Fanfic: Precocemente Mãe [revisada]

 Arruma tudo de volta e coloca a caixa no lugar.

Dulce: Aqui Annie. – disse abrindo a embalagem. 

Não demora e logo Maite chega com o leite morno, as três dividem nas chuquinhas e alimentam os filhotes que estavam morrendo de fome. 

Dulce: Tadinhos parece que nunca viram comida na vida. – achando graça da gula dos animais.

Anahí: Eles são muito lindos! – maravilhada. – O que vamos fazer com eles? Eles não podem ficar aqui pra sempre Dulce.

Dulce: É tem razão. – murmurou. – Mas depois pensamos em algo.

Maite: Porque não os deixamos na sala dos instrumentos? – ela sugeriu animada.

Dulce: E se alguém encontrar eles? – arregalou os olhos. – Deus os livre!

Maite: Ninguém vai achar eles. – rolou os olhos. – Ninguém vai lá, é super seguro! - Dulce e Anahí se entreolharam.

Anahí: Tem certeza Maite? – Maite as encarou, aborrecida.

Maite: É claro que sim, não confiam em mim ou o que? – cruzou os braços.

Dulce: Está bem, vamos esperar eles terminarem de mamar. – as duas concordaram.

Depois de quinze minutos os filhotinhos terminaram de mamar, Dulce pegou uma caixa de um dos seus sapatos, já que era mais folgada do que a do rádio, forrou com uma toalhinha e colocou os dois dentro. Tamparam a caixa para não levantar suspeitas. Abriram a porta para sair e tomaram um susto ao ver Christopher parado, com a mão levantada.

Ucker: Eu já ia bater. – disse abaixando a mão. – Dulce, nós precisamos conversar, eu tenho algo sério pra te falar.

Dulce: Falar sobre o que Ucker? – disse nervosa com medo que ele descobrisse os cachorrinhos, antes de ele responder, ela retrucou. – Seja o que for esse não é o momento.

Ucker: Por favor, Dulce! – a olhou suplicante. – Eu preciso te falar algo, é importante.

Dulce suspirou e os cachorrinhos começaram a fazer barulho dentro da caixa, provavelmente estavam com medo do escuro.

Dulce: Droga. – sussurrou. Christopher notou seu nervosismo.

Ucker: O que tem dentro dessa caixa? – curioso. 

As três se entreolharam nervosas, que hora maravilhosa para Christopher aparecer. 

Ucker: Anda Dulce, diz logo o que tem aí! – ele retrucou tentando pegar a caixa. Ela protegia a caixa como podia. – Eu sei que tem alguma coisa aí, você não sabe mentir!

Maite: Ah meu saco! – disse irritada. – Fala logo pra ele, vai que ele sirva pra alguma coisa e ajude! – murmurou.

Dulce: Valeu Maite! – disse irônica e virou-se para Christopher que ainda esperava pra saber o que tinha na caixa. – São cachorrinhos.

Ucker: O que? – ele perguntou começando a rir. Dulce rolou os olhos, abriu a caixa e o viu ficar sério aos poucos. – Está de brincadeira Dulce? – olhando os filhotes. – Não podemos trazer animais para o campus, se te pegarem você está ferrada.

Anahí: Acontece é que a Dulce os encontrou abandonados e não podíamos deixar eles nas ruas, eles podiam morrer. – olhando os animaizinhos com afeição. – Eles não são lindos?

Ucker: É, são até bonitinhos. – sorriu acariciando um deles. – Mas eles não podem ficar aqui.

Dulce: Mas nós já estávamos levando para a sala dos instrumentos. – explicou, balançando a caixa, na tentativa de acalmar os cachorrinhos.

Ucker: Não! – ele arregalou os olhos. – Lá vão encontrar os dois facilmente.

Dulce se virou para Maite e a mesma sorriu sem graça.

Maite: Ah eu pensei que era seguro. – deu de ombros. Dulce negou com a cabeça.

