Fanfics Brasil - 24 Coração enterno {AyA [finalizada]

Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]


Capítulo: 24

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Quando foi a sua entrevista quinzenal com a doutora Easterwood, a ginecologista lhe fez um exame completo e, depois, deu-lhe o visto bom.


- Perfeito –declarou. - Alguma náusea matutina?


- Nada.


- Bem. Sigamos assim.


- Por que quer ver-me a cada duas semanas?


- Por sua idade, e porque é seu primeiro filho. Sei que só me estou curando em saúde, mas quero trazer para esse bebê venha ao mundo em novembro. Tome as vitaminas e faça um descanso de trinta minutos com os pés em alto cada duas horas. E não há desculpa que valha.


Tomar-se meia hora de descanso na loja era um tanto duvidoso, até que os clientes averiguaram que estava grávida. Contou a Erica o que a doutora Easterwood lhe havia dito e, muito em breve, às onze em ponto da manhã, Erica ou alguma cliente lhe dizia:


- É a hora de seu descanso.


O bebê começava a ser um projeto da comunidade. Marcie passava para vê-la uma vez ao dia, Christopher se apresentava sem avisar, Erica e suas clientes lhe recordavam seus descansos e Derek fiscalizava toda a operação. Se levantava algum peso, Derek acabava inteirando-se, e sua leve reprovação tinha o poder de fazê-la sentir como se um raio pudesse fulminá-la em qualquer momento.


 


Estava no quarto mês, quando Alfonso retornou a casa mais cedo que o habitual. Era quarta-feira pela tarde, e a loja estava fechada. Anahí estava trocando os papéis das prateleiras e estava de quatro patas, com o torso inteiro metido dentro do armário. Alfonso a olhou, inclinou-se para segurá-la pela cintura e a tirou com firmeza.


- Vou procurar a alguém para que faça as tarefas da casa - disse com calma. - Amanhã.


A idéia lhe fez graça.


- Milhões de mulheres em todo mundo fazem as tarefas da casa até o dia mesmo que dão a luz.


- Você não é milhões de mulheres –disse Alfonso. - Se não viajasse tanto, seria diferente. Posso te ajudar quando estou em casa, mas quando estou fora, quero saber que não está te encarrapitando a nenhum armário, nem colocando a cabeça entre as estropia.


Tinha-o feito antes, quando não estava grávida, mas não o disse. Que se  preocupasse com ela por causa da gravidez era muito bom sinal.  Não se devia a que tivesse perdido fluidez de seus movimentos, porque embora já estava de quatro meses, só tinha ganho um quilo de peso e seguia usando a mesma roupa de sempre. A única indicação visível de que estava grávida era que tinha os seios cheios e mais sensíveis, o qual parecia fascinar ao Alfonso.  Inclinou-se e a beijou.


            - Prometa-me isso, disse-lhe, e ela o prometeu.


 


Alfonso estava mais calado que de costume, ao mesmo tempo mais unido e mais distante. Anahí era incapaz de adivinhar seus pensamentos, mas sempre que se ia de viagem, chamava com mais freqüência que o habitual. Quando estava em casa e tinha um jantar de negócios, procurava encarregar-se de que aparecessem as esposas, para que Anahí não tivesse que passar a noite sozinha. Sempre lhe punha a mão no oco das costas quando caminhavam, e lhe oferecia a mão quando ela entrava ou saía do carro. Mas nunca fazia nenhuma pergunta sobre o bebê, ou sobre sua última revisão, nem sequer sobre a data prevista para o parto embora, se sabia contar, já devia havê-lo calculado.


Anahí sabia que não poderia desfrutar escolhendo nomes com ele, nem especular sobre se seria menino ou menina. Por outro lado, muitos pais não demonstravam sentir nenhum interesse, ou muito pouco, em seu filho e logo se vinham abaixo quando começava o parto. Anahí ainda albergava esperanças. Devia fazê-lo, embora sabia que o futuro não era prometedor; sobre tudo, quando tivesse que explicar a seu pequeno que não terei que incomodar ao papai... nunca.


