Fanfic: Precocemente Mãe [revisada]

Christopher sentiu a boca secar, não podia acreditar no que estava ouvindo, como assim Dulce amava outro cara? Quem era esse tal de Camilo? Esse maldito! Queria arrombar aquela porta e socar esse desgraçado até a morte, mas não tinha forças, estava completamente desorientado, não demorou a que começasse a chorar, não podia ser. Tentou ver alguma coisa pelo buraco da fechadura, mas nada, não conseguia ver porra nenhuma, estava tudo em silêncio. Depois voltaram a falar.

Dulce: Eu amo seu beijo. – suspirou, quer dizer que eles estavam se beijando? – Me deixa cada dia mais apaixonada.

Ele negou com a cabeça e saiu dali, não podia continuar ouvindo aquilo, era masoquismo. Saiu dali com o coração massacrado.

Professor: Corta! – ele disse eufórico. – Maravilhoso meus queridos, muito bom!

Os outros alunos aplaudiam a perfeita atuação e Bruno lhe deu um beijo na testa fazendo-a sorrir.

Bruno: Nós sabemos que somos fodas. – se achou enquanto ia até sua namorada e lhe dava um selinho.

Andréa: Muito bom meu amor! – riu. – Meus parabéns!

Dulce: Ah gente... – sorriu. – O que é isso. – sem jeito.

Professor: Não Dulce. – se aproximou dela. – Você tem um potencial e tanto, se fosse você seguiria pra valer a carreira de atriz.

Dulce: Gosto de atuar, mas minha paixão é a dança. – disse enquanto tomava um pouco de água. – Quem sabe eu realmente não siga não é?

Professor: Com certeza. – disse bagunçando os cabelos dela. – Bem alunos... – se virou para todos. – Por hoje é só isso! Amanhã nós continuamos. – os alunos se despediram do professor e saíram.

 

Anahí: Nossa amiga. – a abraçou de lado enquanto caminhavam pelo corredor. – Você foi muito bem, quase choro!

Dulce: Não seja dramática Annie. – riu. – Aquilo ali foi sorte, nem sei como consegui falar tudo de uma vez sem errar.

Anahí: Que seja, eu que queria ter sua sorte! – negando com a cabeça. – Errei um monte de vez, estava vendo a hora o professor me mandar pastar.

Dulce: Claro que não, você também foi ótima. - elas sorriram e uma menina se aproximou.

Ivete: Oi Dulce, falou com o Ucker? – confusa.

Dulce: Não, por quê? – desconfiada.

Ivete: Por que ele veio me perguntar onde você estava e eu disse que estava no terceiro corredor, ele estava te procurando como um louco.

Dulce: Nossa, eu não o vi. – mordeu o lábio. – É melhor eu procura-lo, obrigada Ivete!

Ivete: De nada. – sorriu se afastando.

Dulce: Vem comigo? – perguntou à Anahí.

Anahí: Claro. – as duas saíram.

 

Christopher estava na quadra, chutando varias bolas em direção ao gol. Não conseguia parar de pensar no que tinha ouvido ainda há pouco. Se não estivesse ouvido com seus próprios ouvidos jamais acreditaria! Se Dulce amava outro cara por que estava com ele? 

Será que era só porque ele era o pai da criança, e ela não queria separá-lo Laurinha? Não estava entendendo, tudo aquilo estava muito confuso. Chutou a ultima bola com força e raiva, fazendo a mesma sacudir a rede com o impacto.

Dulce: Gol! – riu enquanto se aproximava. 

Ele se tremeu todo ao ouvir a voz dela, a mesma voz que estava declarando amor a outro homem minutos atrás.

Anahí: Até que enfim te achamos. – ele se virou e deu de cara com as duas caminhando até ele, de mãos dadas.

Ucker: O que estão fazendo aqui? – ele perguntou sem entonação.

Dulce: Ivete me falou que você estava me procurando. – ela o encarou soltando a mão de Annie, viu que ele estava muito estranho, o encarou intrigada e depois se virou para Anahí. – Annie pode nos deixar sozinhos por um minuto? – piscou pra loira.

Anahí: Claro amiga. – sussurrou. – Qualquer coisa eu estou na cantina. – piscou de volta e saiu. Dulce ficou observando Christopher que voltava com outra bola nos braços.

