Fanfic: +*¨^¨*+ Uma noite em Cozumel+*¨^¨*+ [TERMINADA]

 Isso é meu – gritou alguém. Era uma voz feminina e aflita.
Christopher levantou a cabeça sobre as águas do Parque Chankanaab, em Cozumel, e viu que a seu lado, sobre o mar azul-turquesa, flutuava o sutiã de um biquíni cor de laranja.
Christopher havia tirado o dia para mergulhar, usando máscara e snorkel, e esperava ver todo tipo de peixes tropicais, menos aquilo. Um peixinho cutucou os triângulos alaranjados para ver se eram comestíveis, mas afastou-se decepcionado.
– Pode pegar para mim, por favor?
Christopher virou-se e, repentinamente, viu uma jovem mulher com cabelos cor de fogo que escorriam pela testa. A máscara de mergulho estava no topo de sua cabeça e ela parecia completamente desconcertada.
O peixinho estava redondamente enganado. Definitivamente, aquela mulher era bem apetitosa.
– A correnteza arrastou meu sutiã – disse ela. E cruzou os braços sobre os seios. – Se puder jogá-lo para mim...
– Não sei. Nunca ouviu falar que achado não é roubado? – disse ele. Foi incapaz de resistir ao impulso de caçoar um pouquinho.
Agitando-se de forma a manter-se na superfície da água, ela deu um suspiro.
– Oh, por favor, laranja não é sua cor preferida.
– Talvez não – refletiu. Vagarosamente apanhou a peça de roupa. O bojo do sutiã era tão pequeno que coube na palma de sua mão. – Qual o prêmio que vou receber por resgatar seu biquíni? – perguntou. E olhou novamente.
Ela empinou o queixo.
– Um cavalheiro jamais pediria um prêmio.
– Eu nunca disse que era um cavalheiro. Por outro lado, uma dama ofereceria uma prova de sua gratidão.
– E o que você tem em mente?
– Um jantar, hoje à noite – respondeu, encarandoa nos olhos.
– Se puder me entregar o sutiã mantendo seus olhos diretamente nos meus, sem qualquer deslize para baixo – enfatizou a moça –, aceitarei seu convite para jantar.
– Fechado – respondeu ele. Embora soubesse que isso lhe custaria um esforço enorme. Ele não seria um homem se não desejasse vê-la nua, e as águas claras daquele mar teriam tornado a visão ainda mais saborosa.
– Uma vez que você já disse que não é tão cavalheiro, acho que vou jantar com minhas amigas – replicou. A voz era agradável e ela manteve seus olhos acorrentados aos dele enquanto se aproximava.
Ele fez de tudo para que seu olhar não oscilasse, não declinasse. E se deu conta de que estava sentindo um estranho frio no estômago.
Os olhos de Christopher cravaram nos dela, ao mesmo tempo em que ele colocava o sutiã na mão estendida da jovem.
– Obrigada. – Um vislumbre de emoção surgiu em seu olhar.
– Vire-se – pediu Christopher com a voz um pouco trêmula.
Voltando-se, ela procurou em vão fechar o biquíni, e resmungou frustrada:
– Não consigo encontrar o fecho.
– Espere um instante. Tenho uma faixa elástica no meu pulso. – E chegando mais perto perguntou: – Quer que eu tente?
– Por favor.
Christopher improvisou um fecho enlaçando as duas pontas do sutiã, e o experimentou com um suave puxão.
– Ok?
Ela balançou a cabeça afirmativamente e voltouse.
– Obrigada. Muito obrigada mesmo.
Depois de uma pausa, em um ímpeto, Dulce inclinouse sobre ele e roçou nele seus lábios.
– Uma prova de gratidão...
Christopher lambeu a mistura de sal e doçura que ficou em sua boca e sentiu um suave ardor.
– No restaurante Alberto’s, às sete da noite. Qual é seu nome e onde está hospedada?
– Dulce. Dulce Saviñón. Estou na Praça Las Glorias.
E você, quem é?

CONTINUO?