Fanfics Brasil - 14 Coração enterno {AyA [finalizada]

Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]


Capítulo: 14

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Despertou cedo, porque a novidade do entorno lhe tinha impedido de dormir profundamente. O relógio da mesinha de cabeceira assinalava as seis e meia. Levantou-se, tomou banho, e vestiu outra vez a camisola e uma bata, já que não gostava de vestir-se e a temperatura de princípios de outono tinha caído  durante a noite. No dia anterior tinha sido temperado, e Anahí inclusive tinha posto o ar condicionado no carro mas, sem prévio aviso, como era característico do clima do Texas, fazia frio. Foi direito ao termostato e o pôs em «calor», e em seguida o agradável crepitar da caldeira lhe indicou que logo teria a casa quente.


Embora o tinha ordenado tudo, a cozinha seguia sendo uma surpresa para ela. Teve que rebuscar nos armários para encontrar a cafeteira; depois, a colher que utilizava para medir o café não aparecia por nenhuma parte. Abriu todas as gavetas e pinçou neles um a um, mas os fechava com crescente mau gênio quando a busca resultava errada. Não estava de humor para contratempos, e proferiu terríveis ameaça à colher por esconder-se.


Por fim, encontrou-a na vasilha do café. Fechou os olhos ao dar-se conta de sua estupidez, porque recordava havê-la posto ali expressamente para que não se perdesse... Aborrecia as mudanças! Detestava que tudo estivesse patas acima, e não no lugar acostumado. A geladeira estava à esquerda da cozinha e não à direita, como em seu antigo apartamento, e Anahí se voltava para o lado que não era cada vez que queria tirar algum alimento. Aquela cozinha era mais ampla que a que ela tinha tido, e não fazia mais que dar voltas. Sentia-se pequena e perdida, como se havia sentido de menina em seu quarto impecável e insípido quando, arremesso na cama, escutava as acaloradas discussões de seus pais.


Sabia que Alfonso gostava de madrugar, assim começou a prepa-rar o café da manhã. Fez um esforço por relaxar-se e realizar aquele trabalho rotineiro embora todos seus utensílios de cozinha estivessem mudado de lugar. Assim que esteve preparado o café, encheu uma xícara e tomou um gole; fechou os olhos e tentou serenar-se. Sabia que, com o tempo, acabaria acostumando-se a seu novo entorno. Não era mais que um problema de adaptação.


Mas e Alfonso? Ele era a causa de, ao menos, a metade de seu nervosismo, porque não sabia o que ia dizer lhe, e muito em breve teria que enfrentar-se com ele. O que podia lhe dizer uma recém casada a um marido que tinha passado a noite sozinho? Possivel-mente não deveria haver se casado com ele, possivelmente Alfonso não estivesse ainda preparado para manter uma relação permanente com outra mulher. Deveria ter rechaçado sua proposta, com a esperança de que voltasse a declarar-se quando tivesse superado sua tragédia? E se Alfonso se limitou a encolher-se de ombros e a ir-se e, tempo depois, tivesse conhecido a outra mulher e se casasse com ela? Anahí se estremeceu ao pensá-lo. Já tinha sido terrível que se casou com o Dulce, não suportava imaginá-lo unido a outra mulher, a uma estranha.


O aroma de toucinho frito era um ímã universal; muito em breve, Alfonso entrou na cozinha cheirando o ar com agrado. Anahí lhe lançou um olhar furtivo, que desviou antes de que seus olhares se cruzassem. Alfonso se tinha dado uma ducha, porque tinha o cabelo úmido, e se tinha posto uns jeans e uma camisa de quadros, que levava sem grampear e sem remeter na calça. Pôs-se meias, mas estava descalço. Estava tão acostumada a vê-lo com roupa formal que aquele traje cômodo e caseiro a comoveu. Estava vestido como qualquer marido em uma ociosa manhã de sábado.


- Estava tentando desmantelar a cozinha? - perguntou Alfonso. Afogou um bocejo e a observou de relance com certa inquietação, perguntando-se que recebimento lhe daria Anahí aquela manhã. A maioria das mulheres tachariam de imperdoável o que tinha feito a noite anterior, e se sentia como um verme. Ao menos, deveria ter falado com ela.


Anahí estava tensa, a beira das lágrimas.


- Despertei-te? Sinto muito, não era minha intenção.


- Não, já estava acordado.


Anahí se apressou a lhe servir uma xícara de café, e Alfonso tomou, dirigiu-se à pequena mesa de café da manhã e se deixou cair em uma cadeira antes de estirar as pernas. Estava nervosa, mas não parecia zangada. Bebeu o café sem saber o que dizer. Anahí retirou o toucinho do fogo e se voltou para a geladeira para tirar os ovos mas, uma vez mais, equivocou-se de lado. Proferiu um gemido afogado e se cobriu os olhos com os punhos para conter as lágrimas.