Dulce: Ucker... – se aproximou dele e o abraçou por trás. – Está tudo bem amor? – ele não respondeu, apenas respirou fundo. – Hein? – beijou as costas dele.

Ucker: Já chega desse showzinho  Dulce! – ele cuspiu. – Que merda, eu não sou idiota!

Dulce: Do que você está falando? – arregalou os olhos, espantada.

Ucker: Do que eu estou falando? Eu já sei de tudo! – negou com a cabeça e ela fez um bico de choro.

Dulce: Eu não estou entendendo Christopher. – começando a chorar. – Do que tá falando hein?

Ucker: Não começa a chorar! – ele fechou os olhos. – Para com esse choro besta! – impaciente. – Fala quem é Camilo?! – gritou.

Dulce: Eu não sei quem é Camilo! – soluçando. – Para de gritar comigo!

Ucker: Não sabe quem é Camilo? – ela negou com a cabeça. – Então se você não sabe quem é Camilo, com quem era que você estava trocando juras de amor ainda pouco? 

Dulce arregalou os olhos, oh meu Deus, ele tinha ouvido seu ensaio... Merda! 

Ucker: Surpresa não é? – a encarou irônico e decepcionado. – Ah Camilo, como podemos ser felizes se eu vou ter o filho de outro? Ah Maria isso não importa meu amor... – os imitou com deboche. – Eu não sou trouxa Dulce, se quer ficar com ele vai em frente, mas a minha filha fica comigo! – apontou pra si mesmo. 

Dulce não sabia se ria ou se chorava, mas optou pela primeira opção. 

Ucker: Vai rir? – disse irritado. – Está rindo de que? – apertou os braços dela deixando-a assustada. Ele estava furioso.

Dulce: Me larga! – se debatendo começando a ficar irritada. – Já chega Ucker, você entendeu tudo errado. – se esforçando pra sair.

Ucker: Não Dulce, eu entendi muito bem! Você não tem vergonha na cara não? – a soltando com brutalidade. – Você não passa de uma... – fechou os olhos não tendo coragem de terminar.

Dulce: Uma o que Ucker? – sentindo duas lágrimas rolarem. – Termina, vai me chamar de vadia?

Ucker: Eu não chamei e nem vou chamar. – passou a mão nos cabelos. – Me diz logo quem é esse cara que eu... 

Dulce: PARA! – gritou. – Para Ucker! – ele se calou e olhou pra ela. – Não é nada disso, Camilo é um personagem. Eu estava ensaiando uma peça!

Ele a encarou incrédulo. Até que ela era boa nas desculpas.

Ucker: Ah uma peça... – abrindo um sorrisinho irônico. – Conta outra Dulce.

Dulce: É VERDADE!

Ucker: Você falou da nossa filha e ele te chamou de Maria! Como pode ser uma porra de peça?! – disse irritado.

Dulce: Minha personagem se chama Maria do Céu e engravidou de um estupro, daí ela se apaixona pelo ginecologista dela. – ele a olhou intrigado, se bem que estavam falando mesmo de uma peça que oitavo período estava ensaiando. – Apenas isso, se não acredita, pergunta para o meu professor. – ela terminou e se virou pra sair, mas ele a puxou.

Ucker: Espera Dulce, é sério mesmo? – sentiu seu coração esmagar ao ver os olhos dela cheios de lagrimas, que merda! Outra vez ele a fez sofrer.

Dulce: Você mesmo fala que eu não sei mentir. – enxugando as lagrimas. – Acha que eu teria coragem e condição de trair você? – murmurou dolorosa. Ele apenas negou, se sentindo um idiota. – Ao contrário de você, eu tenho respeito com o meu namorado.

Ucker: Me perdoa, é que eu não sabia... Foi tudo muito convincente, eu fiquei louco de ciúmes. – ele estava transtornado. – Por favor, não chora Dulce, eu não queria te fazer chorar.

Dulce: Não tem noção de como me machucou... – sussurrou. – Eu preciso ir embora.

Ucker: Não Dulce, vamos conversar, por favor. 

Dulce: Eu não quero conversar com você! – enxugou as lágrimas elevando o tom. – Eu já estou cheia de sofrer por sua culpa! – apontou. – E quer saber de uma coisa? – ele abaixou a cabeça. – Você nunca vai mudar, vai ser sempre o mesmo mauricinho que acha que o mundo gira em torno do seu próprio umbigo! – apontou com rancor.