Ucker: Eu conheço um lugar bastante seguro em que eles poderão ficar sem medo. – ele disse abrindo um sorriso.

Dulce: Onde? – com os olhos brilhando.

Ucker: Só vou falar quando você aceitar conversar comigo. – ele disse a encarando. – É serio Dulce, isso está me remoendo, eu preciso falar contigo. – Dulce o encarou, preocupada.

Dulce: Tudo bem. – ela suspirou assentindo. – Me mostra onde fica o lugar e nós conversamos lá.

Ucker: E como eu vou saber se não está me trapaceando? – ele ergue a sobrancelha.

Dulce: Por favor, Christopher. – rolou os olhos. – Não seja melodramático, não combina com você. - ele levantou as mãos em sinal de rendição e ela se virou para as amigas. – Não se importam de eu ir só não é? – elas negaram com meio sorriso. – Bem, então vamos Christopher, antes que eu me arrependa. – ele sorriu e foi atrás de sua ruiva.

Christopher levou Dulce até a antiga secretaria, ninguém ia lá, apenas a mulher da limpeza que fazia faxina uma vez por semana e como era uma segunda-feira ela só viria novamente no sábado, tempo suficiente para arrumar outro lugar para os cachorrinhos.

Dulce: Nossa Ucker, aqui é ótimo! – disse colocando a caixinha no chão com certa dificuldade por conta do tamanho de sua barriga. Ele se tocou e a ajudou. – Obrigada. – murmurou colocando o cabelo atrás da orelha.

Ucker: Posso colocar aqui? – ele apontou e ela assentiu, estendeu a toalhinha no chão e colocou os dois ali. Pegou alguns livros e fez uma espécie de cercado para que eles não andassem pela sala inteira e ficassem apenas naquele cantinho. – Prontinho. – sorriu levantando. – Eles já estão alimentados? – Dulce assentiu. – Muito bom, amanhã voltamos e alimentamos outra vez. – sorriu de canto.

Dulce: Bem, então... – ela o encarou, enquanto se encostava em uma mesa velha. – O que você queria conversar comigo?

Christopher respirou fundo, não ia ser fácil falar, mas ele sabia que se ele quisesse tê-la outra vez teria que jogar limpo, sem mais mentiras e ele estava disposto a tudo, até mesmo contar toda a verdade.

Ucker: É que... – coçou a barbicha. – Não é muito fácil de falar, eu não sei como você vai reagir. – ela engoliu o seco, sabia que coisa boa não viria, apenas pediu que ele continuasse. – Eu sei que você vai querer me matar, mas eu peço que se acalme.

Dulce: Já chega de enrolação Christopher! – ela bufou. – Fala logo, já está me deixando angustiada.

Ucker: Tudo bem, sabe quando eu disse que a camisinha tinha estourado? – Dulce assentiu nervosa. – Bem, ela realmente estourou, mas quando nós fizemos amor pela segunda vez eu fui sem nada, sem nenhuma proteção.

Dulce sentiu a boca seca, o que ele estava dizendo?!

Dulce: O que você está dizendo Christopher? – arregalou os olhos.

Ucker: É verdade, eu fui sem camisinha e eu acho que isso dobrou as chances de fecundação, me desculpa Dulce, eu juro que eu pensei que se eu desse as pílulas não teria perigo e... – ela o interrompeu.

Dulce: Christopher você é mesmo muito idiota! – disse negando com a cabeça. – Só faz besteira em cima de besteira. – pôs a mão no rosto. – Eu não sei do que adianta você me contar isso agora, eu já estou grávida mesmo. Em que vai mudar sua declaração me diz?

Ucker: Eu não quero mais que existam mentiras entre nós. – pôs a mão no bolso. – Não vai adiantar nada, mas eu me sinto melhor em dividir com você.

Dulce: Ótimo, mas por que não se preveniu? – o encarou com leve irritação.

Ucker: É que... – suspirou. – Eu só queria te sentir melhor e...

