Fanfic: Coração enterno {AyA [finalizada]
Anahí se sentia asfixiada,
suspensa no tempo por aquelas mãos fortes, pela carícia do fôlego quente de Alfonso
na bochecha e pela proximidade de seu rosto furioso. Anahí se liberou de seu
aprisionamento e fechou os punhos. Não suportava ouvir as intimidades de Alfonso
com outra mulher, com nenhuma mulher. Lançou-lhe um olhar frenético de
desespero, mas ele não se deu conta. Com um gemido, Alfonso se fincou de
joelhos no chão, enterrou o rosto entre as mãos e estremeceu.
Não havia suficiente
oxigênio no quarto. Anahí ofegou, sentia como se seus pulmões trabalhassem em
excesso para tomar ar; dava-lhe voltas a cabeça, como se fosse desmaiar, mas
não o fez. Sem saber como, surpreendeu-se caindo de joelhos junto a Alfonso e o
abraçou, como tantas vezes tinha ansiado fazê-lo. Imediatamente, os braços
fortes de Alfonso se fecharam em torno dela e a estreitaram até quase lhe
romper as costelas. Alfonso enterrou o rosto entre seus suaves seios e chorou,
uns soluços dilaceradores que sacudiram todo seu corpo. Anahí lhe acariciou o
cabelo e lhe deixou chorar; tinha direito a desafogar-se, tinha vivido muito
tempo sem compartilhar com ninguém sua dor. Ela também tinha o rosto úmido, mas
não reparou nas lágrimas ardentes que empanavam sua visão. Quão único importava
era Alfonso, e o balançou com suavidade, sem pronunciar uma palavra, com sua presença
como único escudo contra a amarga solidão que tinha convertido em um deserto
gelado o coração de Alfonso.
Pouco a pouco se tranquilizou;
aproximou-se mais a ela e moveu as mãos pelas costas de Anahí. Ao inspirar
fundo, seu sólido peito se inflamava, e Anahí sentia o calor de suas exalações
nos seios. Seus mamilos se contraíram de forma automática e vergonhosa, ocultos
sob a blusa de seda e o sutiã de encaixe, e não pôde evitar fechar os dedos em
torno das mechas de Alfonso.
Alfonso elevou a cabeça. Tinha
os olhos úmidos, mas suas íris se obscureceram de tal forma que não havia rastro
de marrom neles. Olhou-a nos olhos, alongou a mão e lhe secou com ternura as
lágrimas das bochechas com o polegar.
- Anahí - suspirou, e uniu
seus lábios aos dela.
Anahí ficou imóvel e
deixou de respirar no momento em que, com aquele leve roçar de lábios, foram
respondidas todas suas preces. Apoiou as mãos nos ombros de Alfonso e afundou
as unhas nos músculos que conformavam sua férrea compleição. Era um simples
beijo de agradecimento, mas se abriu um oco em seu estômago e o sangue deixou
de fluir por sua cabeça, tão intenso foi o prazer que a assaltou. Inclinou-se
sobre ele, e seu corpo torneado entrou em contato com o de Alfonso do ombro até
a coxa, ajoelhados como estavam no chão. Ela sustentou de forma automática,
estreitando as curvas femininas de seu corpo entre seus poderosos braços.
Alfonso se afastou e a
olhou outra vez. A expressão de seus olhos se intensificou e refletia um
ardente desejo. Era muito homem para não reconhecer sua reação de mulher.
Baixou a vista aos lábios trêmulos e generosos de Anahí e ela os entreabriu. O
instinto o impulsionou a baixar a cabeça para voltar a beber de sua doçura.
Naquela ocasião, o contato não foi leve; foi um beijo faminto, feroz,
possessivo. Anahí gemeu, e ele afundou a língua em sua boca com autoridade e
desejo masculinos. Anahí esteve a ponto de fazer-se pedacinhos de puro prazer. Alfonso
a apertou contra ele e a arrastou ao chão. Anahí sentiu vertigem: aquilo se
parecia tanto aos contados sonhos proibidos que tinha albergado que se esqueceu
de onde estavam, esqueceu-se de tudo salvo do homem que se inclinava sobre ela
com boca ardente e cheia de paixão. Comunicou-lhe sua resposta lhe cravando as
unhas, arqueando sua figura cálida, procurando o peso embriagador de seu corpo.
Não havia sensação de
tempo ou de espaço, só uma espiral de necessidade física que flamejou entre
eles, inesperada e fora de controle. Alfonso lhe acariciou os seios, deslizou
as mãos por debaixo da saia para lhe esfregar as coxas e a acariciar de forma
íntima, e ela proferiu um gemido silencioso. Nenhuma palavra de protesto
emergiu na mente de Anahí. Deixou que Alfonso fizesse o que quisesse, alheia a
tudo menos ao prazer que geravam aquelas mãos peritas. Alfonso conhecia as
mulheres, e sua destreza a avivava. Ofereceu seu corpo esbelto para desfrute de
Alfonso sem pensar em nada salvo em quão prazenteiro era estar em seus braços,
conhecer seus beijos e suas carícias.
