Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]
Anahí conteve o fôlego e se perguntou se seus músculos doloridos sobreviveriam a um escarcéu amoroso sobre os ladrilhos da cozinha. Abraçada a ele como estava, não podia ver seu rosto, ou teria gritado pela paixão que se marcava em seus traços.
Alfonso a estreitou com força, ansiando fundi-la com sua pele. O alívio que o tinha alagado ao ouvir sua aceitação era tão imenso que se sentia quase enjoado; depois, o tinha assaltado o desejo primitivo de concluir seu trato da forma mais carnal possível. Queria marcá-la, deixar claro que era dele, sentir de novo seu corpo suave sob o dele. Tinha planejado sua proposta com esmero, enfeitando-a com todos os raciocínios lógicos possíveis para que Anahí soubesse que não alteraria a calculado ordem de seu mundo. A idéia de casar-se com ela o tinha assaltado durante a noite e acreditava sinceramente que Dulce a aceitaria. Mais que isso, gostava da idéia de que Anahí levasse seu sobrenome e dormisse em sua cama todas as noites. Seu feroz instinto possessivo ansiava proclamar seu direito sobre ela ante o resto dos homens; sobre tudo, antes de que esse condenado Christopher Conroy a seduzisse com seu poderoso encanto. Mas, até que Anahí não o tinha aceitado e lhe tinha perguntado com calma «por que?», Alfonso não tinha sido plenamente consciente do muito que necessitava que se casasse com ele. Sua resposta afirmativa, quando por fim a tinha dado, em um tom prático que denotava o pouco que a entusiasmava a idéia, tinha-lhe tirado um peso dos ombros que nem sequer tinha sabido que levava. Deus, quanto a desejava!
Alfonso lhe roçou a têmpora com seu queixo áspero pela barba de um dia e se separou a contra gosto dela.
- Podemos esperar - disse-lhe, ansioso por enredá-la em projetos antes de que pudesse voltar-se atrás. - Temos que planejar muitas coisas.
- Temos que preparar o café da manhã - acrescentou Anahí, que imitou sua atitude acalmada e prática. - A não ser que já tenha comido.
- Não, nem sequer me tinha passado pela cabeça. Mas agora que o diz, morro de fome.
Anahí sorriu um pouco. Alfonso acabava de revelar que tinha estado nervoso, embora não ia a devanar-se os miolos tratando de discernir se tinha temido que ela rechaçasse a proposta ou que a aceitasse.
- Me deixe que me penteie e prepararei o café da manhã mais abundante que tenha visto em sua vida.
- Enquanto te penteia, eu começarei a preparar o café da manhã mais abundante que tenhamos visto na vida - corrigiu-a. - Quer o menu completo?
Anahí assentiu, mais feliz do que podia recordar haver-se sentido nunca, e seu apetite tinha aumentado ante tanta felicidade. Embora estava acostumado a comer rápido, estava o bastante faminta para devorar um copioso café da manhã.
- Eu gosto dos ovos meio feitos - informou-o enquanto saía da cozinha.
- Espero que esteja de volta muito antes. Não demora tanto em te pentear!
- Como sabe? - perguntou Anahí com ar de suficiência. - Nunca me viu.
A risada grave de Alfonso a seguiu até o dormitório. Quando fechou a porta, sentou-se na cama e entrelaçou as mãos por debaixo dos joelhos, tremendo de deleite. Não podia acreditar. Depois de sofrer o inexprimível por ele ao longo dos anos, Alfonso tinha batido na porta e lhe tinha pedido que se casasse com ele. Seus raciocínios eram coerentes, mas isso não importava. Para uma mulher faminta, umas migalhas eram melhor que nada. Imaginou as manhãs que compartilhariam, preparando juntos o café da manhã, estirando o tempo com uma última taça de café, e se sentiu tão transbordada de felicidade que lhe custava respirar. Um matri-mônio abria as portas a um mundo de intimidade completamente novo. Não se tratava só da intimidade sexual, mas sim de pequenas coisas, como compartilhar o espelho do banheiro quando tinham pressa por sair a trabalhar, intercambiar-se seções do jornal aos domingos pela manhã e ter a alguém que lhe massageasse o pescoço e os ombros depois de um dia exaustivo.