Mas tinha que preparar-se para seu bebê, com ou sem o Alfonso, assim começou a acondicionar o terceiro quarto para seu filho. Para fazer oco para a parafernália infantil, pediu ao Derek que a ajudasse a mover vários móveis e os vendeu na loja. Marcie a levou às compras, evocando suas experiências meio esquecidas de grávida para ajudar a Anahí a escolher o que necessitaria. Comprou uma cama de bebê com um alegre chocalho incorporado, preparado para fascinar ao pequeno que ocuparia a cama. O berço e a cadeira de balanço chegaram depois. Um ursinho apareceu uma tarde no assento de passageiro de seu carro, mas quando Anahí procurou o Derek com o olhar, já tinha desaparecido. O ursinho  em seguida ocupou a cadeira de balanço e recebeu o nome de Bubú.


 


Uma noite, tratando de encontrar uns documentos que havia perdido, Alfonso abriu a porta do terceiro dormitório e acendeu a luz. Ficou imóvel durante um momento; depois, apagou rapidamente a luz, retrocedeu e fechou a porta ao sair. Ficou-se branco como a parede. Não voltou a abrir essa porta.


 


Anahí pediu ao Marcie que a acompanhasse às aulas de parto natural, que fosse sua treinadora e companheira. Marcie inspirou com brutalidade.


- Está segura? - perguntou, agradada mas nervosa ao mesmo tempo. - A verdade é que não sei nada sobre partos. Tive ao Derek, sim, mas ele já o tinha tudo previsto - ruborizou-se como uma adolescente. - Parece absurdo, mas te asseguro que foi assim. Rompi águas às oito da manhã, justo quando o médico estava fazendo a ronda no hospital. Derek sempre foi muito considerado. Nasceu às nove e meia, sem nenhuma complicação e com muito pouco esforço por minha parte, só uns quantos empurrões. Chorou ele sozinho, antes de que o médico pudesse obrigá-lo; depois, começou a lamber o punho e ficou dormindo. Assim de fácil.


Olharam-se; Marcie pôs os olhos em branco e, de repente, puseram-se a rir.


 


Anahí fazia todos os exercícios que a doutora Easterwood lhe tinha recomendado para fortalecer os abdominais E os dorsais, e tomava as vitaminas todos os dias. Aos cinco meses de gravidez, a doutora realizou uma teste relativamente simples (extraindo uma pequena quantidade de líquido amniótico da matriz de Anahí). O bebê era completamente normal, e a doutora confessou então que essa tinha sido sua principal preocupação, mas tudo ia como a seda.


Pouco tempo depois, Alfonso a acomodou uma noite entre seus braços para dormir; Anahí tinha a cabeça sobre seu amplo ombro e o corpo enroscado junto ao dele. Acabavam de fazer amor e estava sonolenta, saciada. Naquele momento, o bebê deu uma patada, a primeira vez que se moveu com tanto vigor. Anahí havia sentido pequenos movimentos durante várias semanas, mas nunca uma patada com todas as da lei. O minúsculo pé golpeou seu abdômen ali onde estava em contato com o lado de Alfonso. Este ficou rígido e, depois, levantou-se correndo da cama, afogando uma maldição.


Acendeu a luz e Anahí o olhou fixamente, com lágrimas incontroladas brilhando em seus olhos.


Alfonso estava suando.


- Sinto muito - disse com voz rouca. Inclinou-se e a beijou, e lhe acariciou o cabelo. - Amo-te, mas não posso suportá-lo. Dormirei em minha habitação até que nasça o bebê.


Anahí tentou sorrir, apesar das lágrimas.


- Entendo-o. Eu também sinto muito.


Dois dias depois, Alfonso se foi de viagem. Seria uma ausência prolongada. Anahí suspeitava que ele se ofereceu voluntário e, até sendo assim, tampouco podia culpá-lo. As coisas escapavam ao controle de Alfonso e, apesar de seus esforços por não prestar atenção, a gravidez cada vez se a fazia mais evidente. Anahí estava cada vez mais gorda. O bebê tinha mudado seus hábitos noturnos e sua vida amorosa; não era de surpreender que Alfonso sentisse a necessidade de afastar-se.


Durante a ausência do Alfonso, Christopher a chamava todos os dias. Anahí nunca tinha recebido tantas cuidados, e tudo por uma gravidez perfeitamente normal. Derek a dirigia como um déspota benigno na loja e, como era verão e já não tinha aulas, não lhe tirava o olho de cima.


