Fanfic: The Last Breath - AyA [FINALIZADA]

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Porque não poderia tentar? Eu podia. E eu segui até ela dando passos lerdos e controlados até o banco. Depois daquele mês eu partiria de Cancun ou quem sabe dessa vida. Poderia levar uma lembrança, uma amiga.

            — Hey! – chamei-a assustando-a – Será que eu posso me sentar?

Penso que interrompi um momento em que ela afundava em seus pensamentos e buscava soluções. Quantas vezes já fizera igual? Incontáveis vezes tentei buscar soluções, maneiras de prolongar os minutos, mas nem sempre eles foram certos.

            — C-claro! – gaguejou.

Lentamente me pus ao seu lado mantendo o olhar fixo em algo que não seja ela. Ficamos em silencio por um tempo até que eu tomei a coragem de fazer-lhe uma proposta anteriormente calculada.

            — Sei que estou me intrometendo, mas... – traguei a saliva – Você disse que estava sem emprego...

            — Ainda estou! – riu-se.

            — Por isso quero ajudá-la... – sorri de canto – E você automaticamente iria me ajudar!

            — O que está dizendo? – perguntou confusa.

Acomodei-me no banco a modo que ficasse frente a ela para poder olhá-la melhor.

            — Preciso de uma guia turística... E pelo que percebo você é daqui, seria perfeita para o cargo! – sorri tentando passar-lhe confiança.

Não era muito bom com as palavras. Inventara uma pequena mentira, sendo que eu conhecia Cancun com a palma da mão, mas mesmo assim sentia-me alegre com a oportunidade de estar ajudando-a mesmo que indiretamente.

            — Não seria mais fácil você procurar uma agencia de viagens? – perguntou um tanto desconfiada.

            — Oh não! Vim por conta própria e é mais cômodo...

Ela voltou a olhar o mar. Admirei seu perfil tão bem esboçado. O que estava acontecendo? Não era possível que aquela mulher fizesse minha cabeça girar de tal maneira. A quanto tempo a conhecera? 15 minutos?

            — Não sei se é uma boa idéia.... É...

            — Alfonso, Alfonso Herrera – estendi-lhe a mão com um sorriso sincero.

Seus olhos foram a minha mão e em seguida ela apertou-a com seus delicados dedos.

            — Anahí Portilla! – disse descontraidamente – Então Alfonso, não sei se sou a pessoa certa pra te guiar por Cancun, moro aqui a alguns meses apenas.

            — Isso é uma recusa ao meu emprego?

            — Seria demitida por justa causa não acha? – sorriu mostrando a linha de dentes pequenos e perfeitos.

Por algum motivo vê-la sorrir alegrou-me de tal forma que sentia-me revigorado por dentro. Tão meigamente seus lábios separaram-se marcando linhas suaves entre as bochechas, seus olhos se estreitaram acarinhando um novo brilho ao seu rosto.

            — O que acha de conhecermos juntos? – pedi inseguro.

Logo depois vi quão impulsivo o pedido fora. Anahí riu um pouco sem graça maneando a cabeça.

            — Você só pode ser louco! – disse ela olhando-me.

Dei de ombros.

            — Só quero aproveitar minhas ultimas férias!

            — Ultimas? – arqueou uma sobrancelha.

            — Ultimas. – confirmei com uma pontada de tristeza.

Não queria expressar-me mais que aquilo. Pela primeira vez queria uma companhia depois de tanto tempo sozinho. Anahí me parecia uma boa pessoa e algo em seus olhos me passavam confiança.

            — Quanto tempo passara por aqui?

            — Um mês, dois quem sabe...

            — E quer mesmo que eu seja sua guia?

            — É o que eu mais gostaria. – mirei-a franco.

            — E o salário?

            — Alto e pago por semana – sorri.

            — Compromissos?

            — Podemos agendar!

            — Tem certeza que quer fazer isso?

            — Absoluta!

            — E se eu não...

            — Aceite! – cortei-a.

Ela assentiu dando-me esperanças.

            — Preciso pensar! – disse ela.

Assenti. Acho que era à hora de eu sair. Levantei-me devagar decidido a me afastar...

            — Alfonso? – chamou-me.

Virei apressado e esperançoso. Nunca quisera tanto uma resposta.

            — Já pensei... Eu aceito! – disse ela com um sorriso acanhado.

Sorri ainda mais satisfeito por aquilo. Loucura ou não a companhia de Anahí Portilla fazia-me bem, mais do que eu tinha consciência.