- Maldita seja - disse com voz débil. - Sinto muito, mas não consigo me esclarecer. Não encontro nada! - estourou, com uma nota ríspida na voz por causa da tensão. - Me... sinto perdida!


Alfonso se incorporou e franziu as sobrancelhas ao perceber o pânico na voz de Anahí. Estava-se vindo abaixo porque tinha que cozinhar em uma cozinha distinta da habitual! O pânico não era fingido, nem se tratava de uma desculpa; era real e ela não conseguia dominá-lo.


Sem pensar, impulsionado sozinho pela certeza de que Anahí necessitava de consolo, levantou-se, estreitou-a entre seus braços e a apertou contra ele.


- Vamos, te acalme - aconselhou-lhe com voz macia, enquanto lhe acariciava a juba chapeada e apertava a delicada cabeça contra seu peito. - A que vem tudo isto?


Alfonso devia pensar que era uma estúpida. Anahí seguia tremendo enquanto Alfonso voltava a tomar assento e a sentava sobre seu colo. Começou a balançá-la como se fosse uma menina pequena que se feito mal jogando. Acariciava-lhe as costas com movimentos lentos de suas fortes mãos.


- Não o tinha guardado todo você? -perguntou com suavidade.


- Sim, por isso é tão absurdo! - procurou o calor do Alfonso deslizando as mãos por debaixo da camisa aberta para agarrar-se a suas costelas, e enterrou o rosto em seu peito, como um bichano. - É que tudo está tão diferente que não me acostumo. Odeio as mudanças! - murmurou. - Não me surpreenderá trocando os móveis de lugar todos os meses, nem sequer uma vez ao ano. Eu gosto de me sentir segura em minha própria casa, não uma estranha.


Atônito, Alfonso a balançou com suavidade, enquanto se per-guntava como era possível que a conhecesse desde fazia tanto tempo e não se deu conta de sua arraigada necessidade de estabilidade.


Tentou recordar algum comentário sobre a infância do Anahí, mas sua mente ficou em branco. Estava acostumado a ser tão serena e capaz que resultava um pouco surpreendente sentir como se apertava contra ele, mas lhe agradava. Era tão miúda e delicada como um floco de algodão, mas com as curvas cálidas e sedutoras de uma mulher. Anahí suspirou e elevou as mãos pelos músculos fortes das costas do Alfonso, e este se estremeceu de prazer e de algo mais. Os cabelos de Anahí caíram como uma pálida cascata, morna e sedosa, sobre seu braço moreno, e percebeu o perfume doce de feitiçaria feminina que provinha das curvas aveludadas de seus seios. Tinha um aroma próprio, que não se apoiava em nenhum perfume a não ser na química de sua própria pele tersa e lustrosa, e cada inspiração elevava seus seios como uma oferenda irresistível.


O desejo, intenso e urgente, começou a esticar o corpo do Alfonso. Retirou-lhe o cabelo do pescoço e inclinou a cabeça para deslizar os lábios sem pressa pela esbelta coluna, rastreando seu aroma de mulher.


- Prometo não mover nada nunca - murmurou Alfonso quando encontrou o minúsculo pulso traiçoeiro na base da garganta do Anahí. Não o merecia, mas estava abrindo-se a ele sem fazer o menor comentário sobre seu comportamento a noite anterior; não ia rechaçar o nem a passar o dia com a cara larga e expressão doída. Aceitava o que ele pudesse lhe dar, e o aceitava com alegria, inclinando a cabeça para trás para lhe facilitar as carícias.


Alfonso se aproveitou de sua generosidade, e arrasou com lábios ávidos a pele do Anahí à medida que a despia. Anahí fechou os dedos no cabelo do Alfonso e proferiu uma exclamação quando lhe abriu a bata e se desfez dela. Depois, apressou-se a baixar as alças da camisola até que a seda escorregou de seus seios. Inclinou a cabeça para fechar sua boca ardente sobre um mamilo sensível, e um grito de prazer brotou dos lábios de Anahí.


- Você gosta? - murmurou com ferocidade, enquanto se enchia as mãos e a boca com as curvas aveludadas e os mamilos firmes e insolentes.


- Sim... sim... - era uma resposta débil e distante, e Anahí tentou rodeá-lo com os braços, mas as alças da camisola lhe impediram de levantá-los. Lutou com silenciosa  frustração com as ataduras de seda, tentando tirar os braços, mas Alfonso a deixava muito segura, e as carícias que lhe estava prodigalizando eram muito deliciosas para permitir que as interrompesse.