Ucker: Eu estou fazendo o melhor que eu posso! – ele sussurrou fazendo-a encará-lo. – Eu estou tentando Dulce. Eu estou tentando ser uma pessoa melhor, por você, pela nossa filha. Mas parece que você só quer ver os meus defeitos... Eu te traí? Trai, mas eu me arrependo disso amargamente! Eu abri o jogo com você e decidi que não ia mais mentir, sabe onde eu estava hoje o dia inteiro? – ela negou com a cabeça. – Estava trabalhando! 

Dulce deixou o queixo cair levemente, Christopher? Trabalhando? Era uma coisa absurda até de se imaginar. 

Ucker: Deve estar pensando o mesmo que o meu pai, ontem quando eu fui pedir o emprego para ele, mas se é isso que você acha de mim, o que eu posso fazer? – suspirou. – É uma pena saber que você não sabe reconhecer que se eu estou tentando mudar, é por você! Porque eu te amo Dulce, sem você minha vida não tem o menor sentido.

Dulce: Fico feliz por você. – ela limpou as lágrimas. – Você sabe que eu também te amo muito Ucker. Tudo isso do bebê está mexendo muito comigo, com você também. É uma reviravolta e tanto e eu tenho certeza que um dia vamos rir de tudo isso. Eu acho melhor a gente dar um tempo de nós dois.

Ucker: É isso que você quer? – ele murmurou engolindo o choro, não podia ficar sem ela outra vez. Ela assentiu.

Dulce: É o melhor no momento. – mordeu o lábio.

Ucker: Tudo bem. – sentindo uma dor aguda no coração. – Se é isso que você quer eu respeito, mas por favor, Dulce. Não fica com o Pedro nem com ninguém, pelo menos até a gente pensar bem o que vai ser, depois você pode fazer o que quiser. Me promete?

Dulce: Só se você também me prometer. – ele assentiu. – Certo, promessa feita, é melhor eu ir.

Ucker: Espera. – ela voltou, prendendo o choro. – Me dá um beijo, só mais esse, por favor... – pegando ela pelo braço. 

Ela suspirou e assentiu sem forças, ele a pegou pela cintura e roçou os lábios sentindo que não podia mais segurar o choro, o beijo foi lento, doce e apaixonado como todos os outros. Apenas com um ingrediente a mais, o gosto salgado das lagrimas de ambos. Não queriam se separar, mas era necessário pra entender o que eles realmente queriam um do outro. Depois que a respiração começou a faltar os dois se separam. 

Ucker: Obrigado por isso. – ele murmurou colando as testas. – Eu te amo viu? – enxugando as lagrimas dela.

Dulce: Eu também. – disse o empurrando de leve. – Eu preciso ir, até mais. – saiu apressada. 

Ele apenas a observou sair com lágrimas. Porque tinha que ser tudo tão complicado? Ele passou a mão nos cabelos com força e foi até o estacionamento. Precisava ir pra casa, pôr as ideias no lugar, tudo aquilo era demais pra sua cabeça.

 

Dulce entrou no quarto chorando muito e logo Anahí veio acudi-la.

Anahí: Dulce, o que foi? – disse baixinho pelo fato de Maite estar dormindo. Dulce não respondeu e foi pra sua cama, deitou-se e abraçou o travesseiro com força. - Dulce, você está bem? – sentando ao lado dela e lhe afagando os cabelos. – Fala comigo amiga.

Dulce: Eu e o Christopher terminamos o nosso rolo, não estamos mais ficando. – disse encarando Anahí com lagrimas. – Eu quero morrer Annie.

Anahí: Não amiga, não fala isso. – enxugando as lágrimas dela. – Se acalma, respira fundo. – pediu enquanto se levantava e pegava um pouco de água, Dulce respirou fundo, fazendo o que a amiga pedia. – Toma isso, vai te ajudar a se acamar. – entregando a água, Dulce tomou. – Você não pode ficar desse jeito Dulce, senão a Laurinha pode ficar nervosa outra vez e dessa vez pode ser pior. – advertiu. 

Dulce suspirou, Anahí tinha razão, não podia ficar nervosa demais, a vida da sua filha dependia dela. 

Anahí: Está melhor? – a ruiva assentiu. – Quer contar para mim o que aconteceu?

