Fanfic: +*¨^¨*+ Uma noite em Cozumel+*¨^¨*+ [TERMINADA]

Dulce achou que tinha virado uma estátua de gelo.
Percebeu que Christopher ficou encantado ao ver o menino, e soube, naquele momento, que sua vida e a de seu filho mudariam para sempre. E não necessariamente da maneira como gostaria.
– Leve totó para o quintal dos fundos, querido – conseguiu dizer. E observou Alan arrastar o cachorro pela porta da cozinha.
O coração de Dulce martelava em sua própria cabeça, e, para disfarçar, ela ajeitou os cabelos.
– Como pode perceber, estamos muito ocupados, então...
– Ele tem os seus olhos – disse Christopher. E aproximou- se – Ele tem seus olhos castanhos.
Ela não conseguia pronunciar uma palavra com ele assim tão perto, então concordou com um sinal de cabeça.
Ele levantou a mão em uma tentativa de tocar uma mecha dos cabelos de Dulce.
– Mas não herdou seu cabelo.
Ele deu um meio sorriso e depois seu olhar ficou sério.
– Onde está o pai?
Nesse momento, ela precisou lutar contra um início de crise histérica.
– Ele não quis estar por perto – e cruzou os braços.
– Mas estamos bem sem ele.
Christopher aquiesceu, seu olhar intenso mostrando carinho e compreensão.
– Quando seu filho nasceu?
– Está com quase três anos e meio de idade – admitiu relutante. Soube naquele momento que não poderia mais se resguardar. Estava desesperada para pôr um fim naquela conversa e naquele terrível embaraço que pairava entre eles. – Eu preciso ir, de verdade.
– É meu filho?
Dulce ficou paralisada. Mais do que qualquer outra coisa, ela queria fugir dessa pergunta. Forçou-se a respirar fundo. Christopher permaneceu lá, tão forte, tão confiante. O que ela não teria dado para aconchegarse em seu ombro durante um momento ou dois nas épocas mais solitárias de sua vida? Mas fora forçada a segurar toda a barra sozinha. Ela e Alan tinham sobrevivido muito bem.
– Ele é meu filho. Passei sozinha por nove meses de gravidez, pelo parto e por semanas quase sem dormir por causa das cólicas dele. Alan é meu.
– Mas alguém é o pai, Dulce.
Ela sacudiu a cabeça.
– Não. Não posso conversar com você nesse momento.
Você mentiu para mim sobre quem era, passou uma única noite comigo...
– Não foi uma única noite – ele protestou. O maxilar estava endurecido pela raiva.
– Ah, é? Quantas noites foram? – desafiou. Falava de forma sarcástica, ouvindo a própria voz fraquejar ante a lembrança de sua humilhação. – Uma. Você prometeu que entraria em contato, e nunca mais me procurou. – Ela mordeu o lábio procurando reter as lágrimas. – Meu garotinho quer levar o cachorro para passear e eu não tenho que explicar a ele por que a mãe dele está desnorteada. Então, você precisa ir embora.
Christopher sustentava uma expressão de dor e confusão.
Alguma parte enlouquecida de Dulce desejou confortá-lo, apesar de tudo o que sofrera por causa dele.
Dulce precisava pensar e se restabelecer. Levara um bom tempo desejando que Christopher magicamente reaparecesse em sua vida. Agora que isso tinha acontecido, ela estava tremendo até os ossos.
– Eu vou embora – disse ele, olhando fixamente para Dulce. Ela ficou assustada com a devastadora determinação que viu naquele olhar. – Mas vou voltar.