Dulce: Sentir melhor a mim? – o encarou irônica. – Você é um louco, imagine se além da gravidez eu também não pegasse uma doença sexualmente transmissível! Você tem noção?

Ucker: Está falando que eu tenho doenças? – disse incrédulo.

Dulce: Não era de se admirar se tivesse, você transou com quase todas as mulheres daqui! Já parou pra pensar se alguma delas não tem algum tipo de doença? – pôs o dedo na cabeça. – A tal Tereza, por exemplo, não tinha gonorreia? 

Ucker: Claro que não Dulce, aquilo foi uma brincadeira que eu aprontei com ela. – ele disse rapidamente. – E eu uso camisinha sempre, entendeu?

Dulce: Também "usou" camisinha comigo e olha como me deixou. – apontando a barriga. – Eu estou grávida e o pior, estou doente por sua culpa! – acusou.

Ucker: Eu já falei que eu não tenho nenhuma doença! – berrou com leve irritação.

Dulce: Não estou falando disso, apesar de achar que você deveria fazer exames, mas, enfim...

Ele ignorou as ultimas palavras dela e a encarou intrigado.

Ucker: Está falando do que então? – ela o encarou. – Você está doente? O que você tem Dulce? – a segurando pela cintura com a expressão preocupada. – Fala!

Dulce: Eu estou com uma doença que se adquire quando engravida. – suspirou. – Pré-eclâmpsia.

Ucker: O QUE? – ele disse muito assustado. – Como assim você está com isso Dulce? Por quê? Como?

Dulce: Já chega Ucker! Eu estou doente e corro riscos até o bebê nascer, muito simples. – rolou os olhos ironizando. – Graças a sua gracinha de me sentir.

Ucker: Me perdoa, me perdoa meu amor. – disse pegando a mão dela. – Me diz que doença é essa, me explica Dulce. – beijando as mãos dela. – Por favor, meu amor, fala pra mim.

Dulce quase sorriu quando viu como ele a bajulava, agora ela não sabia dizer se era verdade ou mais uma das mentiras dele.

Dulce: É uma doença, eu não sei explicar Ucker... – murmurou. – Mas é grave.

Christopher sentiu um nó na garganta, Dulce não podia estar doente, não podia estar com problemas, se acontecesse algo com ela ou com sou filha seria capaz de fazer uma loucura.

Ucker: Dulce eu não vou deixar nada acontecer com você, eu prometo. – ele disse roucamente, fazendo-a encara-lo. – Você é TUDO, tudo pra mim e se acontecer alguma coisa com você eu nem sei o que eu sou capaz de fazer. – nervoso. 

Dulce sorriu de lado, às vezes ele era tão fofo e lhe fazia sentir protegida, se sentir importante.

Dulce: Obrigada. – ela disse se afastando. – Mas não se preocupe, eu vou ficar bem. – ele suspirou pesado. – Se não tem mais nada pra me falar é melhor eu ir dormir.

Ucker: Espera Dulce. – ela se virou. – Ainda tem outra coisa. – disse engolindo o seco.

Ela viu a expressão de Christopher e respirou fundo, e ali viria outra bomba. Pelo menos ela achava.

Dulce: Pois fale Ucker, eu estou escutando. – ele assentiu e coçou a nuca, estava nervoso e ela sabia.

Ucker: Eu sei que você já sabe que eu fiquei com algumas garotas durante o nosso namoro.

Dulce: Algumas? – o interrompeu irônica e ele a encarou sem graça. – Continue. – pediu cruzando os braços.

Ucker: Bem, eu fiquei algumas vezes com a... – coçou a cabeça. – Fiquei com a Angelique. – disse por fim.

Dulce paralisou. Apoiou-se na mesa para não perder o equilíbrio.

Dulce: Você ficou com a Angelique? – perguntou em choque e ele assentiu.

