Fanfics Brasil - 27 Coração enterno {AyA [finalizada]

Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]


Capítulo: 27

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Várias horas depois, despertou e encontrou a Alfonso sentado em silêncio junto a sua cama; tinha estado tão sonolenta quando a tinham transladado de novo a sua habitação, que só tinha podido lhe dedicar um sorriso antes de ficar dormindo. Não disse nada mas o olhou enquanto lia o jornal. Estava cansado; não tinha querido dormir em toda a noite e tinha sombras escuras em torno dos olhos. Tampouco se tinha barbeado, mas estava magnífico. Com o entusiasmo de uma nova mamãe, quis lhe perguntar se tinha visto a menina, mas sabia que não o tinha feito. Já a tinha surpreendido apresentando-se no hospital.


Alfonso elevou a vista e se relaxou, detento de um profundo alívio. Até que não tinha ouvido a voz de Anahí, não tinha podido se convencer de que estava bem. Tomou uma de suas mãos e a levou aos lábios para beijar com ternura a suave palma.


- Olá. Como se sente?


Anahí se tomou um momento para avaliar seu estado movendo-se com cautela.


- Não muito mal. Melhor do que esperava. E você?


- Feito migalhas - disse, e a fez rir.


- Por que não vai para casa e te deita um momento? Não vou me mover daqui.


- Isso espero - Alfonso deixou que o convencesse, porque precisava descansar um pouco ou cairia de bruços ao chão.


Quando lhe levaram a menina para que lhe desse o peito, Anahí chorou quando sua boquinha de pinhão procurou instinti-vamente o mamilo. Sua pequena!


Anahí tinha trinta e quatro anos e fazia tempo que tinha renunciado à idéia de ser mãe; mas de repente, tinha a aquele diminuto ser, aquele milagre vivo, nos braços. Acariciou-lhe o penugem que cobria sua pequena cabeça redonda e examinou os minúsculos dedos e a curva do ouvido. Era cravada ao Alfonso! Até tinha a tez cítrica, e suas sobrancelhas evocavam a inclinação audaz das de Alfonso.


A pequena abriu os olhos, olhou vagamente a seu redor e voltou a fechá-los, satisfeita de que tudo estivesse bem em seu mundo. Marcie tinha razão: até tinha os olhos de Alfonso.


 


Chamou à menina Melissa Kay e quando, três dias depois, retornou a casa, o nome já tinha ficado reduzido ao Missy. Alfonso tinha passado muito tempo com Anahí no hospital, mas sempre saía da habitação quando era a hora de lhe dar o peito ao bebê e, que ela soubesse, ainda não tinha visto sua filha. Não as foi buscar no carro ao hospital, Anahí não tinha esperado que o fizesse; inclusive teria sido lhe pedir muito que conhecesse sua filha dessa maneira.


Teria que decidir se por acaso mesmo se queria vê-la.


Marcie as levou para casa, e juntas colocaram ao bebê no berço pela primeira vez. As duas se inclinaram para admirar como se retorcia até que encontrava uma postura cômoda.


Era uma preciosidade; Anahí sabia que, se lhe brindavam a oportunidade, Missy seria capaz de fazer o segundo milagre.


Alfonso levou ao Anahí à cama e a estreitou em um abraço tenro pela primeira vez em vários meses. Beijou-a uma e outra vez, como se não pudesse saciar-se de tê-la outra vez na cama com ele. Tomou cuidado de não apertá-la muito, mas sentia uma necessidade quase desesperada de abraçá-la. Anahí se agarrou junto a ele desejando que as seis semanas tivessem passado já em lugar de haver logo que começado. Procurou com as mãos seus contornos firmes e musculosos, acariciando-o com suavidade enquanto voltava a familia-rizar-se com as distintas texturas de sua pele.


- Amo-te - disse-lhe junto a sua garganta.


- E eu a ti. Nunca mais - disse Alfonso com voz grave. - Nunca mais deixarei que durma longe de mim.


Anahí dormiu placidamente, mas despertou ao primeira choramingação faminta de Missy. Levantou-se sem fazer ruído da cama e foi nas pontas dos pés ao quarto da menina para levantá-la nos braços e lhe assegurar que não corria perigo de passar fome. Trocou-lhe o fralda, sentou-se na cadeira de balanço e começou a cantarolar enquanto dava o peito a Missy. Era um bebê tranqüilo e dormiu assim que teve o estômago cheio. Anahí a deitou de novo no berço e retornou à cama para encostar-se junto às costas cálida do Alfonso.


Alfonso não se moveu, mas tinha os olhos abertos e contemplava com olhar pétreo a parede.


