Fanfic: The Last Breath - AyA [FINALIZADA]

013

O dia amanheceu quente, frívolo e com o sol mais brilhante que nunca. Era uma ironia. Eu estava nervosa. Sai de casa apressada como todos os dias, decidira manter em segredo que me demitira, sabia bem que dona Marichelo ia se preocupar por mim. Não queria dar-lhe trabalho. Caminhei um longo pedaço e me aproveitei das sandálias que usara combinando com o vestido de verão para por os pés na areia. Tinha marcado com Alfonso às oito horas no hotel que ele estava hospedado. Aliás o “Mercury Hotel” era o mais caro da região o que me intuiu a dar a Alfonso a mascara de bilionário. Quando cheguei às escadarias altas tentei subir um degrau de cada vez respirando fundo e pondo na minha cabeça que minha decisão não fora uma besteira. Quando alcancei o hall vi-o parado com um sorriso enigmático no rosto. Retribui o sorriso e me dei conta que não era preciso nervosismo. Alfonso parecia tão culto...

            — Bom dia Anahí... – disse ele aproximando-se.

Tão próximo que seu perfume invadiu minhas narinas deixando-me tonta. O aroma da colônia e do pós barba se misturavam deixando-o com um estilo jovial.

            — Olá Alfonso... vamos?

            — Isso significa que minha guia turística preparou um roteiro? – arqueou uma sobrancelha desconfiado.

Assenti. Não que eu soubesse ou conhecesse toda a cidade, mas decidi ser realmente a guia, apenas a guia pra fazer valer a pena tudo que ele me pagaria por aquilo. Não que eu tenha aceitado ganhar tanto de imediato. Tentei discutir o preço, mas para Alfonso era irreversível.

            — Espero que tenha trazido disposição! Não vai se arrepender do meu trabalho...

            — Creio que não...

Seu tom de voz foi mais baixo, quase serio. Não me importei afinal não vi nada demais no fato. Seguimos pra fora e Alfonso me encaminhou até um Porche branco e sem capota. Fiquei boquiaberta com o carro raramente visto em Cancun.

            — Sabe dirigir? – perguntou ele. Assenti indiferente ainda chocada com o carro – As chaves são suas... – estendeu-as a minha mão e sentou-se em seguida no banco do passageiro.

Fiquei parada assimilando o que ele me dera e o que ele pensava que eu fosse fazer.

            — É um Porche, eu não posso dirigir um Porche!

            — Você é minha guia, pode sim... – sorriu – não há problemas Anahí!

Seu sorriso fora tão tranqüilizador que dei a volta no carro e sentei-me ao volante. Não sei como ou em que momento dei a partida, só senti o vento golpear-me a face quando coloquei-o pra andar.

            — Onde pretende me levar? Chicheh Itzá, Yamil Lu`um, as Ruinas Del Rey ou o parque nacional El Garrafon?

Olhei-o de esgoela.

            — Acho que a guia sou eu! – sorri depois dele ditar alguns dos principais pontos turísticos da ilha caribenha.

            — Andei olhando alguns folhetos!

Maneei a cabeça.

            — Vamos ao Cozumel, acho que para o primeiro dia é ideal!

O resto do caminho foi cortado pela musica que vinha do som e algumas conversas paralelas entre mim e ele. Aos poucos fui saboreando a companhia agradável que ele era. Sentia-me relaxada cada minuto mais e percebi que não haviam motivos para desconfiar de sua integridade. Na verdade Alfonso me passou um ar mais maduro para sua idade, que descobri ser 24. Mesma que a minha.