Alfonso se levantou com
ela em braços; o corpo leve de Anahí era uma pluma para seus poderosos
músculos. Com passo rápido, aproximou-se da cama e a deixou estendida sobre a
colcha, e com um grunhido desceu sobre ela, separou-lhe as pernas com o joelho
e se acomodou entre suas coxas com um movimento tão natural e básico como
respirar.
Anahí se agarrou a ele,
aturdida pelo ânsia suscitada por Alfonso, e o beijou com lábios tenros e
ferventes. Fazia tanto tempo que o amava, e era como se todos os desejos
pedidos às estrelas cadentes se estivessem cumprindo... Ia deixar lhe que
fizesse com ela o que quisesse, e sabia o que Alfonso ansiava. Podia sentir
como apertava sua virilidade contra ela. Os objetos que os separavam eram
insofríveis, barreiras que se interpunham entre suas carnes trêmulas.
De repente, no momento
menos pensado, o paraíso terminou. Alfonso ficou rígido, afastou-se, sentou-se na
borda da cama E enterrou a cabeça entre as mãos.
- Maldita seja - disse com
voz grossa, carregada de desagrado. - Dizia ser sua amiga, mas está pulando com
seu marido em sua cama.
Aturdida, Anahí se
incorporou, alisou-se a roupa e se retirou o cabelo dos olhos. Ouviu a acusação
na voz do Alfonso e descobriu que era incapaz de zangar-se com ele. Compreendia
o culpado que se sentia, e o vulnerável que estava depois da tormenta de
emoções que acabava de sacudi-la.
- Era sua melhor amiga -
disse com voz trêmula.
- Pois não te comporta
como tal!
Anahí se levantou com
pernas cambaleantes.
- Nós dois estamos um
pouco alterados - disse à cabeça encurvada de Alfonso, também com voz igual de
cambaleante. - e perdemos um pouco o controle. Queria a Dulce como a uma irmã,
e eu também sinto falta dela - começou a retroceder, incapaz de permanecer ali
um momento mais. Tinha transbordado seu limite de tolerância por uma noite, e
balbuciava sem tom nem som. - Não temos por que nos sentirmos culpados, não houve
nada sexual em tudo isto. Nós dois estávamos afligidos...
Alfonso se levantou da
cama dando um coice.
- Nada sexual? E um corno!
Estava entre suas pernas! Um minuto mais, e estaria dentro de você. Como o
teria chamado então? Nos teríamos estado «consolando»? Deus, não reconheceria o
sexo embora o tivesse diante de seu nariz. É todo um iceberg, não sabe nada dos
homens nem do que querem!
Anahí deu meia volta, com
a cara branca e olhar de angústia. Tremiam-lhe os lábios.
- É injusto - sussurrou, e
saiu disparada para a porta. Desceu a toda pressa as escadas antes inclusive de
dar-se conta de que se ia. Com um rugido, Alfonso correu atrás dela.
- Anahí! - gritou com
fúria, e chegou à porta principal justo quando ela arrancava seu pequeno carro
vermelho.
Os pneus chiaram sobre o
cimento enquanto saía em marcha atrás à rua. Alfonso ficou de pé na soleira,
contemplando o resplendor avermelhado das luzes de posição até que desapareceram;
depois, deu uma portada e amaldiçoou com violência durante vários minutos.
Percebeu que Anahí deixou
a jaqueta do traje e a recolheu. Maldição! Como tinha sido capaz de insultá-la
daquela maneira? Anahí tinha razão, tinha sido injusto. Descarregou-se com ela
pela culpa que sentia, não só pelo ocorrido aquela noite, mas sim por todos os
anos que tinha passado olhando-a e desejando levá-la à cama, em que pese a que
era a melhor amiga de Dulce.
Alfonso contemplou a
jaqueta de linho que tinha nas mãos e apertou os lábios. Não era consciente Anahí
da provocação que constituía para um homem? Era tão serena, pálida e distante,
tão reservada... Vivia entregue a sua profissão, e deixava bem claro que não
necessitava a nenhum homem salvo como companhia esporádica. Havia-se comentado
durante anos que tinha sido amante do presidente da junta diretiva, mas Dulce
nunca acreditou, e ele confiava em seu critério. Dulce pensava, mas bem, que
tinha sofrido um desengano amoroso, mas como havia dito em mais de uma ocasião,
Anahí era água quieta, mas profunda.
Alfonso evocou a primeira
vez que tinha desejado a Anahí; foi em seu próprio casamento. Estava impaciente
por partir com Dulce quando a viu, de pé, um pouco separada do resto, como frequentemente
parecia estar, com o cabelo loiro platino recolhido no alto da cabeça e uma
expressão educada em sua cara pálida. Alguma vez estava furiosa ou despenteada?
Perguntou-se ao vê-la Agitada? Imaginou o aspecto que teria se estivesse na
cama com ele, com o cabelo esbranquiçado emaranhado pelo frenesi da paixão, os
lábios vermelhos e cheios por seus beijos, o corpo esbelto úmido pela
transpiração. Seu próprio corpo se havia posto tenso de repente, sacudido pelo
ânsia, e teve que dar a volta para dissimular seu estado. Quanto rancor tinha
alimentado para ela, porque inclusive enquanto se casava com Dulce, tinha
estado desejando a Anahí!
