Fanfic: +*¨^¨*+ Uma noite em Cozumel+*¨^¨*+ [TERMINADA]

Christopher  escutou seu celular tocar enquanto dava banho em Alan, mas ignorou a chamada. Ele sabia que era sua assessora. Ela o estava procurando para falar de compromissos que originalmente ele havia marcado para aquela semana, e depois protelado na última hora. Era uma situação difícil, e ele poderia perder o negócio em andamento. O telefone tocou novamente. Ele olhou para seu filho que estava aflito e deixou a droga do celular tocar. O bem-estar de Alan era a única coisa que ele tinha em mente.
Ele retirou Alan da banheira e tentou vesti-lo, só que o garoto estava bastante agitado. Chris  então decidiu que roupas, naquela situação, seriam um exagero.
Levou o menino para o pequeno gabinete de trabalho e ligou o ventilador, de modo a ter sempre uma brisa soprando constantemente sobre o corpinho de Alan. E retirou da estante meia dúzia de livros infantis.
Dulce chegou do jantar e se deparou com uma casa misteriosamente silenciosa, a não ser por um estranho sinal eletrônico. Por um momento, teve receio de que algo terrível tivesse acontecido.
Atravessou correndo o vestíbulo para o pequeno escritório e parou ao ver Alan dormindo, com a cabeça pousada no peito de Chris, enquanto Christopher também estava adormecido. Seu garotinho estava sem camisa e coberto com uma generosa camada de pomada calamina.
Tinha a aparência mais calma do que tivera nas últimas três noites. Ela reparou em uma pilha de livros infantis jogados no chão e três palitos de picolé.
– Sorvete para aliviar as bolhas em sua boca – ela murmurou. Estava surpresa e desejou que ela mesma tivesse lembrado desse detalhe. Perguntou-se como o carrasco pôde ter tido tal idéia. Talvez porque ele não fosse de fato um carrasco. Talvez porque ele não fosse o vilão egoísta que ela tentava pintar em sua mente.
Chris ainda a deixava com a respiração suspensa.
Pensava já ter enterrado seus sentimentos por ele, mas terem ficado tão próximos a fez ver o quanto ela sentia sua falta. O modo como ele a olhava suscitava uma explosão de fogos de artifício em seu interior.
Havia dissimulado bem sua atração por ele, mas não estava segura de conseguir manter seu disfarce. A determinação de Chris em conhecer Alan derrubara suas defesas. A gentileza e o brilho nos olhos dele faziam seu coração descompassar. Apesar de todos seus esforços em contrário, a camaradagem entre os dois voltava, a mágica entre eles esquentava.
Olhou para as duas cabeças com cabelos escuros tão próximas uma da outra. Sentiu um aperto no coração.
Estivera ansiando por um sonho secreto, tão secreto que ela não ousava admitir para si própria.
E se Chris pudesse ser um bom pai para Alan? E se ela e Chris pudessem recuperar o sentimento dos primeiros tempos no México?
Essas perguntas proibidas a apavoravam. O som enjoado do sinal eletrônico continuava. Ela procurou em volta e encontrou o celular de Christopher no sofá. Negócios, pensou.
Será que era urgente? A idéia de que ele pudesse ir embora novamente provocou um nó em sua garganta.
Outros pensamentos perigosos. Ela não deveria confiar em Chris. Ela não podia confiar nele.
–Christopher – tocou, sem jeito, em seu ombro. – Chris...
Os olhos dele piscaram levando alguns segundos para focalizar.
– Oi, Dulce.
O coração de Dulce bateu forte pela maneira como ele disse seu nome. Ela gostava do modo como ele enrolava seu nome na boca, como se o estivesse saboreando.
Que pensamentos bobos, ralhou consigo mesma.
– Seu celular está tocando. Vou colocar Alan na cama.
– Leve o ventilador. É a solução para amenizar a coceira – explicou Christopher enquanto ela levantava Alan de seu peito.
Alan espreguiçou-se.
– Oi, mãe. Chris me deu picolé para melhorar a minha boca.
– Eu vi. Foi uma idéia brilhante.
– Estava gostoso – disse Alan. Isso suscitou em Dulce um sorriso. Ela o colocou na cama e voltou, encontrando Christopher no sofá ajeitando os cabelos com a mão.
– Notícias ruins?
Ele aquiesceu.
– Posso perder esse negócio se não voltar a Houston amanhã.

Continua...amanhã.