De repente, não desejava estar longe dele mais tempo do que o necessário. Lavou-se a cara com água fria, penteou-se, o recolheu o cabelo com um passador a cada lado e vestiu uns jeans e uma camisa branca de talha grande. Estava-se arregaçando enquanto retornava à cozinha. O toucinho se estava fritando, e Anahí cheirou o ar com apreciação. Alfonso estava pinçando nos armários, e resgatou uma caixa de preparado para tortas.
- Tortinhas e ovos - anunciou. - Tortinhas caseiras.
Anahí se encolheu de ombros e lhe seguiu a corrente, embora não estava segura de que seu apetite desse para tanto. Enquanto Alfonso preparava a massa, ela pôs a mesa, serviu suco de laranja e tirou os ovos.
- Teremos que procurar outro apartamento - disse Alfonso com naturalidade. - Nos nossos não há lugar para todas nossas coisas.
- Mmm - pensando em lhe economizar a necessidade de lhe explicar, palavra por palavra, que não pensava dormir com ela, desenvolveu a idéia. - Eu gostaria que tivesse três dormitórios, se o encontrarmos a um preço razoável. Não estaria mal ter um quarto de hóspede se por acaso alguém vem a visitar-nos.
Alfonso ficou estranhamente imóvel, mas estava de costas a ela e Anahí não podia ver sua expressão. Para lhe fazer saber que não ia estender se mais sobre o tema, disse com a mesma naturalidade:
- Terei que deixar meu trabalho.
Alfonso voltou a cabeça com aspereza e a olhou com incredulidade.
- Bom, penso fazê-lo - Anahí lhe sorriu. - Não posso trabalhar no Spencer Nyle se for me casar contigo. Não é profissional, e não acredito que funcionasse muito bem, embora o senhor Edwards aceitasse.
Alfonso contraiu a mandíbula com expressão lúgubre.
- Não tinha pensado nisso. Não, posso te pedir que renuncie a seu trabalho por mim. Sei o muito que significa para ti...
- Não sabe nada - interrompeu-o Anahí. - Estava pensando em deixá-lo, de todas as formas - era hora de que Alfonso Herrera aprendesse algo sobre a mulher com a que pensava casar-se, e a primeira lição consistia em lhe inculcar, pouco a pouco, que não era uma profissional dinâmica e entregue que encontrava no trabalho as maiores compensações da vida. - Não é mais que um emprego - disse com deliberação. - Eu gosto, e trabalhei em excesso em fazê-lo bem porque eu não gosto de fazer nada pela metade. Além disso, já te hei dito que tinha pensado em deixá-lo. Depois de ontem à noite, sentia-me incapaz de seguir trabalhando contigo.
Alfonso a olhou com incredulidade.
- Deixaria-o só porque fizemos amor?
- Pensei que não poderia manter a profissionalismo contigo no escritório.
- Ouça, poderia te buscar algo...
- Não - disse Anahí com suavidade, sem lhe dar tempo a terminar. - Não vou ficar de braços cruzados deixando que me mantenha, se for isso o que se preocupa. Trabalhei muito para me sentar a ver televisão, e não teria nada mais com o que ocupar meu tempo. Procurarei outro trabalho.
- Não é isso - grunhiu Alfonso, mal-humorado. - Sou perfei-tamente capaz de te manter embora queria ver televisão durante o resto de sua vida. Mas me incomoda que deixe seu trabalho por mim.
- É o mais razoável. Não estou tão apegada a ele, e você é um executivo, eu não.
- Vais procurar outro trabalho de secretária?
- Não sei - Anahí quebrou um ovo sobre o azeite fervendo com expressão pensativa. - Tenho um pouco de dinheiro economizado, pode ser que abra um negócio próprio. Poderia montar uma boutique, como todas as mulheres ociosas e com dinheiro - sorriu ao pensá-lo.
Alfonso moveu a cabeça.
- Faz o que te agrade, sempre que for o que de verdade quer. Se prefere ficar no Spencer Nyle, tratarei-te como uma a mais.
- Acredito que seria mais feliz deixando o trabalho de escritório. Levo anos me dedicando a isso e me convém trocar de ares.
Passado um momento, Alfonso proferiu uma risada perversa.
- Christopher subirá pelas paredes.
- Alfonso! - sem poder reprimir a risada, Anahí moveu a cabeça. - Que idéia mais diabólica! Pediste-me que me case contigo só para que Christopher se busque outra secretária?
- Não, mas o tem merecido.
- Não te cai bem?
Alfonso elevou as sobrancelhas.