O trabalho não era novo para Anahí, mas nunca se esforçou tanto nem se viu submetida a tanta pressão, como ocorreu nas semanas seguintes. Se Missy não tivesse sido um bebê plácido, teria resultado impossível. Durante o dia, quando Alfonso ia se trabalhar, Anahí passava o maior tempo possível com sua filha, jogando com ela, fazendo tudo o que requeria um bebê. A senhora Melton se ocupava das montanhas de coisas e da limpeza, de modo que Anahí ficava livre para dedicar-se a outras tarefas. Tentou lhe dar mamadeiras como alimento suplementar, mas não tolerava o leite de farmácia e a pediatra lhe aconselhou que lhe desse unicamente leite materno até que estivesse um pouquinho mais forte; então, poderia provar outra vez com a mamadeira. De modo que Anahí não podia deixar a Missy só durante muito tempo, já que devia lhe dar o peito com regularidade.


Sempre tinha ao Missy banhada e deitada antes de que Alfonso retornasse a casa do trabalho, e cruzava os dedos para que a pequena não despertasse antes da hora de sua seguinte mamada. A porta do quarto do Missy sempre estava fechada quando Alfonso voltava para casa e nem sequer a olhava nem perguntava nunca pelo bebê. Alfonso a tinha prevenido, mas até que não começou a viver aquela situação, Anahí não compreendeu o difícil que lhe resultaria. Estava tão orgulhosa de Missy que queria levar-lhe a Alfonso, levantá-la nos braços e dizer: «Olhe o que te dei». Como poderia resistir aos encantos de sua filha? Mas sempre recordava que o seguinte passo devia dá ele sozinho; não podia obrigá-lo.


            Outras pessoas não eram tão reticentes. Christopher foi jantar uma noite e insistiu em entrar em ver o bebê. Anahí lançou um olhar de impotência ao rosto sombrio de Alfonso e ficou em pé para conduzir ao Christopher ao quarto da menina. Marcie e Derek os visitavam com assiduidade e a presença de Alfonso não os amedrontava, porque falavam de Missy diante dele. Como não podia fechar os ouvidos, Alfonso ouviu a recontagem entusiasta de Marcie sobre sua filha. Soube que era formosa, que estava crescendo a passos aumentados e que já reconhecia às pessoas.


A angústia se refletiu no olhar de Alfonso. Tentava não pensar no terceiro dormitório nem em seu ocupante, mas uma dolorosa curiosidade o dominava cada vez que Anahí se levantava na metade da noite e entrava ali. Às vezes, lhe passava pela cabeça aparecer a jogar uma olhada, mas sentia um suor frio por todo o corpo. Um bebê...


Não, não poderia com outro bebê. A menina não era Justin nem Shane, não poderia substituir a seus filhos.


A noção de ter uma filha era nova para ele. Só tinha conhecido meninos robustos faltos de delicadeza. Pensava freqüentemente em seus filhos, à medida que chegava o Natal, outra festividade sem eles. Era o segundo Natal que passava com  Anahí e a dor já quase tinha desaparecido porque tinha a ela. Ainda ficava, e sempre o acompanharia, uma sensação persistente de perda, mas começava a ser suportável. Podia pensar no Justin e no Shane e recordar os bons momentos, as risadas que tinham compartilhado.


Dulce estava ainda mais longe; ainda sentia amor para ela, mas era um amor recordado. Anahí era seu presente, e se assombrou de novo pela paixão feroz que sentia por ela, um sentimento que eclipsava sua relação com Dulce porque sua capacidade para amar tinha aumentado grandemente sob o suave resplendor de Anahí.


Uma noite, durante a segunda semana de dezembro, Anahí foi a seus braços como de costume e apoiou a cabeça no oco de seu ombro.


- Amanhã vou voltar para a loja –anunciou com naturalidade, com a voz suave na penumbra.


Com um rápido movimento, Alfonso estirou o braço e acendeu o abajur; incorporou-se sobre o cotovelo e a contemplou com as sobrancelhas franzidas.


- A doutora Easterwood te deu o visto bom? - perguntou com aspereza.


- Sim. Hoje tive a revisão. Diz que estou em perfeito estado de saúde - desdobrou um sorriso lento e sedutor.


Resultava fascinante ver como o desejo alterava o rosto do Alfonso, voltava-o mais sério e mais intenso.


- Então, por que te puseste essa camisola?


- Para que me pudesse tirar isso.