Dulce deu um sorriso amarelo, sentia como se um punhal tivesse lhe acertado em cheio nas costas, agora entendia a expressão apunhalada. Angelique e Christopher tinham um caso e ela nunca teve conhecimento. 

Meu Deus se existisse prêmio de melhor idiota do ano, levaria o primeiro lugar sem dúvidas. Era tão idiota! Tão burra! Tão cega! Todos faziam o que queriam com ela, era incrível! Angelique sempre foi uma das suas "melhores" amigas, sempre estava disposta a ajudar a loira no que fosse, perdia as contas de quantas vezes a ajudou a se arrumar para encontros românticos. 

Com certeza a arrumava para que ela fosse se encontrar com seu próprio namorado. Sem perceber duas grossas lagrimas caíram de seus olhos.

Ucker: Dulce me desculpa...

Dulce: Para de pedir desculpas Uckermann! – berrou limpando as lagrimas. – Você sempre acha que tudo se resolve com desculpas! Porra, você ficou com a minha amiga, você teve um caso com a Angelique sabendo que nós duas éramos amigas e mesmo assim ficou com ela! – disse com mágoa. 

Ele ouvia tudo de cabeça baixa, sabia que ela tinha razão, era uma coisa difícil de entender e perdoar, mas um dia ela saberia e melhor que fosse pela boca dele, do que pela boca dos outros, na opinião dele, acabar com todas as mentiras era fundamental para tentar ficar numa boa com ela de novo e isso era o que ele mais queria, ficar ao lado dela e cuidar dela nesse momento. 

Dulce: Quantas vezes você ficou com ela? – disse olhando para o nada.

Ucker: Umas seis, sete vezes... – negando com a cabeça. – Dulce, me entende, eu sou homem, você e eu não tínhamos relações e para mim sexo era uma coisa diferente de amor, nós homens temos necessidades que as mulheres não entendem. 

Dulce: Isso não era desculpa, se queria me botar chifres por que não excluiu minhas amigas da sua lista, quem mais hein? Você pegou a Belinda, Maite?

Ucker: Não Dulce, foi só a Angelique e foi coisa sem importância, hoje em dia nem olho pra cara dela. – disse aperreado. – Por favor, fica calma. Eu acho que não foi uma boa ideia falar isso pra você agora.

Dulce: É claro que foi uma boa ideia! Acha que eu posso morrer a qualquer momento ou o que? Ou queria me ocultar isso por mais tempo?

Ucker: Não.

Dulce: E o que mais você tem pra me dizer? – esfregou o nariz de leve. – Fala logo, essa é a hora!

Ucker: Mais nada Dulce. – disse tristemente. – Me perdoa se eu te machuquei, eu só achei que contando certas coisas me fariam sentir melhor, e de fato, estou me sentindo mais leve. Me sinto menos culpado em saber que eu já não tenho mais nada que esconder de você. Eu acho que será mais fácil conquistar você de volta.

Dulce: Você não me machucou Christopher, me deixou decepcionada, outra vez, mas machucada? – sorriu sem sal. – Eu acho que você já me machucou tanto que meu coração já está dormente e não sente mais nada. – disse indo até os cachorrinhos e pegando os dois, deu um cheirinho neles e os colocou outra vez na toalhinha. – Boa noite Christopher. – saiu.

Ele ficou mais um tempo pensando em tudo, estava se sentindo por um lado aliviado por ter dito a ela tais coisas, e por outro lado demasiado preocupado com a tal da pré-eclâmpsia, ele precisava saber do que se tratava isso!

Dulce chegou ao seu quarto, Anahí e Maite estavam conversando, Dulce contou tudo a elas a respeito do que Christopher tinha dito, Maite ficou irritadíssima e disse que já desconfiava da relação de Christopher e Angelique. Queria ir ao quarto da loira espanca-la, mas Anahí e Dulce a impediram. Dulce contou também a respeito da sua doença, as amigas ficaram muito preocupadas, mas a ruiva as acalmou alegando que se seguisse o tratamento tudo ficaria bem.

