Fanfic: +*¨^¨*+ Uma noite em Cozumel+*¨^¨*+ [TERMINADA]

Dulce ficou sem palavras. Mordeu o lábio, sentindose tomada de assalto por uma avalanche de emoções.
Forçou-se então a desviar o olhar dos olhos escuros de Rick e recobrar o equilíbrio.
– Antes de viajar para o México, o que desejava mais?
Ele levou a mão dela até seus lábios e a beijou.
Dulce fechou os olhos ante a ternura daquele gesto.
– Encontrar uma mulher como você.
Poderia ter soado como uma cantada. Mas não foi. E os mesmos sentimentos ressoaram dentro de Dulce. Ela sempre desejara encontrar um homem como Rick. Divertido e inteligente. Sensual e sensível.
– Ei, o que aconteceu? – perguntou ele, apontando o pé dela.
Dulce olhou e viu um fio de sangue brilhando em seu dedão.
– Devo ter topado com alguma coisa, provavelmente uma pedra – ela deu de ombros. – Não está doendo, não é nada demais.
– Curativo e pomada antibiótica – afirmou ele.
Ajudou-a a colocar-se de pé.
– Não há motivo para tanta preocupação – protestou ela.
– Se infeccionar, você vai ter problemas para andar...
vamos. Tenho alguns remédios em meu quarto.
Não vai levar mais do que um minuto.
Quando pegaram o elevador, ocorreu a Dulce, em algum canto de sua mente, que talvez não fosse prudente estar perto de uma cama com Rick a seu lado.
A tentação de ir mais longe estivera rondando os dois por todos aqueles dias. Naquela noite, estava mais forte do que nunca. Mas ela sabia que Rick não a forçaria a nada. O que estava ocorrendo era mais uma missão de primeiros-socorros do que uma cena de sedução.
Tão logo destrancou a porta ele a guiou para o sofá.
Então, acendeu um abajur e abriu a porta que dava para a varanda antes de desaparecer no quarto ao lado. Ao voltar trazia uma toalha, um tubo de pomada e um curativo. Dulce estendeu a mão para pegar o material. Ele balançou a cabeça.
– Deixa que eu faço.
– Estou em condições de colocar um curativo.
– Não me prive de uma razão legítima para tocar no seu pé.
Ela sorriu enquanto ele limpava a areia.
– Você não tem fetiche por pés, não é mesmo?
– Não, mas você tem pés bem graciosos.
Ela mexeu os dedos dos pés.
– Eles são grandes.
– Como as suas pernas – disse ele. O tom era de aprovação.
– Sempre me achei muito magrela quando estava na escola.
Colocando o curativo em seu dedo, ele deu uma olhada apreciativa para o corpo de Haley.
– Garota, você é bem-dotada.
Rick a fez sentir-se como se tivesse perdido muito tempo enterrando o nariz nos livros. O que perdera focando exclusivamente seus estudos? Suas colegas haviam insistido para que viajasse ao México, se divertisse um pouco, encontrasse um rapaz e fosse aventureira por uma vez. Todos os que a conheciam de perto sabiam que ela se esforçava muito para manter as notas altas. Desse modo, sua bolsa de estudos não estaria ameaçada.
Ela foi a primeira de sua família a conseguir cursar o ensino superior, e jamais se esquecia de como tinha sorte em estudar fotojornalismo. Não se permitia distração. Ela não poderia, mas algo dentro dela a impulsionava para Rick. Esse impulso era tão forte que se assemelhava a uma onda gigantesca em meio a uma tempestade. Dulce não se decidia se lutava contra ela ou se se deixava levar...
– Obrigada pelo tratamento médico gratuito – disse.
Esperava que seu tom bem-humorado disfarçasse a confusão emocional. – Tem certeza de que não é estudante de medicina?
Rindo muito, sem tirar os olhos dela, ele ajudou Dulce a se levantar.
– Sem chance. Vamos para a varanda. Tem uma vista linda à noite.
Seguiu-o até a varanda, enlevada por uma mistura de brisa marinha e o aroma sutil da colônia pós-barba de Rick. Admirou o reflexo das estrelas no oceano e concluiu:
– Parece mágica.
– Mágica – ecoou ele. – Não acho que seja o oceano. É você.
E a beijou de um modo que a fez sentir coisas que nunca sentira antes. Um calor e um desejo tão intenso percorreram seu corpo que ela estremeceu.
Ele se afastou suavemente.
– Você está tremendo. Está com frio?
– Não – disse ela, engolindo o nó em sua garganta.
– Não quero que esses dias com você terminem.
Ele concordou acariciando os cabelos dela.
– Sinto-me do mesmo jeito. Mas não consigo chegar perto de você o suficiente.
Amparada pelo círculo forte e caloroso dos braços dele, ela pôde sentir seu coração bater forte. O corpo de Rick, pressionado contra o seu, evidenciava a necessidade urgente que ele sentia de estar com ela.
Uma vontade imperiosa surgiu de seu interior passando por cima de anos de bom senso e prudência. Jamais se sentira desta forma com nenhum outro homem.
Ela não queria perdê-lo, não queria deixar de estar com ele. Alguma coisa dentro dela libertou-se e Dulce se aproximou ainda mais de Rick.
– E o que é estar perto de mim o suficiente? – sussurrou ela.
O tempo parou entre eles, e Dulce teve a sensação bizarra de estar no olho de um furacão.

Dedicado a :Thaila