Alfonso voltou sobre seus beijos para tomar posse da boca de Anahí com profundas investidas de sua língua. O café da manhã ficou relegado ao esquecimento, e Anahí teria sido incapaz de prepará-lo embora se acordou. Não se cansava de tocá-lo, não conseguia satisfazer sua necessidade de apertar seu corpo por completo contra o dele, e se retorceu no colo de Alfonso para que seus seios, nus e sensíveis, pudessem enroscar-se nos cachos espessos e morenos do peito de Alfonso. Ele ajudou sentando-a escarranchado sobre seu colo, para depois atirar da seda para cima e sentir as nádegas do Anahí sobre ele.


- Me... deixa... louco! - grunhiu de maneira entrecortada, e se agarrou dos jeans até que se abriram e pôde desfazer-se deles. Anahí voltou a unir sua boca a dele, e manteve o beijo enquanto ele a penetrava com suavidade, deixando-a sem fôlego.


Anahí gemeu seu nome e se moveu contra ele, com a pele ardendo como se fosse muito fogo. Ela era fogo, seu corpo miúdo se movia, abrasador, e tomava até que os únicos sons que Alfonso foi capaz de proferir eram palavras incoerentes de ânsia e paixão, de crescente desespero sexual que o mantinham tenso na cadeira, a beira da loucura. Anahí obteve, por fim, liberar-se da camisola e levantou os braços para os ombros bronzeados do Alfonso, para agarrar-se a ele. Alfonso se conteve, agonizando pelo esforço, mas queria sentir o delicado estremecimento interior de Anahí, a quebra de onda de satisfação. Quando ela se cansou, relevou-a segurando-a com força pelos quadris. Anahí proferia pequenas choramingações, sons que Alfonso apanhava com os lábios enquanto a incitava a seguir. Quebras de onda de puro êxtase começaram a sacudi-la, e caiu, exausta, sobre o peito do Alfonso, soluçando de gozo e alívio, enquanto Alfonso a sustentava com firmeza e alcançava seu próprio prazer.


Quando o sangue deixou de lhe bulir com frenesi, Anahí permaneceu reclinada sobre ele, sem forças a mover-se. Jamais pensou que seu matrimônio se consumaria na cadeira de uma cozinha, mas o desejo impaciente com que Alfonso a havia possuído resultava tão tranqüilizador que não lhe importava.


Murmurando com satisfação, fechou os olhos e lhe acariciou o peito com os lábios.


- Alfonso - disse com urgente ternura, e Alfonso ficou em pé e a levou para cama.


O café da manhã acabou sendo o almoço, e comeram o toucinho em sanduíches. Anahí resplandecia pelas horas de paixão que tinham passado juntos, como um matagal de braços e pernas, na cama. Sem adivinhar a satisfação que Alfonso sentia quando ela se abandonava ao desejo, quando seu rosto revelava sua ânsia nua, limitava-se a entregar-se a ele e a receber em troca uma satisfação física que nem sequer lhe parecia real. Alfonso se continha tanto e dedicava tanto tempo a lhe procurar agradar que Anahí não era consciente de quão insólito era para uma mulher desfrutar tanto sendo tão inexperiente. Alfonso trabalhava em excesso em acariciá-la, para marcar os sentidos e a pele de Anahí com os seus, utilizando sua experiência para assegurar-se de que, sempre que pensasse em fazer amor, pensasse nele.


O dia transcorreu em uma bruma de sensualidade. A mente do Anahí não saía de seu atordoamento enquanto seu corpo se saciava com avidez. Voltou para a realidade aquela noite, depois de que Alfonso lhe fizesse amor com enlouquecedora intensidade. Beijou-a com suavidade nos lábios, saiu da cama e do dormitório e fechou a porta sem fazer ruído para ir dormir sozinho porque, como Anahí bem sabia, em seu coração, não tinha mais esposa que Dulce.


Permaneceu tombada, desejando que retornasse, suplicando em silêncio que não fora uma segunda edição da noite anterior. Mas a porta não voltou a abrir-se, e Anahí se fez um novelo com tristeza, morrendo um pouco por dentro. Alfonso lhe havia dito em uma ocasião que, quando chegava a noite, dormia sozinho. Ela nunca o tinha jogado na cara, inclusive tinha escolhido o apartamento com a intenção de agradá-lo; mas cega pela magia daquele dia, que tinham passado juntos, quase todo o tempo, naquela mesma cama, tinha-o esquecido. Anahí chorou em silêncio, para que ele não a ouvisse.


 


 



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 377



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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*


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