¨¨¨¨

No dia seguinte.

Poncho: Ucker desgruda desse computador veí. – Poncho disse tomando um gole do seu café. – Desde ontem você está pendurado nesse notebook, podemos ao menos saber por quê?

Christopher bocejou, era verdade, tinha quase virado a noite procurando informações da tal pré-eclâmpsia, tinha dormido pouquíssimo.

Ucker: A Dulce está doente cara. – disse passando a mão no cabelo. – Eu estou muito preocupado, ela está com pré-eclâmpsia e isso é muito grave! – nervoso. Poncho e Christian se entreolharam espantados.

Poncho: A Dulce está com o que? – engoliu o seco.

Ucker: Pré-eclâmpsia. – disse receoso. – Ainda tem outra que é pior ainda, e se a Dulce não se cuidar pode se agravar. É uma tal de Eclampsia. – suspirou. – Eu estou com medo que aconteça alguma coisa com ela, cara.

Christian: Tranquilo papai. – tentou acalma-lo. – Não vai acontecer nada com a Dulce. 

Ucker suspirou voltando a olhar para o computador, onde estava lendo mais informações da doença. 

Ucker: O que foi Poncho? – disse encarando o moreno. – Você se calou de repente.

Poncho: É que essa doença é tensa cara. – acariciou o maxilar. – Minha tia sofreu isso quando engravidou pela segunda vez.

Christian: E como ela se curou? – disse encarando Christopher que tomava outro gole de café. Poncho suspirou.

Poncho: Ela não se curou, o problema agravou e tanto ela quanto meu primo morreram na hora do parto. 

Christopher cuspiu tudo o que tinha em sua boca tamanho susto.

Ucker: Está falando sério Poncho? – disse assustado.

Poncho: Claro que eu estou cara, acha que eu brincaria com isso? – disse rolando os olhos. – A Dulce tem que se cuidar. – avisou.

Christopher começou a suar frio, estava com muito medo, se acontecesse alguma coisa com Dulce ou com a bebê, ele enlouqueceria de vez.

¨¨¨¨

As meninas estavam saindo dos dormitórios quando dão de cara com Angelique e Belinda, que estavam esperando no fim do corredor como todos os dias.

Angel: Oi meninas! – disse sorridente. – Adivinhem, nós acabamos de saber que vai ter outra peça! – dizia entusiasmada.

Dulce assim que a viu sentiu um enjooulhe subir a cabeça, como podia existir uma pessoa tão falsa? A ruiva se virou para Anahí e Maite e as duas ergueram a sobrancelha. Angelique e Belinda não entenderam nada.

Belinda: Está tudo bem gente? – enrolando a ponta do cabelo no dedo. Dulce coçou a nuca e encarou Angelique.

Dulce: Angelique será que eu posso conversar com você em particular?

Angelique estava confusa, o que será que Dulce queria com ela? Será que queria lhe nomear vice capitã no lugar de Belinda? Isso seria perfeito!

Angel: Claro que sim Dulce. – forçou um sorriso. – Vamos?

Dulce: Claro. – saiu andando e Angelique foi atrás.

As duas adentraram o quarto de Dulce, Angelique entrou e Dulce fechou a porta atrás de si. Angelique sentou na cama de Maite e ficou esperando a ruiva se pronunciar.

Angel: E então Dulce? – a loira disse com a sobrancelha erguida. – O que você quer conversar?

Dulce: Angelique eu já sei que você transava com meu namorado às minhas costas. – disse cruzando os braços e Angelique emitiu um gemido de espanto. Ficou completamente sem reação.

Angel: Como é? – foi a única coisa que saiu de sua boca. – Quem falou isso pra você? - Dulce deu um riso alto demostrando sua ironia.

Dulce: Ele mesmo! – parou de rir e a olhou com um olhar de raiva. – Por que você ficou com ele? – Angelique ainda estava em choque. – Responde!