Sempre estava na loja antes que ela, e só se ia quando Anahí fechava. O único momento em que estava sozinha era pelas noites, quando retornava a seu impoluto apartamento. Alfonso tinha contra-tado por fim a uma criada, uma mulher agradável de meia idade a que não lhe importava receber um bom salário por limpar um apartamento que, de todas as formas, quase nunca estava desor-denado. A senhora Melton reconhecia um bom trato quando o via e o apartamento sempre estava reluzente, o encontrava sempre limpo. Desde não ser pelo desejo e a distração que lhe proporcionava a loja, Anahí se teria subido pelas paredes.


Alfonso esteve ausente durante três semanas, as três semanas mais largas da vida de Anahí, mas todo mundo fez um esforço hercúleo por animá-la. Nem todos estavam plenamente à corrente das circunstâncias, só Marcie, Derek e Christopher, mas seus clientes também a enchiam de cuidados. Se Alfonso tivesse esperado aquele filho com só um pingo da ilusão que mostravam seus conhecidos, teria estado transbordante de júbilo.


Chamou-a à loja um dia para lhe dizer rapidamente que estava em uma reunião mas que chegaria a casa no dia seguinte. Anahí desligou e pôs-se a chorar.


Derek a rodeou com os braços e a conduziu ao escritório. Uma vez fechada a porta, Anahí chorou sobre seu ombro forte e jovem, enquanto ele a balançava com suavidade. Depois, Derek lhe secou as lágrimas e a sentou em sua cadeira; aproximou a outra e se acomodou frente a ela.


- Era Alfonso?


- Sim. Voltará amanhã - sorveu-se as lágrimas. - Alegrei-me tanto por ouvir sua voz e saber que voltava que pus-me a chorar.


Derek sorriu e lhe deu um tapinha no joelho. - Ontem, recebi a confirmação  definitiva de minha bolsa - disse, para distrai-la. - Alfonso e o senhor Conroy se molharam por mim, não é verdade? E tudo graças a ti.


- Me alegro muito. Merece o melhor.


Derek a estava olhando com gravidade.


- Estive lendo sobre gravidez e partos, no caso de que ocorresse algo e me necessitasse antes de poder chegar ao hospital. Acredito que poderia trazer um bebê ao mundo.


Ao Anahí não cabia nenhuma dúvida de que, se Derek tinha estado lendo sobre algo, podia fazê-lo. Algumas pessoas pensariam que tinha trocado de tema, mas conhecendo o Derek, Anahí se limitou a esperar a que relacionasse o parto com sua bolsa.


- Decidi que vou ser médico - disse, com muito orgulho. - Especialista em ginecologia e obstetrícia. Ver como cresce, com o bebê dentro de ti, é o mais incrível que vi nunca. Quero ajudar a muitos bebês a vir ao mundo.


- Não me ocorre um começo melhor para um bebê - disse Anahí, a beira das lágrimas. Nenhum homem poderia ser melhor médico que Derek Taliferro.


- Amo-te, sabe? - os serenos olhos castanhos e dourados do Derek contemplaram o rosto do Anahí. - Deste-me uma oportunidade que não teria tido de outro modo, e também ajudaste a mamãe. Não refiro a um amor de um homem para uma mulher, porque ainda não estou preparado para isso, mas mesmo assim, é amor.


Inclinou-se para frente e lhe pôs a mão em seu ventre, uma carícia amorosa. - Mas se este bebê resulta ser menina, pode ser que a espere. Tua filha tem que ser uma pessoinha muito especial.


Um sorriso tenro se desenhou nos lábios de Anahí, que retirou um cacho negro da testa de Derek.


- Não poderia ter a um homem melhor esperando-a - sussurrou, e lhe deu um beijo na bochecha.


 




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Autor(a): theangelanni

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Ao dia seguinte retornou para casa cedo, deixando a Erica e ao Derek que fechassem a loja porque queria ver o Alfonso. Sentindo que lhe saltariam as lágrimas se não estava em casa, esteve a ponto de chorar de todas formas quando viu seu carro. Correu para o portal e subiu feita um molho de nervos no elevador. - Alfonso! - chamou-o assim que colocou a chave n ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 377



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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*


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