que ajudará o outro a nascer — Christopher prometeu-lhe.

— Mas espero que dê àquela jovem dama um tempo para recuperar-se, antes de planejar o próximo.

— Pois não, doutor. — Christopher piscou, travesso.

— Pelo menos, você mostrou bom senso na escolha dos padrinhos.

— Diz isso porque foi um deles, não é, Alain? — Alfonso interveio.

A risada dos três foi interrompida por um olhar severo de Dulce. O batismo estava para começar.

O coração de Christopher disparou. Seu filho iria ser batizado em uma catedral pelo dignitário religioso de cargo mais elevado do país.

A emoção foi maior ainda quando Dulce o encarou. Os imensos os da esposa estavam úmidos, e as faces, coradas. Com o filho no colo, ela parecia ainda mais maravilhosa, se é que isso seria possível.

Christopher não via a hora de as comemorações terminarem, para ficar a sós

com a família outra vez. Contudo, isso só ocorreria depois da cerimônia oficial e da recepção formal.

Christopher fitou Alfonso e Cristian. Admirava-lhes o empenho em cumprir com

os deveres. Seria ele o único a ficar impaciente para usufruir a companhia dos seres a quem amava?

O príncipe Cristian aproximou-se de Christopher.

— Será que isso ainda vai demorar muito? Mandei comprar um trem elétrico para Daniel, e não vejo a hora de mostrar-lhe.

Christopher evitou sorrir. Afinal, não estava sozinho. Nem ficaria mais. Eles

faziam parte de uma família real, mas a palavra mais importante era "família". Depois de tantos anos, era membro de uma.

Sua alma se encheu de gratidão. Christopher ergueu o olhar para os magníficos vitrais acima do altar e enviou os mais profundos agradecimentos para os céus, antes de voltar-se mais uma vez para a mulher que amava.

Fim (: