Fanfics Brasil - 28 Coração enterno {AyA [finalizada]

Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]


Capítulo: 28

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Advertiu com surpresa que estava tremendo e que tinha as costas empapada de suor. Não era mais que um bebê, disse-se. Nada mais que um bebê. Alongou o braço e abriu a porta, apenas capaz de respirar pela opressão que sentia no peito. Havia uma pequena luz noturna em uma tomada próxima ao berço; seu resplendor amarelo permitia ao Anahí mover-se pela habitação quando se levantava pelas noites. Também permitiu ao Alfonso ver a menina, que tinha feito uma boa birra. Tinha fechados seus minúsculos punhos e os agitava de forma espasmódica; tinha as pernas levantadas e gritava a pleno pulmão. Estava acostumada a que satisfizeram seus desejos imediatamente; não pensava tolerar aquele atraso imperdoável.


Alfonso tragou saliva enquanto se aproximava a passo lento para o berço. Era tão pequena, que o mau gênio do que fazia ornamento resultava absurdo. Uma menina... O que sabia ele sobre meninas?


Tremendo, deslizou suas grandes mãos por debaixo da pequena e a levantou, surpreendendo-se de quão ligeira era. Missy mugiu um pouco mais, mas o contato daquelas mãos lhe indicou que não estava sozinha e, depois de uns quantos soluços, acalmou-se.


Alfonso recordou sem esforço antigas habilidades. Depressa, sem olhar a sua cara, trocou-lhe o fralda, e estava a ponto de instalá-la de novo no berço quando a menina fez um gorjeio e Alfonso se sobressaltou; esteve a ponto de deixá-la cair. Olhou-a e ficou gelado, encantado, porque a menina o olhava com tal confiança e inocência que quis gritar de dor.


Não era justo. Santo Deus, não era justo. Tinha fugido, nem sequer a tinha balançado ou cuidadoso. Tinha rechaçado a sua própria filha, mas não lhe importava. Não gritava de medo por estar em mãos desconhecidas; limitava-se a contemplar a seu pai com uma aceitação instintiva.


Olhá-la era como olhar a si mesmo imortalizado. Contemplou com fascinação o cabelo escuro, os olhos quase negros. Tinha os lábios de Anahí, suaves e tenros, mas o resto de suas feições eram uma versão feminina de si mesmo. Tinha nascido dos momentos doces de paixão nos braços de Anahí, era uma parte de Anahí e dele mesmo. Alfonso tinha querido destruir sua vida antes inclusive de que começasse.


Um grito rouco e quase silencioso brotou de seus lábios. Voltou a levantá-la nos braços, balançou-a e se fincou de joelhos. Inclinando-se sobre sua filha, chorou.


Anahí despertou com sobressalto, consciente de que ocorria algo estranho. Procurou Alfonso com a mão, mas encontrou o travesseiro vazio e se incorporou. Um ruído estranho e afogado chegou a seus ouvidos, mas não parecia Missy.


- Alfonso? - sussurrou, mas não houve resposta.


Levantou-se correndo da cama, vestiu a bata e a atou. Aproximou-se da soleira e procurou alguma luz que indicasse onde podia estar, mas na casa reinava a escuridão. Então, ouviu de novo o som afogado e ficou gelada. Missy se estava afogando!


Com a mão na garganta, correu pelo corredor com os pés nus mas, uma fração de segundo depois, adivinhou que não era Missy. Deteve-se, respirando de forma entrecortada.


Alfonso?


A porta do quarto da menina estava aberta, e avançou em silêncio para aparecer.


Alfonso estava de joelhos no chão, com o Missy nos braços. Mantinha-a encolhida contra seu peito e os soluços roucos e afogados emergiam de sua garganta.


Anahí esteve a ponto de gemer. Queria aproximar-se, envol-vê-lo com seus braços e mitigar sua dor pelos meninos que tinha perdido e pela filha que não tinha querido. Mas era seu momento privado de conciliação com sua filha, assim retornou à cama em silêncio.


Permaneceu tombada sem fazer ruído, secando-as lágrimas à medida que lhe umedeciam o rosto. Passou muito tempo antes de que Alfonso retornasse à cama e se deslizasse entre os lençóis com cuidado. Anahí sabia que não estava dormindo, mas não o abraçou. Estava liberando uma terrível batalha interior e ela não podia ajudá-lo.


