Fanfic: The Last Breath - AyA [FINALIZADA]

016

Minhas pálpebras pesaram-se e eu não conseguia abrir os olhos. A dormência tomava conta do meu corpo.

            — Alfonso!

A voz de anjo parecia estar distante e foi a ultima lembrança antes de desmaiar. Quando retornei a mim, olhos preocupados me encaravam. Ainda estava no restaurante estirado sobre a cadeira. Anahí se punha a minha frente segurando-me o rosto e analisando minha expressão cuidadosamente.

            — Como se sente? Está nauseado? Tem dores de cabeça ou dores no corpo?

Com leveza ela levou os dedos quentes as minhas pálpebras e analisou-as com pericia.

            — Anahí? – chamei-a fraco.

            — Se acalme Alfonso, você convalesceu ao sol... Porque não me disse?

            — Achei que não seria necessário... – dei-me conta do que ela falava.

Ajeitei-me na cadeira sentindo a brisa fresca da janela passar por meu corpo quente deixando-me melhor. Era certo que ela pensasse que o desmaio não passasse de uma desidratação, afinal fora mesmo isso. A queda de pressão era quase inevitável no meu estado. Mirei Anahí e seus olhos atentos, ela parecia saber o que fazia, suas mãos eram firmes e confiantes passando-me veracidade.

            — Traga uma água sem gás por favor... – pediu ela ao garçom.

             — Não! – intervi – Não é necessário estou bem... Mantenha os pedidos por favor!

Indeciso mas aceitando minha palavra o garçom o fez. Odiava ser cuidado, odiava dar trabalho aos outros. Penso que fora uma idiotice a idéia de trazer Anahí para acompanhar-me.

            — Posso te levar ao hotel se quiser descansar, parece fraco...

            — Não! – falei duro me arrependendo no minuto seguinte – Desculpe... – estendi as mãos em perdão – Eu estou bem, não comi nada no café da manha deve ter sido isso! – justifiquei.

Ela assentiu com o cenho franzido, voltou-se ao seu lugar ao se certificar que eu estava bem sem tirar os olhos de mim um minuto sequer.

            — Você deveria buscar um medico, não acho que essa queda de pressão seja normal ao julgar os sin...

            — É especialista por caso? – brinquei com um sorriso condescendente.

            — Na verdade serei... – franzi o cenho – Estudo medicina! – justificou ela satisfeita por si.

Durante àquelas horas nada mais chamou minha atenção do que aquilo. Ela seria medica. Por pura ou simples coincidência aquela informação rodou minha mente mil e uma vezes sem saber se era algo bom ou ruim...

            — Hey você me ouviu? – perguntou ela fazendo-me voltar do devaneio.

            — Desculpe eu estou distraído, do que falava?

Anahí sorriu maneando a cabeça.          

            — Dizia que vim pra Cancun me especializar em neurociência[1]... Daqui a dois anos serei a Doutora Portilla!

Percebi que tornar-se Doutora era um orgulho e esforço pra ela. Senti-me mal por isso. Eu não acreditava no trabalho que ela estaria disposta e empolgada a executar. Oh droga! O que eu poderia fazer se todos os esforços médicos que tentara deram errado?

            — Alfonso! – chamou ela de novo.

Mirei-a anestesiado.

            — Me perdoe! – disse – Podemos voltar para o hotel?

Por um momento ela ficou estática mirando-me, depois disso assentiu chamando o garçom e cancelando os pedidos.