E isso fez. Teve muito cuidado com Anahí, incrementando devagar sua excitação antes de elevar-se sobre ela e deslizar-se com cuidado dentro de seu corpo. Anahí inspirou com aspereza, mas não por causa da dor. Tinha passado tanto tempo! Agarrou-se a ele, tremendo de prazer. Alfonso percorria sua luxuriosa figura com as mãos, descobrindo e deleitando-se com as curvas exuberantes de seus seios, acariciando a de forma íntima. Anahí perdeu o contato com a realidade; o gozo a transportou a um nível diferente de consciência no que só Alfonso existia.


Ao dia seguinte, bem abrigada naquela manhã de inverno, Missy foi à loja pela primeira vez, e Anahí teve que brigar para poder levantar em braços a sua própria filha. Tomou cuidado de não exceder-se, e retornaram a casa cedo, mas a saída as tinha esgotado às duas. Colocou a Missy no berço para que se jogasse a sesta e procurou o descanso em sua própria cama. Jogaria uma cabeçada, nada mais.


O pranto desconsolado do Missy a despertou e se levantou com sobressalto; a luz mortiça do entardecer indicava que tinha dormido muito mais do que pretendia e que Alfonso retornaria logo a casa. Missy estava voraz; havia muitas coisas que fazer, mas a menina não podia esperar. Anahí se sentou na cadeira de balanço e lhe deu o peito.


Não ouviu o Alfonso entrar em casa mas, de repente, percebeu sua presença e olhou com nervosismo para a porta. Sentiu-se fraca ao vê-lo de pé na soleira, sem chegar a entrar, mas tinha o olhar cravado nela e no bebê. Não podia ver nada salvo o cocuruto do Missy e uma mão minúscula com a que se ajudava ao mamar, mas seu rosto se crispou de dor. Sem dizer uma palavra, deu-se a volta e se afastou.


Anahí contemplou à menina, tremendo. Tinha alterado sua rotina. Deveria havê-la banhado antes de lhe dar o peito, porque ao Missy entraria o sono e não lhe faria nenhuma graça que despertassem para o banho. O que faria se ao Missy dava um manha de criança? Com cada dia que passava dava mais amostra de ter herdado o temperamento de seu pai, assim como uma cômica determinação do ter tudo a seu gosto, se era possível que um bebê fora assim de exigente. Mas gostava que a levantassem nos braços de uma maneira em concreto, e outras pequenas coisas deviam estar justo como ela queria para que estivesse satisfeita. Protestava sem parar até que as circunstâncias não melhoravam. Para não lhe causar mais transtornos, Anahí decidiu prescindir do banho aquela noite; trocou de roupa a Missy e a deitou confiando em que dormisse depois da prolongada sesta.


- Deitei-me um momento quando voltei da loja e fiquei dormindo - explicou ao Alfonso com certo nervosismo quando saiu do quarto da menina.


Tinha os ombros contraídos, mas não disse nada sobre o Missy. Em troca, aproveitou que Anahí se delatou.


- Ir à loja deixou esgotada, não é verdade?


- Sim, e é tão absurdo, porque não fiz nada - disse com exasperação, dando obrigado porque o momento de tensão tivesse ficado atrás.


- Terá que te acostumar de novo à agitação, e quero que o faça pouco a pouco, Tome o com calma - ordenou-lhe, e lhe deu um beijo como saudação.


 


Mas, como não, Anahí era incapaz de tomar as coisas com calma. Entregou-se de novo à rotina da loja com alegria, porque a tinha sentido falta de mais do que tivesse podido acreditar. Sempre tomava cuidado de retornar a casa com o tempo suficiente para ocupar-se de Missy antes da chegada do Alfonso; mas a menina estava cada dia mais energética e temia o dia em que já não poderia deitá-la e ver como ficava rapidamente adormecida. Cada vez agüentava mais tempo acordada, agitando braços e pernas com vigor.


Depois de um dia especialmente exaustivo, Anahí ficou como um tronco nada mais apoiar a cabeça no travesseiro. Alfonso estava convexo a seu lado, relaxando-se pouco a pouco, e estava quase dormindo quando ouviu chorar à menina.


Ficou rígido, à espera de que Anahí despertasse e fora a atendê-la; não podia suportar aquele pranto. Mas Anahí seguia dormindo; estava exausta.


Alfonso sabia que acabaria ouvindo o pranto do bebê e que se levantaria, mas não sabia se poderia suportar o ruído durante tanto tempo. Alongou o braço para despertá-la, mas algo o deteve.


Possivelmente fosse seu rosto, tão plácido enquanto dormia; possivelmente fossem as noites que, no passado, levantou-se para ir à chamada de seus filhos. Fosse qual fosse a razão, levantou-se e saiu ao corredor.


 


 


 




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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 377



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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*


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