Fanfic: The Last Breath - AyA [FINALIZADA]

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            — Anarrí atenda a mesa quatro! – gritou Ninel – Rápido! – rosnou.

            — Você não vê que eu sou só uma? – retruquei me arrependendo no minuto seguinte.

Dei-a as costas e fiz a típica careta de uma criança aprontando. Escutei o salto agulha de trinta centímetros atritar com o chão enquanto ela se aproximava de minhas costas.

            — Escute bonitinha... – grande apelido ela me dera – Se você quer continuar com seu medíocre emprego atenda a mesa quatro como uma profissional... – bufou em meu ouvido – E rápido querida, ou ficara sem horário de almoço!

Com um empurrão delicado, veja bem, ela me empurrou em direção à mesa quatro. Xinguei Ninel mentalmente de mil e um palavrões inventados ou não, com escrúpulos e principalmente sem eles.

            — Até que enfim bonitinha!

            — Cala boca Dulce! – rosnei a ela.

            — Ta na hora de você pedir demissão desse lugar Annie... – Maite olhou-me sorrindo – Não sei como você agüenta aquela mocreia!

            — Agüento porque preciso! – revirei os olhos tirando o bloquinho de anotações do bolso – Se eu quiser continuar cursando medicina vou ter que sacrificar o verão trabalhando! O que vão querer?

            — Já disse que meu pai...

            — Não quero favores Dulce! – cortei-a.

Ao contrario de mim Dulce tinha pais que a sustentavam, Maite trabalhava em um respeitável grupo de advocacia e ganhava muito bem por aquilo, sem contar seu namorado Christian que a mimava de todos os jeitos possíveis. Elas tinham uma dependência econômica, eu não. Mal sabia quem era meu pai e minha mãe dava duro noite e dia costurando peças de roupa para revendê-las.

            — Pelo menos nas férias você poderia dar um tempo e aproveitar!

            — Não posso ficar sem esse emprego, tive que gastar muito com materiais extras no mês passado!

Dulce revirou os olhos. Ela oferecera dinheiro, muito mais do que eu ganhava em dois empregos, obviamente eu era orgulhosa tanto quanto dona Marichelo e não poderíamos aceitar tal ajuda.

            — Ok!  Deixem as verdinhas pra lá! – Maite brincou sorrindo. Ela sabia muito bem que não gostava de entrar naquele assunto – Eu estou com sede e quero aquele coquetel da ilha!

Anotei em meu caderninho o pedido.

            — Eu quero que a Annie tire uma folga e saia com nós hoje à noite!

Revirei os olhos sorrindo.

            — Esse não tem!

            — Hoje é sexta!

            — E eu trabalho! – rosnei.

            — Você parece mais uma escrava! – reclamou a ruiva.

            — Deixa ela Dul! – Maite acalmou-a – Amanha combinamos algo!

Revirei os olhos de novo.

            — Anarrí mesa sete! – escutei Ninel gritar.

Revirei os olhos mais uma vez, como sempre meu nome estava soletrado errado. Anotei logo o pedido de Dulce e fui atender a maldita da mesa sete. Depois a oito, a quatorze, a três e sucessivamente até minha misera hora de almoço. Quando retirei o avental listrado dei às costas as reclamações de Ninel e rumei ao dia ensolarado. Aquela altura eu só queria saber de ficar longe dos berros e desaforos que ela insistia em me passar.