- Cai-me muito bem. É um executivo de primeira. Mas que me agrade como colega e que não me agrade como te olha são duas coisas distintas.
Anahí decidiu que devia ao Christopher um grande favor se seu interesse tinha desatado a veia possessiva de Alfonso. Enquanto terminava de preparar os ovos, lançou-lhe olhadas furtivas, e cada vez que o fazia sentia um estremecimento de prazer. Reuniam-se tão bem, que poderia ter sido o centésimo café da manhã que tomavam juntos, em lugar do primeiro. Anahí só esperava que aquele primeiro café da manhã fosse uma indicação de quão fluída seria sua vida matrimonial. Não o pressionaria, mas esperava, com cada átomo de seu ser, poder lhe ensinar a amar de novo.
Dizer ao Christopher na segunda-feira pela manhã não foi tarefa fácil. Ao princípio, mostrou-se incrédulo e, quando soube que ia deixar o trabalho, sentiu-se ultrajado.
- Tem-no feito de propósito, o muito bandido! - exclamou, enquanto dava voltas pelo escritório, tão furioso que seus luminosos olhos cintilavam. A ira irradiava dele como eletricidade. - Sabia que deixaria seu posto e que ficaria na estacada.
- Obrigada - disse Anahí com ironia. - Não sabe quanto me tranqüiliza pensar que Alfonso me pediu que me case com ele com o único propósito de alterar sua rotina.
Christopher se deteve em seco, cravou os olhos nela e seu olhar se suavizou.
- Mereço uma boa patada no traseiro - reconheceu por fim com pesar. - Não me faça conta, querida. Estou fora de mim porque ele já ganhou a corrida e eu me fiquei na linha de saída. Resulta tão abafadiço!
Anahí riu, porque imaginar ao Christopher suspirando por ela lhe parecia absurdo. Era sofisticado a mais não poder, e qualquer mulher do edifício daria o que fosse por uma oportunidade com ele... qualquer mulher menos ela. Christopher a contemplou enquanto ela ria, com seu formoso rosto iluminado pelo resplendor interior que o encantava cada vez que o via. Como atraído por sua beleza, aproximou-se dela, um pouco triste porque aquele resplendor não era para ele, e porque ela já nunca embelezaria sua vida como freqüentemente tinha imaginado.
- Se alguma vez te faz desgraçada, já sabe onde estou - murmurou, e lhe acariciou a bochecha de cetim com o dedo indicador. - Tome cuidado, querida. Sob essa controlada imagem de executivo se esconde um lobo faminto, e você não é mais que um inocente cordeirinho. Não deixe que te lanche.
Christopher não declarou o evidente, que Alfonso não a amava, mas Anahí sabia que o estava pensando.
Era bastante observador para adivinhar que as ações do Alfonso estavam motivadas por sua libido, não por seus sentimentos.
- Sabe o que faz? - perguntou-lhe, preocupado.
- Sim, é obvio. Faz tempo que o amo.
- Ele sabe?
Anahí negou com a cabeça.
- Então, não o diga. Faça que a mereça, assim a valorizará mais - um olhar sagaz apareceu em seus olhos. - Por que tenho a impressão de que o cordeirinho vai meter se ao lobo no bolso?
- Não sei, mas espero que tenha razão -disse Anahí com voz trêmula. - Não sabe quanto o desejo.
- Mas recorda: se não sair bem, reduz as perdas. Eu estarei aqui se me necessitar. Tenho um sonho - disse com voz pensativa. - É muito simples. Sonho que te levo de volta a Inglaterra e que me caso contigo na relíquia de pedra que é a igreja de minha família e que te deixo grávida. Proporcionar herdeiros seria minha ocupação favorita.
Anahí voltou a rir e, em parte, desejou que pudesse ter sido Christopher. Seu amor teria estado a salvo com ele. Mas, em troca, tinha entregue seu coração a um homem pesaroso pelo passado, a um homem que desejava seu corpo e sua companhia, mas não o amor inesgotável que ela albergava em seu peito.
- Posso te beijar? - perguntou Christopher, e deslizou o dedo da bochecha ao queixo de Anahí, para poder lhe levantar a cara e olhá-la diretamente nos olhos. - Só uma vez, e prometo não voltar a lhe pedir isso sempre que estiver com o Alfonso.