Dulce: Foi um mal entendido, ele ouviu o ensaio o Bruno, mas isso não teve importância, o que me matou foi ele achar que eu tinha outro cara, quase me chamou de vadia. – Anahí arregalou os olhos. – Mas ele não teve coragem de chamar, depois eu expliquei tudo e joguei umas verdades na cara dele, daí ele disse pra mim que estava tentando mudar, não acreditaria se eu dissesse que ele está trabalhando, acreditaria? – sorriu de leve enxugando as lagrimas.

Anahí: Não! – com o queixo caído. – Sério Dulce? – ela assentiu. – Achava que veria tudo na vida menos isso! – riu. – Mas isso significa que ele está mudando, é um bom sinal.

Dulce: Eu sei, não tem noção de como fiquei feliz, mas é o melhor a se fazer. Talvez separados enxergamos o que realmente queremos.

Anahí: Você tem razão, mas não chora mais sim? – a abraçou. – Bebita chorona! – brincou apertando o nariz dela que sorriu.

Dulce: Annie? Não vamos contar sobre isso pra Maite ok? – Anahí a encarou, confusa. – É que ela é super protetora e com certeza vai querer armar confusão com o Ucker, ela já se meteu em muitas por minha causa. – olhando Maite dormindo. – Tenho medo que se prejudique.

Anahí: Sem problema amiga. – sorriu. – Agora já para o banho, que está na hora de você dormir!

Dulce: Ainda são nove da noite! – disse sorrindo.

Anahí: Que seja anda!

Dulce deu um risinho e foi para o banheiro, precisava dormir e tentar esquecer um pouco Christopher, coisa que ela achava difícil de acontecer.

 

¨¨¨¨

Christopher chegou em casa com os olhos inchados, já tinha parado de chorar durante o trajeto. Entrou e foi até a sala de estar onde encontrou seus pais e os pais de Dulce, tomando um vinho e conversando animadamente.

Alexandra: Querido! – se levantou e foi até o filho. – Que surpresa boa!

Ucker: Oi mãe. – forçou um sorriso sem sucesso, enquanto cumprimentava os tios, e o pai. – Onde estão os meus irmãos?

Luiz: Liliane já está dormindo e Ricardo saiu com os amigos, você se sente bem filho?

Ucker: Sinto papai. – suspirou, tentando parecer convincente. – Por quê?

Alexandra: Você está com os olhos inchados, andou chorando? – acariciando os cabelos dele. Ele negou.

Blanca: Tem certeza querido? – se levantando e indo até ele. – Parece abatido.

Ucker: É que eu discuti com a Dulce.

Fernando: Oh, não, outra vez? – disse sentido. Christopher assentiu. – Minha filha é um tanto complicada. – negou com a cabeça enquanto bebericava mais um pouco do seu vinho.

Luiz: Jovens, sempre levando os relacionamentos ao extremo da loucura... Não se preocupe querido, logo reatam.

Blanca: Ah, eu tenho certeza que sim, Dulce ama você.

Ucker: Eu não sei, acho que isso não vai se resolver tão fácil. – disse sem fé.

Alexandra: Claro que sim filho, pensamento positivo! – sorriu.

Fernando: Dulce é cheia de frescuras. – ele disse dando de ombros. – Só vai parar com esses ataques de histerismo quando Christopher partir pra outra. – disse temeroso. – Imagina brigar com o namorado por motivos tão irreais, tem uma briguinha e já é motivo pra terminar? Minha filha está merecendo umas boas palmadas. – ele sorriu dando um brinde.

Christopher coçou a nuca e respirou fundo, essa era outra coisa que ele não estava mais aguentando guardar.

Ucker: Tem uma coisa que vocês não sabem. – ele sussurrou de cabeça baixa.

Blanca: Que coisa? – ela sorriu tomando outro gole de sua bebida.

Alexandra: Algo grave querido?

Ucker: Mais ou menos, é uma situação bastante desagradável. – ele sentou-se no sofá e abaixou a cabeça, criando coragem pra falar.

Fernando: Algo com o bebê? – engoliu o seco.

Ucker: Não, é o motivo da nossa separação, Dulce não queria que vocês soubessem, mas eu não quero mais mentir pra ninguém.

Alexandra: Está me deixando assustada querido. – ela disse sentando ao lado dele.