Os anos não tinham
alterado a situação. Ela sempre se mostrava altiva e distante com ele e nunca
tinha visitado Dulce estando ele em casa. Alfonso amava Dulce, tinha-lhe sido
fiel, havia-se sentido completamente satisfeito com ela na cama; mas, em algum
canto de sua mente, sempre tinha albergado a noção de que desejava Anahí. Se
ela tivesse se insinuado, teria se mantido fiel a Dulce? Queria pensar que sim,
mas não podia estar seguro. O que tinha passado a primeira vez que tinha
beijado Anahí? Tinha estado a ponto de possuí-la ali mesmo, no chão, mas um
instante de preocupação por sua suave pele o tinha impulsionado a levá-la à
cama, e aquela fissura em sua concentração era o que, ao final, tinha-o freado.
Mas Anahí não tinha estado fria e reservada em seus braços, a não ser cálida e
efusiva, e tinha aberto as pernas para ele sem vacilação. Suas bochechas se
ruborizaram, e umas quantas mechas finas de cabelo tinham escapado a seu
fechamento para frisar-se de forma sensual sobre suas têmporas.
Assim era como a desejava:
com sua imagem impecável e altiva feita pedacinhos. Em uma ocasião, ao retornar
logo a casa de uma viagem, tinha-a visto na piscina com Dulce e os meninos. Anahí
ria e brincava como uma menina, e pela primeira vez a viu com o cabelo solto,
flutuando a seu redor como um halo. Alfonso vestiu o traje de banho e saiu à
piscina, mas assim que fez ato de presença, Anahí deixou de rir. Fê-lo com muita
naturalidade, mas se desculpou ante Dulce, saiu da água e se secou depressa
antes de vestir uns jeans curtos puídos que realçavam suas pernas longas e
torneadas. Vê-la com aquele biquíni amarelo pálido o tinha excitado tanto que
teve que atirar-se de cabeça à água e, quando emergiu, ela já se afastava com
passo rápido.
Um homem não poderia ter
pedido uma esposa melhor que Dulce, nem mais carinhosa. Mas, face ao muito que
a amava, face ao muito que ainda ansiava tê-la entre seus braços, desejava a Anahí.
Não se tratava de amor; não havia capacidade para emoções sutis. A atração que
sentia por ela era estritamente física. Tinha-a repreendido porque com ela, o
sexo era uma infidelidade mais grave que com as demais mulheres sem rosto nem
nome. Tinham sido meros corpos, sem personalidade. Mas conhecia Anahí, e não
podia apagar sua identidade da cabeça. Queria deitar-se com ela, queria
contemplar como se retorcia com desenfreio baixo seu corpo, queria ouvir como
pronunciava seu nome no ardor da paixão. E era a melhor amiga de Dulce.
Horas depois, Anahí se
encolheu, aturdida, entre os lençóis, esgotadas as lágrimas, mas não podia
dormir. Parecia migalhas, com o coração destroçado. Quando soou o telefone,
sentiu-se tentada a não responder, porque, fosse quem fosse, não gostaria de
falar com ninguém. Mas uma chamada às duas da madrugada podia ser uma
emergência, assim acabou estirando o braço para atender. Quando respondeu, fez
uma careta para ouvir sua própria voz, ainda grossa pelas lágrimas derramadas.
- Anahí, não pretendia...
- Não quero falar contigo
- interrompeu-o, porque o som daquela voz grave fez farrapos o frágil controle
que tinha recuperado sobre suas emoções, e pôs-se a chorar outra vez. Os suaves
soluços impregnavam sua voz, apesar de seus intentos por ocultá-los. - Pode ser
que não saiba nada sobre os homens, mas você não sabe nada sobre mim. Não quero
falar contigo, ouve-me?
- Deus, está chorando - Alfonso
gemeu com suavidade, um som áspero e masculino que a embargou a partes iguais
de desejo e dor.
- Disse que não quero
falar contigo!
- Não desligue! - exclamou
Alfonso com repentina ira, ao adivinhar suas intenções; mas Anahí desligou de
todas as formas, enterrou o rosto no travesseiro e chorou até que sentiu os
olhos ressecados e ardidos.
- Não sabe nada sobre mim
- disse em voz alta, na escuridão.
Autor(a): theangelanni
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Capítulo 2 Alegrou-se de que o dia seguinte fosse sábado, porque depois de passar a noite alternativamente chorando e contemplando o teto, levantou-se tarde e cansada, com pálpebras pesadas e movimentos lentos. Fez um esforço por realizar as tarefas rotineiras da casa, mas no meio da tarde se deixou cair sobre o sofá, muito cansa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 377
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:42
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:41
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:40
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:39
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:37
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:36
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*
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jl Postado em 06/10/2011 - 08:04:33
Haaaaaain meu pai quase chorei, tão lindo e simples o final, mas tão feliz *--* EEEE quero a proxima *-*