Ao contemplar aqueles travessos olhos turquesa, Anahí adivinhou que não estava pensando em um beijo casto. Queria beijá-la com paixão, com todo o ardor de seu magnífico corpo masculino. Sabia muito bem que Christopher não estava apaixonado por ela, mas sabia, tão bem como ele, que se as coisas tivessem sido de outra forma, teria sido ele com quem se teria casado. Saber que poderia havê-lo amado se não tivesse amado primeiro a Alfonso e se fechou a outros homens a fazia sentir-se um pouco triste e alegre de uma vez.
- Sim, como beijo de despedida - disse, e ficou nas pontas dos pés para lhe oferecer sua boca.
No mesmo momento em que os lábios do Christopher se uniam aos dela, Anahí ouviu que a porta se abria. Sabia que Christopher também o tinha ouvido, mas o inglês não se afastou. Com a picardia que o caracterizava, aproximou-se mais a ela ao ver que ficava rígida, e a aprisionou entre seus braços e o calor sólido de seu corpo. Beijou-a em profundidade, entrelaçando sua língua com a dela, tomando-se seu tempo e desfrutando de sua textura e de seu sabor. Todos os nervos do Anahí vibraram, alertando a da presença de Alfonso, mas se sentia impotente nos braços de Christopher. Sob aquele corpo elegante e esbelto havia músculos de aço. Por fim, Christopher cortou o beijo, e Anahí ofegou, sem fôlego, em seus braços, enquanto ele olhava para a outra ponta do escritório, diretamente aos olhos entreabertos de Alfonso, com um sorriso radiante no rosto.
- Tem alguma objeção? - perguntou com suavidade.
Alfonso atravessou o escritório e arrancou Anahí com suavidade dos braços de Christopher. Rodeou-a com seus sólidos braços e a balançou.
- Desta vez, não - disse com fluidez. - Como despedida, não. Mas foi seu único prêmio, e lhe dei isso só porque perdeste. Se houver uma próxima vez, terá que pagar.
- Parece-me justo - Christopher sorriu de orelha a orelha e estendeu a mão ao Alfonso. - Parabéns.
Estreitaram-se a mão, sorrindo como idiotas, e Anahí pôs os olhos em branco. Tinha imaginado um banho de sangue, como mínimo, em troca, eram amigos da alma. Homens! Quem os entendia?
- Vou lhe roubar na hora do almoço- disse Alfonso. - Temos muitas coisas que fazer: procurar um novo apartamento, temos fazer as análise de sangue, solicitar a licença matrimonial. Tenho um oco às doze e meia. Estará livre a essa hora? - perguntou a Anahí, cravando nela seu olhar.
Anahí tinha outros planos, assim que o negou.
- Não posso. Tenho uma entrevista à uma.
Christopher se balançou sobre os pés, extremamente agradado de que Anahí começasse tão logo a opor-se aos desejos de Alfonso. Alfonso dirigia o escritório com a precisão de um relógio e seu sarcasmo frio e incisivo era conhecido de ponta a ponta do edifício do Spence Nyle. Anson Edwards era o único que superava ao Alfonso em despotismo, claro que os arrebatamentos de ira e mordacidade do Anson Edwards frente a incompetência eram quase legendários. Christopher esperou aguardando a presenciar a reação de Alfonso à negativa de Anahí.
Mas, se tinha esperado ouvir um bramido de ira, levou-se uma decepção. Alfonso arqueou uma sobrancelha com curiosidade e se limitou a dizer:
- Então, deixaremos para amanhã.
Alfonso teve que recorrer a sua férrea vontade para não perguntar a Anahí aonde ia, mas recordou os raciocínios que tinha empregado para persuadi-la de que se casasse com ele. Teriam que respeitar a mútua necessidade de estar a sós. Anahí seguia sendo a mulher altiva e solitária que Alfonso tinha conhecido. Tinha aceitado a casar-se com ele, mas só depois de que lhe tivesse formado todas as vantagens. Tinha que cuidar-se de lhe dar a intimidade mental e física a que estava acostumada, e o faria sempre que ela acudisse desejosa a seus braços e lhe desse o consolo ardente e doce de seu corpo; embora, ao que parecia, nem sequer isso sairia como ele tinha planejado. Anahí tinha deixado bem claro que esperava ter seu próprio quarto, e ele tinha tido que apertar os dentes para não lhe espetar que dormiria com ele, na cama de seu marido.