Ucker: Não fique... – suspirou. – A verdade é que, eu traí a Dulce. 

Choque, foi isso que todos sentiram, os quatro se entreolharam completamente incrédulos. Traição? Estavam muito assustados com isso, como Christopher fora capaz? 

Ucker: Eu a traí, com várias garotas, muitas vezes... – disse passando a mão no rosto. – Foi por isso que terminamos o nosso namoro.

Fernando: Como é que é? – perplexo.

Ucker: Eu não era maduro o suficiente e... – é interrompido.

Fernando: Você é um sem vergonha! – berrou com irritação. – Então era por isso que minha filha chorava tanto... – sussurrou. – Como eu não me toquei antes?

Alexandra: Christopher, por que meu filho? – disse sentando ao lado dele. – A Dulcinha sempre foi uma namorada tão perfeita, não merecia isso.

Ucker: Eu sei que não merecia, mas eu não fazia por mal, achava que sexo e amor eram coisas distintas. – com lagrimas.

Luiz: Há quanto tempo Christopher? – mordeu o lábio. – Há quanto tempo traia a Dulce?

Ucker: Desde muito novo. – franziu a sobrancelha.

Fernando: E porque não nos contou isso antes? – ele disse, estupefato. – Eu acho que merecíamos saber não é? – rolou os olhos.

Ucker: Achamos que seria melhor omitir, Dulce não quis contar. – mordeu o lábio.

Os quatro apenas se entreolharam completamente sem reação, era uma situação bem desagradável pra eles.

Blanca: Eu não sei o que dizer. – ela murmurou. – Só eu sei o quanto minha filha sofreu e chorou, eu achava que tinham tido uma briguinha e rompido. – coçou a nuca. – Nunca achei que fosse capaz de fazer isso com ela. – passou a mão no rosto.

Ele apenas encarou os pais e os "tios" com tristeza, dava para ver que estavam muito decepcionados com ele, e isso o matava de forma cruel.

Ucker: Por favor, me perdoem por isso. – enxugou as lagrimas. – Eu juro que eu me arrependi há muito tempo e estou tentando melhorar. Eu amo a Dulce demais, ela é tudo pra mim.

Fernando: Como eu posso acreditar? – ironizou. – Humilhou minha filha sem dó nem piedade, ela não merecia isso.

Ucker: Eu sei que não merecia tio, mas eu tinha minhas necessidades, se é que me entendem. – Fernando suspirou, antes pintasse e bordasse com outra, do que com sua filha. – Eu errei, mas todo mundo erra não?

Blanca e Fernando se olharam, conheciam Christopher desde que estava na barriga de Alexandra e o amavam como um filho, assim como Alexandra e Luiz amavam seus filhos como tal.

Blanca: Eu perdoo querido. – disse por fim, sentando do outro lado dele, já que Alexandra estava sentada no outro. – Eu posso ver que está arrependido. 

Christopher sorriu e abraçou a tia com força, ele a considerava como sua segunda mãe. 

Fernando: Olhe eu não sei o que dizer, eu estou muito decepcionado e nervoso. – andando de um lado para outro. – E se eu falar alguma coisa aqui eu posso me arrepender depois. – sentando-se no sofá e afrouxando a gravata. – Eu prefiro não falar nada.

Alexandra: É o melhor Fernando. – assentiu com a cabeça.

Sabia que não era nada agradável aquela situação e entedia que Blanca tinha perdoado por ter um coração gigante, mas Fernando era diferente. Não que o amigo não tivesse um bom coração, ao contrario, mas Fernando não suportava ver Dulce sofrendo, assim como todo bom pai, prezava e protegia sua filha. 

E agora que descobriu o motivo dos choros desesperados de Dulce, não era nada fácil pra ele fingir simplesmente que nada aconteceu.

Luiz: Porque agora está nos contando? Porque achou que merecíamos saber? 

Ucker: Bem, eu não quero mais mentir, não quero que a minha filha nasça no meio de mentiras e é isso. – deu de ombros, cansado.

Fernando: Ao menos se preocupa com a sua filha.

Ucker: Tio, eu entendo que está muito chateado comigo, pode ter certeza. – suspirou. – Se algum dia alguém fizer com a minha filha o que eu fiz com a sua, eu quebro a cara do desgraçado. – murmurou sem entonação. – Se quiser me bater fique a vontade, eu não vou revidar.