Fanfic: The Last Breath - AyA [FINALIZADA]

095

Sabia que a qualquer momento, quando eu olhasse para o mar, o homem que habitava meus sonhos há tanto tempo sairia como um deus grego. Moreno, alto, corpo delineado entre os músculos definidos, nariz delgado e pontudo sobre os lábios carnudos e convidativos e seus olhos, verdes, tão intensos que me causavam arrepios. E o mais importante, era o homem que tinha meu coração. Suspirei quando Alfonso se aproximava com seu sorriso torto nos lábios. Sorri em resposta inclinando o corpo pra trás deitando-me sobre a areia macia e esperando que ele se acomodasse ao meu lado. Fechei os olhos fitando o céu através dos óculos escuros.

            — Já disse o quanto você está linda? – sussurrou ele.

O sol foi-me tapado por seu rosto, colocou-se tão perto que senti a baforada quente de seus lábios junto a boca, os pingos de seus cabelos escorriam do seu corpo ao meu misturando o calor ao frescor. Abri os olhos sorrindo, sentindo seus braços envolverem minha cintura.

            — Grávidas tem esse privilegio... – falei convencida dando de ombros.

Ele sorriu deslizando seu nariz sobre o meu, envolvi-lhe os cabelos molhados entre os dedos obrigando-o a beijar-me. Sua boca abriu-se me dando espaço para invadi-la. A sensação, o arrepio por meu corpo ao senti-lo parecia cada vez mais forte. Sorvi o aroma de sua boca acariciando seus cachos ternamente. Meus dedos passaram despercebidos pelo pequeno curativo acima de sua orelha. No mesmo instante senti uma pontada no abdômen. Encarei-o cortando o contato.

            — Annie... – olhou-me desconfiado.

            — Poncho... – sentei-me fazendo-o seguir-me.

Agarrei sua mão e levei ao ventre de quatro meses enchendo-me de expectativa.

            — Ela chutou... – sorri emocionada.

Com os olhos brilhando ele me encarou. Era a primeira vez que aquilo acontecia.

            — Isso é injusto! – reclamou ele brincalhão – Bebe o papai... – calou-se ao sentir o impulso vindo de minha barriga.

Sorriu despejando o ar e olhando-me afetuosamente. Podia ver os traços abobalhados do seu rosto diante do contato.

            — Oh Annie... – acariciou ternamente minha barriga – Dói? – perguntou maroto.

Neguei com a cabeça.

            — Incomoda na verdade... – falei sincera dando de ombros.

Poncho acomodou-me em seus braços sem tirar as mãos do ventre. Beijou-me. Sabia o significado daquele beijo... Estávamos vivendo aquele momento juntos... E não era um sonho.