Alfonso não tinha desejado dormir com nenhuma mulher desde a morte de Dulce, até que estreitou ao Anahí entre seus braços. Era tão fugidia... Alfonso queria, necessitava, passar as horas noturnas com ela, quando o mero feito de jazer abraçados enquanto dormiam criava vínculos que a uniriam a ele. Mas ainda, não; tinha que andar com pés de chumbo com Anahí, para não assustá-la, para que não se voltasse atrás.
Desprezou a possessividade que o caracterizava e saiu com ela do escritório de Christopher, pensando que o beijo de seu colega não tinha tingido a face do Anahí com o rubor rosáceo que a cobria quando ele a acariciava. Inclinou-se sobre a mesa de Anahí e lhe deu um beijo rápido e forte, tanto para contemplar aquele cativante rubor para deleitar-se com a doçura de sua boca.
- Vemo-nos esta noite? Poderíamos jogar uma olhada aos anúncios do jornal e assinalar os apartamentos que nós mais gostemos.
Agradada, Anahí lhe sorriu.
- Parece-te bem às sete? Assim terei tempo para preparar um pouco de jantar.
- Nada de cozinhar. Levarei comida feita.
Enquanto contemplava como Alfonso saía de seu escritório, Anahí teve que beliscar-se para certificar-se de que não estava sonhando. Iriam casar se de verdade. Alfonso lhe tinha feito amor a noite passada.
O coração lhe subiu à garganta ao recordá-lo. Se a primeira vez a tinha amado com paixão desenfreada, na segunda, tinha-a lecionado nas recompensas da contenção.
Tudo começou com espontaneidade, enquanto viam o telejornal da noite. Durante os anúncios, Alfonso lhe tinha levantado o rosto para beijá-la e o beijo se prolongou, multiplicou-se. Muito em breve, acabou nua sobre o sofá, enquanto ele, com soma paciência e cuidado, guiava-a para a plena satisfação, detendo-se em cada fase para saborear as reações de Anahí, até que ela esteve tão ansiosa como ele. Também tomou medidas preventivas, e esse era o motivo de que Anahí tivesse chamado a seu ginecologista a primeira hora da manhã e tivesse uma entrevista à uma.
Eram as duas e meia quando por fim retornou ao escritório, com uma caixa de pílulas anticoncepcionais na bolsa e com os conselhos e advertências da doutora Easterwood ressonando ainda nos ouvidos. Com trinta e três anos, lhe estava passando a idade de tomar a pílula sem correr riscos. A doutora Easterwood lhe tinha receitado a mais suave que havia no mercado, com a condição de que Anahí fosse vê-la a cada seis meses e de que, transcorridos dois anos, procurasse um método alternativo.
Christopher saiu de seu escritório quando a ouviu entrar, com um leve franzido em sua testa grega.
- Encontra-te bem? demoraste mais do que esperava.
- Estou bem. Fui ao médico, e já sabe o que acontece: nunca lhe recebem à hora a que lhe marcam.
- Alfonso te chamou já duas vezes - notificou-lhe com ânimo travesso.
Anahí trabalhou com um semblante sorridente uma sorte interior que nascia da atitude que Alfonso estava mostrando. Amasse-a ou não, seu comportamento indicava que se preocupava com ela e, para Anahí, isso bastava. Não atuava com a impaciência e a possessividade com as que freqüentemente tinha monopolizado a atenção de Dulce, mas Anahí não esperava que isso ocorresse embora chegasse a amá-la alguma vez. Dulce tinha sido formosa, vibrante, um campo magnético que monopolizava a atenção de todo o mundo assim que aparecia pela porta. Em troca, Anahí se assemelhava mais a um rato branco. Se se maquiava com cores vivas, parecia um palhaço, e se aplicava tons discretos, resultava igual de insípida. Com os anos, tinha encontrado o ponto médio para não passar completamente desapercebida; mas tinha uma tez tão branca que jamais poderia utilizar tons vivos com os que atrair todas as olhadas. Gostaria que Alfonso levantasse a cabeça e se fixasse nela sempre que entrava em uma habitação, mas isso ficava fora de suas possibilidades.
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Aquela noite, depois de comer o frango com molho agridoce que Alfonso tinha levado, desdobraram os jornais sobre a mesa e repassaram os anúncios de apartamentos em aluguel. Alfonso assinalava com um círculo os que considerava apropriados. Anahí se absteve de olhar as colunas de casas em venda, consciente de que Alfonso nunca aceitaria comprar uma ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 377
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
-
jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*