Angel: Dulce... – pôs a mão no rosto. – Isso já faz muito tempo. – negando com a cabeça. – Tipo, nada a ver mais.

Dulce: Então é verdade? – murmurou distante. Angelique respirou fundo e assentiu.

Angel: Olha Dulce, presta atenção, você tem que me entender. – dizia nervosa. – Você sabe como o Uckermann sempre foi "o cara" daqui, todas as garotas são loucas por ele, ele sempre foi muito sedutor e poxa... Eu não sou de ferro!

Dulce: Eu pensei que você fosse minha amiga! – disse indignada. – Sabia que ele era meu namorado e mesmo assim ficou com ele! – Angelique suspirou. – Sabia que eu era louca de amor por ele, sabia do meu amor e da minha insegurança por ser namorada do "cara" como você mesmo fala e mesmo assim você me apunhalou! – apontou com os olhos brilhando.

Angelique a encarou e viu que para Dulce não estava sendo nada fácil essa conversa, no fundo se sentiu mal por ela. Dulce sempre fora o tipo de amiga que você podia contar a qualquer hora e qualquer momento. Perdeu as contas de quantas vezes chorara no colo de Dulce pelas diversas brigas em sua casa, quando sua mãe apanhava de seu padrasto, e sempre Dulce estava ali, no momento que fosse. Com uma palavra amiga que confortava seu coração e ela não correspondia essa amizade, nunca correspondeu. 

Sempre tivera inveja de Dulce, por sua beleza, por ser filha de pais apaixonados e por namorar Christopher, tinha inveja até do bebê que Dulce carregava no ventre. Saiu de seus devaneios quando ouviu um soluço fraco, Dulce estava chorando perto da janela.

Angel: Dulce. – se aproximou dela. – Me desculpa por isso. – disse tocando o ombro da ruiva. – As pessoas erram e eu errei. 

Dulce: Você gosta dele não é? – soluçando.

Angel: Eu não sei, posso até gostar. – disse olhando para baixo. – Mas ele não me ama e eu sei que não. – voltando a olhar para a ruiva que a encarou. – Ele gosta de você, na verdade ele te ama e você também ama a ele. – suspirou com os olhos mareados. – Eu e o Ucker não tivemos nada sério, hoje em dia ele sequer olha na minha cara e vice versa. Foram apenas momentos. O que eu sinto pelo Christopher não é amor, se fosse eu teria feito o inferno pra separar vocês. Mas não, é apenas atração, nada mais.

Dulce: Eu não entendo. – sentando na cama de Maite. 

Angel: Olhe você não tem que entender, não vou pedir pra você me perdoar, por que eu sei que é uma situação muito difícil pra você e eu entendo. – ela começou a andar. – Se você quiser nem chego perto do seu namorado.

Dulce: Ele não é meu namorado e você pode engoli-lo se quiser! – secando as lagrimas.

Angel: Por enquanto. – a loira franziu a testa. – Você sabe que é só estalar os dedos que ele vem correndo, ele deixa qualquer uma no vácuo por você, você com esse seu jeitinho idiota e meigo deixa ele louco. Eu conto nos dedos às vezes que ele falou meu nome enquanto transava comigo, sempre chamava você, era incrível...

Dulce: Já chega eu não quero ouvir! – tapou os ouvidos.

Angel: Não, agora você vai ouvir! – Dulce a encarou e a loira não tinha expressão nenhuma no rosto, não estava irritada, não estava chorando, não demostrava nada. – Eu sempre tive inveja de você e não é de hoje! – Dulce a olhou, espantada. – Você sempre teve tudo Dulce! TUDO o que eu queria. Você é ótima na dança, muito melhor do que eu, você é linda, popular, tem uma simpatia monstruosa. Todo mundo te adora, você tem uma família unida e feliz, completamente diferente de mim. – murmurou plausível. – Tem o Christopher de quatro por você e ainda por cima vai ter um filho com ele. É eu invejo você por que vai ter uma criança com um homem que te ama.