Alfonso não mencionou o ocorrido ao dia seguinte, mas irradiava uma paz que era nova nele. Foi se trabalhar e Anahí vestiu a Missy para levá-la à loja. Não podia fazer nada salvo seguir adiante com sua rotina.


Derek só tinha aulas pela manhã, assim que se apresentou depois do almoço. Levantou Missy com destreza do carrinho e beijou seu tersa bochecha. Com o incrível dom da oportunidade que tinha, olhou a Anahí enquanto balançava à menina.


- Então, tudo vai sair bem? - perguntou.


- Sim, acredito que sim - respondeu Anahí. - Como o soubeste?


- Nada mais ver-te - o jovem lhe sorriu com profunda ternura. - Sabia que Alfonso não poderia resistir a Missy durante muito tempo.


Possivelmente Derek tivesse um sexto sentido, pensou Anahí, enquanto contemplava como passeava pela loja com Missy em seus fortes braços e lhe falava como se ela compreendesse todas suas palavras. E possivelmente Missy o entendia; Christopher tinha comparado ao Derek com um arcanjo. Possivelmente não fosse um anjo, mas o parecia.


 


Anahí seguiu fiel a sua rotina; Missy estava profundamente adormecida quando Alfonso retornou do escritório. Jantaram como de costume, conversaram, e ela leu enquanto ele revisava alguns papéis. Depois, preparou-se para ir à cama, comprovou que Missy estava bem e se deslizou entre os lençóis com um bocejo, dando obrigado pelo castigo descanso.


Alfonso saiu do banheiro secando-os ombros.


- Toma - disse, e lhe jogou a toalha. - Me seque as costas.


Sentou-se sobre a cama e lhe esfregou as costas com a toalha; depois, plantou-lhe um rápido beijo no pescoço. Alfonso jogou a toalha ao chão e se deu a volta para recostar-se com ela sobre os lençóis.


- Não tenho palavras para expressar o muito que te amo - disse em voz baixa.


- Tenta - apressou-o Anahí.


Alfonso riu e se inclinou para beijá-la com ânsia crescente. Fizeram  amor com uma doçura e uma intensidade incríveis; Alfonso se conteve para satisfazê-la uma e outra vez antes de deixar-se ir, e a abraçou com força até que ela ficou adormecida.


Missy despertou de madrugada, faminta. Antes de que Anahí pudesse levantar-se da cama, Alfonso retirou os lençóis e ficou em pé.


- Não te mova - disse-lhe. - Trarei-a aqui.


Retornou um momento depois, com a menina choramingando em seus braços. Quando a entregou ao Anahí, disse:


- Sabe, não é verdade? Ontem à noite estava acordada.


- Sim, sei - todo o amor do mundo se refletia em seus olhos verdes enquanto o olhava.


- Deve me odiar - disse com aspereza. - Por isso quis fazer.


- Não, isso jamais. Estava sofrendo e queria te proteger. Compreendi-o.


Alfonso contemplou à menina enquanto mamava, e a seu rosto sério e moreno apareceu uma expressão tão tenra que Anahí se desfez por dentro. Com muita delicadeza, Alfonso acariciou a bochecha de Missy com o dedo indicador.


- É mais do que mereço. Deram-me uma segunda oportunidade em tudo, não é verdade?


Não, uma segunda oportunidade, não, a não ser um segundo milagre. Alfonso tinha morrido por dentro e o amor o havia devolvido à vida. Sempre conservaria as cicatrizes das pessoas às que tinha amado e perdido, mas poderia seguir vivendo em paz. Poderia rir outra vez, e contemplar o passo das estações. Poderia ver crescer a sua filha, deleitar-se com seus gorjeios, sua inocência e entusiasmo e a amar de coração; a ela, que era seu segundo milagre.


Alfonso se inclinou para frente e beijou a Anahí com lenta deliberação, com amor e paixão.


Quando Missy terminou de mamar o peito e voltaram a deitá-la, quis fazer de novo amor com sua esposa, para lhe demonstrar o muito que a amava. Era seu primeiro milagre; graças a ela, o sol voltava a brilhar em sua vida.


 


 


 


FIM


 


 


 


 


É ISSO, ESPERO QUE TENHAM GOSTANDO TANTO QUANTO EU DESSA HISTORIA. ATÉ A PRÓXIMA :3




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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 377



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  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*

  • jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33

    Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*


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